Capítulo 8 Capítulo 8

Júlia bateu no ombro dela e disse: "Boa sorte".

Arianna estava com o coração acelerado ao ver o olhar preocupado de Júlia. Ela não sabia exatamente o que tinha acontecido dentro do escritório.

Será que a entrevista foi muito ruim? Ou será que o CEO foi muito rígido com ela?

Arianna, que ainda não tinha entrado no escritório e por isso ficou ainda mais nervosa ao se aproximar do escritório. Depois de respirar fundo algumas vezes, ela entrou. Ela viu Allen que estava sentado em sua cadeira lendo um arquivo, com uma expressão ilegível no rosto. O homem de terno preto também estava sentado em uma cadeira ao lado dele.

Arianna os cumprimentou educadamente: "Boa tarde, Sr. Black". Então ela olhou para o homem que estava sentado ao lado de Allen e disse: "Boa tarde, senhor".

Allen nem levantou a cabeça para cumprimentá-la e continuou lendo o arquivo.

"Boa tarde, senhorita Raener. Por favor, se sente." O homem de terno preto sinalizou para que ela se sentasse na cadeira.

Arianna assentiu com a cabeça e se aproximou da cadeira. Quando ela estava prestes a se sentar, ele falou novamente: "Meu nome é Osborn Bermudan. Pode me chamar assim".

"Obrigada, Osborn", ela finalmente se sentou na cadeira.

"Então, Srta. Raener... Há quanto tempo você trabalha aqui?", ele começou a entrevistá-la fazendo essa pergunta.

"Esse ano completará três anos que trabalho nessa empresa".

"Hã... Você trabalha aqui há muito tempo", Osborn ergueu as sobrancelhas.

"Sim..."

"Por que o Sr. Pereira te recomendou para esse cargo entre tantos outros funcionários? É porque você trabalha aqui há três anos ou há algum outro motivo? Você é próxima dele? Quão próxima você é dele?

"Com licença?"

Arianna se sentiu ofendida com a pergunta. Sua expressão mudou rapidamente. Ela fez uma cara feia e não estava nada feliz.

"Você deveria fazer essa pergunta pra ele. Ele poderia te responder melhor do que eu", ela não falou com educação.

Allen ergueu as pálpebras e olhou para ela ao ouvi-la. Ele tinha um leve sorriso no rosto. A diversão era evidente em sua expressão.

Osborn riu e continuou: "Não se preocupe com isso. Você está tendo uma entrevista agora e deve responder às minhas perguntas. Quão próxima você é dele?

Arianna estava com raiva. Ela queria sair do escritório dele sem dizer mais nada, mas ofender esse CEO poderia não acabar bem. Ela poderia acabar perdendo o seu emprego. E atualmente, ela não podia se dar ao luxo de ficar desempregada.

Ela respirou fundo para esconder sua raiva e respondeu com indiferença: "Não sou próxima do Sr. Pereira. Ele era meu veterano na faculdade. Quando ele fundou essa empresa, ele convidou todos os seus amigos, bem como seus juniores, pra que eles se juntassem à sua empresa. Quase todos os funcionários dessa empresa são colegas de classe ou juniores dele. Eu sou uma delas, mas não sei por que ele me escolheu".

Osborn deu um sorriso significativo: "Você é uma pessoa verdadeira, Srta. Raener. Você foi selecionada pra trabalhar nesse novo cargo".

"O quê?"

Arianna ficou chocada. Sua boca permaneceu aberta enquanto ela olhava para ele em choque.

"Você me disse a verdade. Quando fiz a mesma pergunta aos outros candidatos, todos disseram que tinham uma boa ligação com o Sr. Pereira. Eles tentaram impressionar o Sr. Black mostrando que tinha intimidade com o Sr. Black e você foi a única que não disse isso. Você nem hesitou em mostrar sua insatisfação e raiva diante do nosso CEO. Eu tô feliz por você, senhorita Raener. Agora relaxe, o Sr. Black irá falar com você sobre suas novas funções aqui na empresa".

Osborn se levantou e saiu do escritório deixando Arianna sozinha com Allen.

