A Escolha Fatal do Meu Marido
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Capítulo 2

O meu pai, Afonso, um homem que raramente se zangava, explodiu.

"Miguel, a minha filha quase morreu! Ela está no hospital com uma perna partida e múltiplas fraturas! E tu chamas a isso 'uma coisa pequena'?"

Ele gritou ao telefone, a sua voz a tremer de raiva. "Onde estava o teu filho precioso quando a minha filha precisava dele? A cuidar de um tornozelo torcido? Que piada!"

A voz de Miguel vacilou por um momento, mas ele rapidamente recuperou a sua arrogância. "Isso... isso não é desculpa para pedir o divórcio! A Sofia está a ser dramática. A Clara é como uma filha para mim, ela precisava de nós!"

"Como uma filha? Então a minha filha, a tua nora, não é nada para ti?" o meu pai retorquiu, antes de desligar o telefone com força.

Ele olhou para mim, os seus olhos cheios de dor e arrependimento. "Desculpa, minha filha. Foi culpa minha. Eu devia ter visto o tipo de família em que te estavas a meter."

Eu abanei a cabeça. "Não é culpa tua, pai."

O meu pai sempre me apoiou. Quando eu decidi casar com o Lucas, ele expressou as suas preocupações, mas no final, respeitou a minha decisão.

Agora, o seu coração estava partido por mim.

O divórcio era inevitável.

No dia seguinte, um advogado que o meu pai contratou veio visitar-me no hospital. Ele era calmo e profissional.

"Sra. Almeida," disse ele, "com base no que me contou, temos um caso forte para o divórcio por abandono emocional e negligência. Vamos garantir que receba uma compensação justa."

Eu assenti, sentindo um pequeno alívio. Pelo menos não teria de enfrentar isto sozinha.

Dois dias depois, Lucas finalmente apareceu no hospital. Ele não veio sozinho. Clara estava com ele, apoiando-se nele de forma dramática, o seu tornozelo envolto numa ligadura imaculada.

Ela parecia pálida e frágil, como uma flor delicada.

"Sofia," começou Lucas, com um tom de repreensão. "Eu sei que estás chateada, mas pedir o divórcio é ir longe demais. Pensa na nossa família."

Clara acrescentou com uma voz trémula, "Sofia, a culpa é minha. Eu não devia ter incomodado o Lucas. Por favor, não te zangues com ele."

Eu olhei para eles, uma dupla perfeitamente ensaiada. A minha raiva era uma chama fria dentro de mim.

"Fora," eu disse, a minha voz baixa mas firme.

Lucas franziu a testa. "O quê?"

"Eu disse, saiam. Ambos."

"Sofia, não sejas ridícula," disse Lucas, a sua paciência a esgotar-se. "Estamos aqui para resolver as coisas."

"Resolver as coisas?" Eu ri, um som seco e sem alegria. "Não há nada para resolver. Eu quero o divórcio, Lucas. É o fim."

Clara começou a chorar, soluços suaves que pareciam calculados para despertar simpatia. "É tudo culpa minha... eu vou-me embora... assim vocês podem ficar juntos..."

Ela virou-se para sair, mancando de forma exagerada.

Lucas imediatamente a amparou. "Clara, não é tua culpa. A Sofia está apenas a ser teimosa."

Ele olhou para mim com desapontamento. "Eu não posso acreditar que te tornaste nesta pessoa, Sofia. Tão fria e sem coração."

Sem coração? Eu quase morri, e ele chama-me sem coração?

"Saiam," repeti, a minha voz a subir. "Agora!"

O meu pai, que tinha saído para ir buscar um café, voltou e viu a cena. A sua expressão endureceu.

"Lucas, leva a tua... irmã... e sai. A minha filha precisa de descansar."

Lucas olhou para o meu pai, depois para mim, e finalmente saiu, arrastando Clara com ele.

Quando eles se foram, o meu pai sentou-se ao meu lado. "Eles não têm vergonha," murmurou ele.

Eu fechei os olhos, exausta. A batalha estava apenas a começar.

            
            

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