Minha Liberdade, Sua Punição
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Capítulo 2

No dia seguinte, eu estava prestes a sair quando vi Pedro e Sofia no andar de baixo.

Eles estavam em frente ao carro de casamento que eu mesma havia escolhido, um Maserati branco.

Sofia estava sentada no banco do passageiro, sorrindo docemente enquanto Pedro se inclinava para ajudá-la a afivelar o cinto de segurança, seus movimentos eram gentis e cuidadosos, um cuidado que antes era exclusivamente meu.

Depois de afivelar o cinto, Pedro se inclinou e beijou os lábios de Sofia.

A cena era tão harmoniosa que me senti uma intrusa.

Sofia me viu parada na entrada do prédio e seu sorriso se tornou ainda mais provocador.

"Laura, que coincidência, você está saindo? Nós vamos experimentar os vestidos de noiva, quer vir junto?"

Sua voz era alta, atraindo a atenção dos vizinhos que passavam.

Pedro apenas olhou para mim com indiferença, como se não me conhecesse, e até mesmo mostrou um pouco de impaciência.

Ele entrou no carro, deu a partida e saiu, o escapamento do carro soltou uma fumaça que me atingiu no rosto, sufocante e desagradável.

Eu fiquei ali, sentindo os olhares curiosos e simpáticos dos vizinhos, e meu coração se encheu de uma amargura indescritível.

Quando voltei para a casa que um dia foi nosso lar, descobri que minhas coisas haviam sido jogadas para fora.

Minhas roupas, meus livros, meus itens de uso pessoal, tudo estava amontoado em caixas de papelão, jogado de qualquer maneira ao lado da porta, como um monte de lixo.

Tia Maria, a empregada, estava ao lado com uma expressão de desculpa.

"Senhora, me desculpe, foi a senhorita Sofia quem mandou eu fazer isso, eu não pude impedi-la."

Nesse momento, a porta do apartamento se abriu e Pedro saiu.

Ele olhou para a bagunça no chão com uma expressão fria.

"O que é todo esse lixo? Tia Maria, jogue tudo fora."

Sua voz era desprovida de qualquer emoção, como se as coisas que representavam cinco anos de nossas vidas fossem apenas lixo sem valor a seus olhos.

Minha garganta se apertou e meu coração se contraiu dolorosamente.

Eu respirei fundo, tentando manter a calma.

"Pedro, essas são as minhas coisas."

Ele olhou para mim, seus olhos cheios de desprezo.

"Suas coisas? Laura, você não acha que essas porcarias ocupam espaço?"

Sua voz era fria como gelo, cada palavra me atingia com força.

Eu não disse mais nada, apenas me agachei em silêncio e comecei a arrumar minhas coisas.

Cada item guardava uma memória, a casa que decorei com tanto esmero, o sofá que escolhemos juntos, a cama em que dormimos abraçados.

Agora, tudo isso não me pertencia mais.

Enquanto arrumava, minhas mãos tremiam incontrolavelmente.

Quando terminei de arrumar a última caixa, levantei-me e olhei para Pedro.

"Pedro, espero que você não se arrependa da sua decisão de hoje."

Ele zombou.

"Se arrepender? Eu nunca me arrependo de nada que faço."

Eu sorri, um sorriso cheio de sarcasmo.

"É mesmo? Então por que você continua usando a palavra 'lixo' para descrever as coisas que você mesmo me deu? Se são lixo, então o que você era quando me deu?"

O rosto de Pedro mudou instantaneamente, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu me virei e fui embora, arrastando minhas caixas, sem olhar para trás.

            
            

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