Capítulo 4 CP 04

- Tem certeza, Srta. Arbex? - Perguntou o médico enquanto verificava seu estado.

- Sim, Doutor. Estou bem... - Ela tentou tranquilizar o médico, dizendo que estava bem, no entanto, antes que pudesse se sentar direito, sentiu o ambiente ao redor girar, e incapaz de resistir à tontura, ela fechou os olhos com força e deitou-se na cama. - Eu sinto como se tudo ao meu redor estivesse girando!

- Srta. Arbex, a senhora acordou rápido demais. Tente respirar fundo e reabra os olhos lentamente. Não se levante rápido demais; vá com calma, e você ficará bem.

Lilian seguiu as instruções do médico, e surpreendentemente, conseguiu sentar-se na beira da cama sem sentir o ambiente girando.

- Você está se sentindo melhor agora, Srta. Arbex? - Lilian sorriu para o médico e assentiu. - A senhora se lembra do que aconteceu? - O médico perguntou novamente.

- Não, doutor. Por que estou aqui?

- Você chegou desmaiada aqui, no entanto, depois que verificamos seu sinais, a senhora estava bem, era apenas canseira, e seu corpo não suportou o frio porque ficou exposto à chuva por muito tempo... - Explicou o médico.

Lilian ficou surpresa ao perceber que havia perdido a consciência na chuva, no entanto, um segundo depois, sentiu o sangue gelar, como ela poderia pensar em tirar sua própria vida?

Que estupidez!

- Srta. Arbex, se quiser brincar na chuva da próxima vez, sugiro que faça isso rapidinho... - O médico a provocou de brincadeira, e Lilian não conseguiu evitar sorrir, embora ainda se sentisse brava consigo mesma, silenciosamente, em seu coração.

- Doutor, posso saber quem me trouxe aqui? - Perguntou Lilian.

- Um rapaz. Desculpe, senhora, não sei a identidade dele, mas foi ele quem registrou a sua identidade na administração. - Uma enfermeira de cabelos curtos respondeu.

Lilian franziu a testa.

- Ele ainda está por aqui? Você pode chamar ele? Preciso agradecê-lo. - Ela estava curiosa para saber quem a trouxe para aquele pronto-socorro, e também, estava preocupada que a pessoa pudesse conhecer Ethan.

Ela não queria que Ethan ou a família Legrand soubessem que ela estava naquele lugar.

- Ele saiu do hospital logo em seguida, mas deixou apenas um bilhete, só que está com a minha chefe, e ela não está aqui agora. - Disse a enfermeira, olhando para o relógio. - Ela irá retornar depois do horario da janta.

- Tudo bem, vou esperar! - Respondeu Lilian, que depois olhou para o médico. - Eu já posso ir para casa? Estou me sentindo muito melhor.

Ela queria ir para casa imediatamente e tirar suas coisas de lá, mas o médico não respondeu, mas olhou para a enfermeira ao seu lado como se tivesse dando instruções.

- Claro, você pode sim, mas sugiro que ligue para o seu marido para buscá-la. Não é seguro ir para casa sozinha, ainda mais este horário!

Ao ouvir o médio pedir que ligasse para o marido, Lilian sentiu o coração doer novamente. Mas as últimas palavras dele a surpreenderam, e olhando para o relógio de parede, ela se assustou ao perceber que já passava das onze horas.

Lilian respirou fundo em silêncio enquanto tentava encontrar sua bolsa, pois precisava do celular para ligar para Ana, sua babá e amiga desde a infância.

- E antes que eu me esqueça, Srta Arbex. Parabéns! - Antes que Lilian pudesse pedir sua bolsa, o médico disse com um sorriso.

- Parabéns? Pelo que? - Ela perguntou confusa.

Por que esse médico a parabenizou?!

- Você não sabia? - O médico perguntou surpreso. - Você está grávida, de dois meses.

Quando o médico disse isso, Lilian sentiu como se tivesse sido atingida por um raio, e sentiu seu coração acelerar.

- Está... certo disso?

- Fizemos os exames. Você está saudável. O bebê também.

- D-Doutor, você... você disse que eu estou grávida!? - Lilian perguntou, precisando de confirmação de que não tinha ouvido errado.

- Por que você está assustada? Eu pensei que já soubesse dada a quantidade meses, mas sim, você está grávida! - Ele confirmou novamente, tentando esconder sua suspeita de que aquela mulher talvez não quisesse aquela gravidez. - Vou pedir para uma das enfermeiras então, marcar uma consulta com nossa ginecologista amanhã, tudo bem? Estou preocupado que seu estado emocional atual possa afetar sua gravidez.

Lilian ficou chocada demais para prestar atenção às palavras do Doutor, e quando ele finalmente saiu, ela só conseguiu acenar e agradecer.

Apenas uma enfermeira permaneceu com ela, mas ela não disse nada, pois estava perdida em seus próprios pensamentos sobre a notícia repentina de sua gravidez.

Nos últimos anos, ela tentou vários métodos para engravidar, no entanto, todas as suas tentativas falharam, mas agora, o médico tinha acabado de confirmar que ela estava grávida.

Como ela poderia engravidar naturalmente? Era difícil para ela acreditar, mas parecia um milagre.

- Senhora, você ainda vai embora? - Perguntou a enfermeira, interrompendo os pensamentos profundos de Lilian. - Se sim, eu posso ajudar com a papelada.

Lilian balançou a cabeça em resposta à enfermeira, pois seus planos haviam mudado ao saber da gravidez.

Ela precisava ficar naquele hospital e pensar no próximo plano.

- Como o doutor pediu uma consulta com a ginecologista amanhã, prefiro ficar em um quarto privativo, tudo bem?

- Claro, senhora. Vou providenciar isso para a senhora! - Respondeu a enfermeira.

- Você precisa do meu documento de identidade ou algo assim para me registrar? - Perguntou Lilian enquanto tentava encontrar sua bolsa.

- Não precisa, senhora, mas irei verificar se ainda há um quarto disponível... - A enfermeira fez uma pausa, olhando para Lilian em silêncio enquanto pensava em algo. - A senhora prefere um quarto VIP ou compartilhado?

- O melhor quarto neste hospital, pois dinheiro não é problema para mim! - Respondeu Lilian com um sorriso.

Lilian percebeu que a enfermeira parecia preocupada, como se estivesse preocupada por não ter condições de pagar pela ala VIP.

- Sim, senhora! - A enfermeira assentiu e se desculpou, no entanto, parou quando Lilian a chamou.

- Enfermeira, você viu minha bolsa?

- Quando você chegou, todas as suas coisas estavam encharcadas, e levamos para tentar secar, mas eu já trago para a senhora! - A enfermeira explicou.

- Obrigada!

Lilian se lembrava de caminhar na chuva antes de perder a consciência, e sua bolsa de marca não lhe importava, na verdade, ela só precisava do celular, e ligar para Ana, e avisar porque ela não voltaria para casa naquele dia.

            
            

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