Quando o Passado Bate à Porta
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Quando o Passado Bate à Porta

Gavin
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Introdução

Dediquei uma década da minha vida a construir o nosso império, lado a lado com Sofia, minha noiva e a brilhante CEO da agência.

Eu era Tiago, o Diretor Criativo, o cérebro por trás das campanhas que nos trouxeram fama e prémios, sempre confiando nela para gerenciar as finanças, com uma fé cega no nosso futuro a dois.

Até o dia em que o desastre aconteceu: a apresentação de Léo, o protegido do nosso principal investidor, era um plágio vergonhoso.

Minha voz, embora calma, carregava a firmeza da verdade quando denunciei: "Léo, isto é uma cópia. Não vai funcionar e vai arruinar-nos."

A humilhação pública de Léo na frente da equipe transformou o olhar de Sofia num abismo de frieza.

No silêncio gélido do escritório dela, recebi o ultimato que desfez meu mundo: "Ou você supervisiona o Léo, garantindo que as ideias dele 'funcionem' , ou a nossa relação... e seu lugar aqui, acabam."

Senti o chão desmoronar sob os meus pés. Era ela pedindo para eu ser a "ama-seca" do homem que considerava incompetente.

Minha recusa foi imediata. A palavra "Acabou" selou meu destino e ecoou pela sala.

Saí demitido, levando comigo apenas uma caneca.

Mas o verdadeiro golpe, a facada mais profunda, veio ao consultar minha conta bancária: uns miseráveis R$ 342,15.

Sofia, a mulher a quem entreguei meu coração e minhas finanças, tinha me deixado sem nada.

Cada salário, bónus, prêmio em dinheiro... tudo para uma conta conjunta que ela controlava, sem qualquer escrúpulo.

Chegando ao nosso apartamento, ouvi risadas que rasgaram minha alma: Sofia e Léo, juntos na cozinha, zombando de mim, da minha ingenuidade.

"Ele não tem nada sem mim" , dizia ela, com uma frieza que eu nunca conhecera.

A traição financeira, a humilhação pública, a revelação de um amor que nunca existiu... Fui um idiota.

Como pude ser tão cego? Uma década da minha vida, jogada no lixo por uma ilusão cruel.

Mas no fundo do abismo da raiva e da dor, uma chama de determinação ascendeu.

Este não era o fim. Era o prelúdio da minha ascensão.

Com as mãos trémulas, mas com a mente clara, peguei o meu telefone e liguei para um número que, por lealdade cega, havia negligenciado.

"Alô, Ricardo? É o Tiago. Aquela oferta para a 'Vanguarda Criativa' ... ainda está de pé?"

                         

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