Capítulo 2 2- Dor

Lucca se movimenta oferecendo a mão pra Rosália, seus inúmeros seguranças formando um escudo enquanto saem do restaurante.

Ele embarca dirigindo um de seus próprios carros, um SUV Inteiramente negro, os vidros não permitindo que o mundo veja sua face ou qualquer detalhe de sua intimidade enquanto guia pelas ruas desertas na noite siciliana.

Distraído com algo engraçado que sua mulher lhe diz, ele não vê na contra mão uma enorme van negra, tiros começam a estourar e balas ricocheteando no asfalto o tiram de seu torpor .

Com um reflexo rápido ele saca sua própria arma, embora os seguranças estejam em seu encalço e respondam ao fogo inimigo. Seu pânico aumentando por estar sendo atacado dentro de seu território, junto de sua esposa e em uma região de pouquíssimo acesso para máfias rivais a não ser a N'drangheta.

Rapidamente ele vê mais carros saírem de uma via lateral, paralelo ao túnel que iriam atravessar, o comboio fecha a passagem e Lucca diminui a velocidade tentando retornar por onde veio, mas a van negra lhe corta o caminho isolando seu carro dos demais carros de sua segurança.

Homens armados com sub-metralhadoras descem dos carros apontando para eles, sem ter o que fazer Lucca pede que Rosália se esconda debaixo do banco, o que ela faz de imediato enquanto ele desce tentando atirar no máximo de inimigos que puder, se vai ser morto que seja em combate e não rendido como um cordeiro.

Mas um dos soldados inimigos lhe acerta um tiro no braço, sua arma voando longe e ele sabe ser seu fim, provavelmente será fuzilado ou capturado para ser torturado antes de ser morto. Ele só reza para que pensem que estava sozinho no carro, embora uma arapuca dessas não seja aleatória, provavelmente o estavam vigiando desde o restaurante que ele não queria de forma nenhuma ir, tendo ido somente por insistência de sua esposa, a proximidade com território da N'drangheta o deixando apreensivo, embora estejam em paz.

Um dos soldados se aproxima e ele sabe que sua hora chegou, antes de ouvir o barulho do tiro que encerrará sua vida ele ainda tenta enfrentar os homens que se aproximam com seus punhos, mas uma coronhada de fuzil o leva para a escuridão.

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Lucca olha em volta ainda com a visão turva, o gosto metálico e amargo na boca lhe dando a plena certeza que foi drogado. Ao tomar consciência ele sabe que está preso pendurado ao teto por grossas correntes, somente as pontas de seus pés tocando o chão de forma leve.

A dor no braço ferido aumentada, pela situação de seu braço sustentando seus mais de 90 quilos.

Ao clarear a vista ele vê sua esposa, Rosália está desmaiada e amarrada a uma cadeira, um de seus sapatos perdido e somente um dos pés calçado. Seu belo cabelo que antes ostentava um penteado preso, se espalha por seu rosto impedindo Lucca de ver seu rosto de forma clara.

- Vejo que o príncipe acordou! Estava te esperando pra começarmos a festa! Quem fala é ninguém menos que Giane Grecco e Lucca impulsiona o corpo pra frente em fúria.

- O que houve Grecco? Você agora sequestra pessoas pra dizer olá?

Rosália é despertada com tapas no rosto pelo mafioso e Lucca grita para ele tentando atrair sua atenção para si, seja lá o tipo de traição que os Grecco estejam fazendo, sua esposa é uma deles e não faz sentido a terem trazido junto! Menos ainda lhe aplicarem tortura sendo ela uma mulher da família Grecco.

Ela acorda e ao contrário do que ele imagina, não grita ou se desespera, seu semblante se mantém pálido de espanto, mas ela não chora ou implora para o primo que a solte.

- Olha quem acordou, agora sim podemos ter uma festa digna do casal de príncipes!

- Meu pai vai acabar com você Giane, o que pensa que está fazendo? Vicenzo vai tirar sua pele pedacinho por pedacinho! Ela fala calma, enquanto Giane anda em sua volta.

- Deixe Rosália ir, não à machuque! É a mim que você quer, ela é seu sangue.... Lucca pede com uma ponta de desespero em sua voz, quando vê Giane usar uma adaga para cortar a frente do vestido de sua esposa.

