A Luta da Mãe Abandonada
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Capítulo 4

Contratei uma advogada, a Dra. Campos. Uma mulher pequena e enérgica, com um olhar que não deixava passar nada.

"Eles vão tentar pintar-te como uma mãe instável e vingativa", disse ela na nossa primeira reunião. "Temos que estar preparados."

Ela estava certa.

Na semana seguinte, o Diogo apareceu em casa da minha mãe. Sem avisar.

Eu estava a amamentar o Tiago no sofá quando a campainha tocou.

A minha mãe abriu a porta.

"Diogo. O que queres?"

"Eu vim ver o meu filho."

Ele passou por ela e entrou na sala. Os seus olhos pousaram em mim e no Tiago.

A sua expressão suavizou-se.

"Inês... Ele é tão pequeno."

Ele deu um passo na nossa direção. Eu encolhi-me instintivamente, apertando o Tiago contra mim.

O olhar dele endureceu ao ver a minha reação.

"Não precisas de ter medo de mim. Eu sou o pai dele."

"Um pai que não estava lá quando ele nasceu."

A minha voz era fria como gelo.

A dor brilhou nos seus olhos, rapidamente substituída pela raiva. A mesma raiva de sempre.

"Já te pedi desculpa! O que mais queres que eu faça? Que me arraste aos teus pés?"

"Eu quero que vás embora."

"Não vou a lado nenhum sem ver o meu filho."

Ele estendeu os braços. "Dá-me ele."

"Não. Ele está a comer."

"Eu espero."

Ele sentou-se na poltrona em frente a mim, de braços cruzados, a olhar para mim.

O ar na sala ficou pesado, irrespirável.

O Tiago, sentindo a tensão, começou a choramingar.

Tentei acalmá-lo, mas o meu corpo estava rígido.

"Vês? Estás a deixá-lo nervoso", disse o Diogo, com um tom acusador.

"És tu que o estás a deixar nervoso! A tua presença aqui!"

A minha mãe interveio.

"Diogo, é melhor ires. Estás a perturbar a Inês e o bebé."

Ele levantou-se de repente, o rosto vermelho de fúria.

"Isto é ridículo! É a minha casa também! Não, espera, eu paguei parte disto!" ele gritou, apontando para a minha mãe.

"Sai da minha casa, Diogo. Agora." A voz da minha mãe era perigosamente calma.

Ele olhou de mim para a minha mãe, e depois para o Tiago. Ele sabia que tinha perdido.

"Isto não fica assim, Inês. Vais ouvir falar do meu advogado."

Ele saiu, batendo a porta com força.

Caí para trás no sofá, exausta. O confronto tinha-me deixado sem forças.

Isto era apenas o começo. Eu sabia disso.

                         

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