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Lilian sentou-se em sua cadeira, olhando para Gabriel à sua frente, e ela não conseguia entender uma única frase que saía dos lábios dele, mas não demorou muito e ela finalmente o ouviu.
- Srta. Arbex, a senhora só precisa assinar aqui! - Gabriel empurrou o papel em sua direção e apontou para a parte que ela precisava assinar, e Lilian pegou a caneta, mas antes de escrever seu nome no papel, sua mão parou quando algo passou por sua mente.
- Srta. Arbex, sobre a pensão alimentícia, o presidente a transferirá diretamente para a sua conta. E também, a casa em que você mora agora será entregue a você como uma compensação, além de receber algumas ações da empresa em seu nome. - Gabriel explicou mais algumas coisas.
- Certo. Por favor, envie todo o dinheiro para esta conta. - Lilian escreveu sua conta bancária, que ela nunca acessou depois de se casar com Ethan.
Quando ele viu a conta, ficou um tanto surpreso, afinal, era uma conta em um banco conhecido apenas por magnatas. Como ela tinha uma conta lá?
- E também, quero que venda todas as ações que Ethan me deu, e também transfira para está conta! - Instruiu Lilian. - Além disso, a casa, pode vender, eu não tenho interesse em morar lá!
Lilian nunca ficará sozinha na casa que pertencia ao casal, porque ela sempre se lembrará dele se permanecer lá, e a casa da sogra dela fica bem ao lado da deles. Como ela poderia sobreviver naquele lugar?
- Mas, senhora, aquela casa é um patrimônio da família Legrand! - Gabriel ficou surpreso que aquela mulher quisesse vender a casa.
- Sim. E daí? Ele não me deu a casa?
- Mas, tem certeza de que quer vender aquela casa, senhora!?
- Sim, mas venda depois que eu me mudar! - Respondeu Lilian, e logo em seguida, ela assinou o documento sem hesitar. - E, Sr. Monteiro, pode ir agora e dizer a ele que, se um dia ele me vir, peça para ele me ignorar, porque eu também farei isso.
Lilian desviou o olhar de Gabriel porque não queria que este homem testemunhasse sua tristeza, e também, queria que Gabriela dissesse a Ethan que ela concordava com o divórcio.
No momento em que Lilian ouviu a porta finalmente se fechar, toda a resistência que ela havia demonstrado diante de Gabriel desapareceu de repente, e seus ombros caíram, e Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
Depois de chorar por um tempo, Lilian sentiu seus olhos arderem porque não havia mais lágrimas para rolar, e agora, ela só queria ir dormir em algum lugar, e talvez, depois de um longo sono, ela possa esquecer tudo.
Mas, ao se levantar de onde estava sentada, ela sentiu sua cabeça girar, e seu olhar escurecer, e com dificuldade, ela saiu daquela sala, mas ao chegar a entrada principal, não pôde deixar de sorrir amargamente enquanto olhava para o céu.
O céu parecia compartilhar o mesmo sentimento que seu coração, escuro com o estrondo do trovão, e não viu ninguém andando do lado de fora, nem táxis estacionados em frente ao prédio, como se tivessem evitado a forte chuva que estava prestes a atingir a cidade.
Sob o céu escuro e sombrio, Lilian caminhava pela trilha de pedestres sob a luz fraca dos postes de luz. Ela não se importava quando os outros a olhavam de forma estranha - como se observassem uma mulher vagando na chuva, com o cabelo e o vestido molhados.
Ela só queria caminhar e implorar para que a chuva apagasse os vestígios de Ethan e sua maldita família da sua mente, e em meio aos seus pensamentos caóticos, Lilian começou a pensar em seu futuro.
Ela deveria voltar para sua família?
Essa pergunta persistia em sua mente, mas a ideia de seus pais repreendendo-a como sempre por não estar grávida a afastou, e ela não podia voltar para lá.
Depois de vários passos e minutos, Lilian finalmente parou em um cruzamento, e sua mente começou a ficar em branco, como se uma névoa escura envolvesse seus pensamentos, e um leve sorriso apareceu quando ela viu uma luz vermelha.
Antes que sua cabeça atingisse o asfalto molhado, seus olhos se abriram lentamente, e ela viu a luz se aproximando e parou de repente não muito longe dela.
Um farol. Pneus cantando. E então, escuridão.
- Por que você parou!? - Lilian murmurou antes que a escuridão a consumisse.
Ao abrir os olhos novamente, ela viu um homem de meia-idade, de jaleco branco, parado ao lado da cama, e percebeu que estava no hospital.
Ela olhou ao redor e ficou chocada ao perceber que estava na sala de emergênci, e muitas camas de hospital estavam alinhadas perto da dela, mas apenas algumas estavam ocupadas. Ela não conseguia se lembrar do que lhe acontecera, e a última coisa de que se lembrava era de estar caminhando na chuva.
- Doutor, por que eu estou aqui? - Lilian perguntou ao médico.
- Srta. Arbex, a senhora finalmente acordou! - Cumprimentou-a o médico gentilmente, e duas enfermeiras ao lado dele também sorriram para ela. - Você teve um colapso, provavelmente por causa do estresse e da hipotermia. Mas vai ficar bem.
Lilian sorriu levemente para eles, e começou a se lembrar do que acontecera antes de caminhar na chuva.
Ethan!
Só de pensar nele, a ferida em seu coração reabriu, e a dor que havia desaparecido em meio à chuva forte começou a atormentá-la novamente, e de repente, Lilian se sentiu sufocada, lembrando-se do que acontecera no restaurante, e seu peito estava pesado e sua respiração ofegante.
Lentamente, ela levantou a mão para esfregar o peito, aliviando a pressão e distraindo os pensamentos, mas quanto mais tentava, mais evidente a imagem de Ethan se tornava, e enquanto lutava para respirar, ela notou o médico instruindo rapidamente a enfermeira a administrar oxigênio para ajudá-la a respirar normalmente. Ela os interrompeu.
- D-Doutor, não precisa. Eu estou... bem! - Lilian disse com a voz ofegante. Ela se sentia sufocada, não porque algo tivesse acontecido com seu peito, mas porque se lembrava da dor que Ethan lhe causara.
Ainda era difícil para Lilian acreditar que seu status mudara tão rápido. De manhã, ela estava casada; à noite, divorciada. A dor e a decepção que sentia persistiam. Como ela poderia explicar isso aos outros, especialmente à família? Só de pensar nisso, seu peito doía ainda mais.