Renascida das Cinzas: A Vingança da Ex-Esposa
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Capítulo 3

Dois dias depois, tive alta do hospital.

A minha amiga de infância, Clara, veio buscar-me. Ela abraçou-me com força à porta do hospital.

"Eu sinto muito, Eva. Tanto."

Eu encostei a minha cabeça ao seu ombro, sentindo-me grata pela sua presença.

"Obrigada por teres vindo, Clara."

"Sempre. Para onde queres ir? Não podes voltar para aquela casa."

Ela tinha razão. A casa que partilhei com o Miguel já não era o meu lar. Era apenas um lugar cheio de memórias dolorosas.

"Leva-me para o apartamento antigo do meu pai", pedi.

Era um lugar pequeno no centro da cidade, que estava vazio desde que o meu pai morreu. Era o único bem que ele me deixou, um lugar que o Miguel não podia tocar.

Quando chegámos, o apartamento estava poeirento e cheirava a mofo, mas era um refúgio.

Clara ajudou-me a limpar um pouco e encomendou comida.

Enquanto comíamos em silêncio, o meu telemóvel vibrou. Era uma mensagem de um número desconhecido.

Abri-a. Era uma fotografia.

Sofia, deitada numa cama de hospital, com o Miguel a segurar-lhe a mão. Ela sorria para a câmara, um sorriso vitorioso.

A legenda dizia: "Ele escolhe sempre quem ele ama de verdade."

O meu estômago revirou-se. A provocação era tão descarada, tão cruel.

Mostrei o telemóvel à Clara.

Ela ofegou, os seus olhos a arder de raiva.

"Que cabra! Ela tem a audácia de te enviar isto?"

"Ela quer que eu reaja. Quer que eu desista", disse eu, apagando a mensagem.

"E tu vais?", perguntou Clara, a sua voz preocupada.

Eu abanei a cabeça.

"Não. Ela acabou de me dar mais uma razão para lutar."

Lutei contra a vontade de chorar. Em vez disso, uma raiva fria e determinada começou a crescer dentro de mim.

Eles não me iam destruir.

Eu ia reerguer-me das cinzas da minha antiga vida.

            
            

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