- Quanta pretensão rapaz, achar que você me importa! Ela deveria ser minha e meu pai a deu para você, em troca de quê? Uma aliança... somos os Grecco, poderíamos destruir seu território, caçar vocês como os ratos que são... mas não, o velho escolheu tirá-la de mim e fazer a política da boa vizinhança! Só estou tomando de volta o que é meu Spadaro!

Ele fala concentrado em cortar e arrancar os trapos que viraram o vestido de Rosália, Lucca reza por um milagre, pensando o que terá sido feito de seus seguranças.

- Grecco você não precisa fazer isso, vamos resolver isso como homens! Ou está com medo de mim?

Giane Grecco se aproxima dele e Lucca respira aliviado, conseguiu lhe chamar a atenção e tirá-lo de perto de sua esposa, pensando em quanto tempo levará para que seus soldados os encontrem.

- Vamos combinar uma coisa Spadaro, você se cala pra não atrapalhar nosso encontro romântico e eu não te retalho antes da diversão, que tal? Ele fala e Lucca sente a pior dor que já sentiu na vida, a adaga desce sobre um dos lados de seu rosto e com horror ele sente quando a ponta lhe fura um dos olhos, sangue pinga no chão à sua frente e todo seu rosto parece arder, mas ele não emite nenhum som.

Giane lhe dá as costas enquanto seus soldados riem e fazem piada sobre ele agora poder ver somente a metade do espetáculo. Achando que nada poderia doer mais do que ter o rosto e o olho retalhados... Lucca vê quando Giane arranca Rosália da cadeira, os gritos de ambos rompendo o silêncio ao mesmo tempo.

Ela grita enquanto o próprio primo a joga no chão de bruços, Lucca implora e ameaça o homem, mas é em vão! Ele vê quando Giane abre seu zíper retirando seu membro rígido para fora.

- Huuummm vamos ver, essa boceta parece muito usada! Que tal esse rabo? Acho que o franguinho nunca deve ter comido esse cu, não igual a mim! O homem fala, enquanto de uma só vez empurra seu mastro entre as nádegas da mulher de Lucca. Seu grito reverberando no galpão e os soldados de Giane rindo como se fosse uma piada.

O que se segue é um sucessão de homens e o próprio Giane.... entrando e saindo do corpo de sua esposa com violência.

Sem ter como se soltar ele tenta virar o rosto, mas alguém lhe segura a cabeça o forçando a olhar, Rosália já não grita mais, seus pedidos de socorro para ele morreram em sua garganta e somente uma expressão de dor e confusão permeia seu rosto branco, enquanto Giane e uma fila de soldados violam seu corpo, as vezes dois ao mesmo tempo e Lucca grita implorando que parem, chegando a lhes oferecer qualquer coisa para que parem ... sua esposa, sua Rosália.... ele faria qualquer coisa pra que a deixassem em paz, não faz sentido não pedirem nada, somente a violarem sem lhe fazer exigências! Certamente serão ambos mortos, senão já teriam parado com a tortura e lhe pedido algo. Sem coragem pra desistir de lutar ele chuta o homem que o segura, seus gritos implorando pra que parem saindo roucos, uma chuva de golpes atinge seu corpo, o soldado que ele chutou lhe dando o troco, sua mente já sem capacidade de raciocinar, enquanto ele vê a adaga de Giane brincar diante de seu rosto e o sorriso sádico do outro, enquanto aprecia seu trabalho no belo rosto que ele tanto odeia.

O sangue empossa debaixo de onde está pendurado e Rosália tem os olhos parados em sua direção, Giane parece perder o interesse em retalhar seu rosto e se vira, ele empurra um dos soldados que monta em sua esposa no chão, Giane faz questão de colocar a moça em uma posição que Lucca veja o que ele vai fazer, a bonita adaga mergulha no meio das pernas dela e é puxada com violência no sentido das nádegas redondas que estão viradas em sua posição de bruços no chão, quase como se ele estivesse eviscerando um animal e Lucca vê o brilho dos olhos de Rosália se apagar por completo, nenhum grito ou respiração.... depois de seis anos de amor ela o deixou e nada mais lhe importa, nem o homem que assovia enquanto anda em sua direção com a adaga ainda suja do sangue de sua amada esposa.

            
            

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