Allen estava a observando. Quanto mais ele a olhava, mais impressionado ele ficava com ela. Ele sorriu e perguntou: "Você se lembra de mim?"

Arianna ficou de boca aberta. Ela o achava bastante familiar, mas ainda não se lembrava de onde o conhecia. Ela balançou a cabeça lentamente e respondeu: "Não, sinto muito. Eu não te conheço".

Allen riu e olhou para baixo, apenas para olhar para ela novamente: "Um incidente de oito anos atrás, você salvou um jovem que estava se afogando no mar, lembra?".

Arianna ficou chocada. Só então ela descobriu por que ele parecia tão familiar para ela.

Oito anos atrás, ela tinha o salvado. Naquele dia ela tinha ido à praia com o seu pai. Ela estava brincando na água enquanto seu pai estava ocupado atendendo uma ligação. De repente, ela viu um menino se afogando não muito longe dela. Ela nadou até ele e o puxou para fora da água. Ele não estava respirando. Ela tinha aprendido como prestar primeiros socorros para salvar uma vida em caso de emergência na escola. Ela começou a realizar RCP junto com o boca a boca. Depois de um tempo, Allen recuperou os sentidos e Arianna deu um suspiro de alívio. A essa altura, os amigos dele foram correndo atrás dele, e ela saiu apressada com medo que o seu pai a repreendesse se descobrisse que ela tinha salvado alguém que estava se afogando sem o avisar. Ela poderia ter se afogado junto com o homem nas ondas do mar.

Ela saiu do transe e perguntou a ele: "Você... Você é aquele menino? Lamento não ter conseguido te reconhecer".

"Tá tudo bem. Eu também não esperava ver você assim. Se você não tivesse me salvado naquela época, eu nunca teria me tornado CEO de uma empresa como essa. Eu devo muito a você", Allen sorriu de orelha a orelha.

"Eu..."

Arianna ficou um pouco envergonhada e não conseguia encontrar palavras para dizer algo.

"Me fale se precisar de alguma coisa. Não hesite em me contar. Você salvou a minha vida. Ficarei feliz em te ajudar em alguma coisa".

Arianna olhou para ele com atenção. Ela percebeu a sinceridade em seu olhar. Ela apenas sorriu em resposta.

O coração de Allen estava batendo muito forte. Como ele poderia não sorrir ao ver um sorriso tão lindo como o dela? Ele foi até a cidade de Bey para procurá-la. Ele não esperava que ela fosse aparecer na frente dele no dia em que desembarcasse. Não havia como explicar o tamanho da sua felicidade.

Depois de contar qual seria sua função nesse novo trabalho, ele voltou a analisar e ler os arquivos com Osborn.

No final do dia, Arianna foi embora do escritório. Ela estava indo para o ponto de ônibus quando uma Mercedes preta parou ao lado dela. O vidro da janela do banco traseiro abaixou e o rosto familiar apareceu na sua frente. Ele sorriu e disse: "Entre no carro, vou te deixar em casa".

"Não precisa, obrigada. O meu apartamento não fica muito longe daqui. Eu vou de ônibus", ela recusou com educação.

No entanto, Allen não a ouviu: "Por favor, me deixe te levar até em casa".

Arianna não pôde negar depois de ver seu olhar suplicante.

"Tudo bem".

Ela abriu a porta do carro e se sentou ao lado dele.

Allen sorriu feliz: "Não me trate como seu chefe. Me trate como um amigo seu, e um amigo pode deixar uma amiga em casa. Não é mesmo?

"Eu realmente não sei o que te dizer". Arianna sorriu sem jeito.

Depois de perceber que Lancelot sempre a tratava de uma forma fria e indiferente, ela imaginava que todo CEO era como ele. Ela não esperava que alguém como ele fosse tão amigável e gentil com ela.

"Sabe, eu sempre tratei os meus subordinados como amigos, especialmente aqueles que estão diretamente associados a mim. Um exemplo é Osborn. Ele é mais meu amigo do que meu assistente. Você é a minha secretária agora. Ficarei mais feliz se você pensar que sou seu amigo e não que sou seu chefe".

Arianna acenou com a cabeça e disse: "Vou tentar".

"Ótimo", após alguns momentos de hesitação, Allen perguntou: "Uh... Você vai estar livre nesse fim de semana?", seus dedos estavam cruzados. Ele olhou para ela com curiosidade.

Arianna não sabia o que iria responder. Depois de refletir um pouco, ela respondeu: "Hum, eu não vou estar ocupada, mas prefiro ficar em casa com minha família nos fins de semana", ela olhou para ele hesitante.

"Eu entendo", ele estava nervoso. Ele lambeu os lábios e reuniu coragem para perguntar novamente: "Vou participar de um banquete nesse fim de semana e preciso de uma companhia feminina ao meu lado. Como você sabe sou novo na cidade, não conheço ninguém aqui. Você pode me acompanhar?", sua garganta estava seca e ele engoliu em seco.

Arianna pensou um pouco antes de responder, "Tudo bem. Eu vou junto com você".

Allen ficou muito feliz, mas escondeu sua empolgação e apenas sorriu. Quinze minutos depois, Arianna pediu ao motorista que parasse o carro em frente do prédio que morava.

Allen olhou para o antigo prédio de vários andares pelo para-brisa e perguntou: "Você mora aqui?"

"Sim, muito obrigada por me dar uma carona até aqui. Tchau, Sr. Black".

Arianna estava prestes a abrir a porta, mas o homem a interrompeu quando ele disse seriamente: "Me chame de Allen".

Ela sorriu e disse: "Tudo bem, Allen. Vejo você amanhã no trabalho".

Allen sorriu e assentiu com a cabeça.

Arianna saiu do carro e entrou no prédio. Allen continuou olhando para ela até que ela sumiu de vista.

Meia hora depois. Na sala privada de um clube sofisticado.

Três jovens bonitos estavam conversando e bebendo alegremente. O homem de cabelo castanho escuro exclamou feliz: "Oh, cara... Eu tô muito feliz por você. Ainda me lembro de como você costumava olhar a foto dela no seu celular".

Outro homem extremamente bonito disse com sua voz profunda e fria: "Mas ele nunca nos mostrou essa foto".

"Vou trazer ela para o banquete nesse fim de semana", Allen sorriu timidamente.

"Lancelot, olha pra ele... Ele tá todo corado", o homem de cabelos castanhos riu.

"Pare com isso, Harvey. Eu vou te matar", Allen dá um soco em seu braço.

Harvey se escondeu atrás de Lancelot e exclamou: "Lancelot, me salva o Allen enlouqueceu".

"Seu...", Allen se levantou e se aproximou dele para bater nele novamente.

"Tudo bem, se acalmem", Lancelot os interrompeu, "Vocês ainda continuam brigando como se fossem meninos na escola".

Só então Allen se sentou no sofá, e ficou olhando feio para Harvey e começou a arrumar seu terno cinza que estava levemente amassado.

"E você Harvey...", Lancelot puxou seu braço para que ele parasse de se esconder atrás dele, "Pare de provocar Allen. É bom que ele a encontre depois de tantos anos sem a ver novamente. Testemunhamos seu amor silencioso por essa garota desconhecida que salvou a vida dele há oito anos atrás".

Harvey gemeu: "Oh, vocês dois são chatos. Eu só queria me divertir um pouco. De qualquer forma, eu vou embora." Ele abriu a porta e saiu da sala privada.

"Ele ficou com raiva?", Allen ficou um pouco ansioso ao ver ele sair.

"Nah... Ele vai procurar alguém. Não se preocupe com ele. Vamos aproveitar e beber mais um pouco."

Eles pegaram as taças de vinho e brindaram.

Allen tomou um gole e perguntou: "Hum... E Natasha? Você a encontrou?

"Não", Lancelot disse impotente e se recostou no sofá. Um lampejo de tristeza surgiu em seus olhos quando Allen a mencionou: "Ela não quer voltar, ela ainda me culpa pelo acidente".