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Apesar de Pedro ser um grande mala-sem-alça que fazia de tudo pra me atrapalhar eu consegui deixar a casa arrumada, Félix alimentado e na escola. Saí pra gastar meu meio tempo de bobeira num shopping próxima a casa do Senhor Guimarães.
Era um shopping muito chique, como tudo era naquele bairro, marquei de encontrar uma amiga, a Roberta, naquele meio tempo. Ela veio apressada me encontrar quando me viu, demos um abraço e fomos rumo a uma cafeteria, onde eu provavelmente pediria um chá gelado e ficaria por isso mesmo.
- Amiga, eu não conseguiria ficar presa naquele apartamento com o filho maior de idade do chefe. - Comentei enquanto sentava na mesa com o chá e o pão de queijo. Ela tomava um enorme cappuccino e cookies.
- Se ele tem um filho maior de idade, por que precisa de uma babá? - Ela perguntou com a pulga atrás da orelha enquanto falava.
Bufei e cruzei os braços, na verdade eu sabia. Eu sabia o motivo, porque o garoto era um moleque criado com pera que não sabia nem cuidar do próprio irmão pequeno.
- Ah gente rica, né Roberta? - Ela respirou fundo. Roberta trabalhava num desses bancos virtuais que ficava ali por perto. Ela dizia que odiava trabalhar naquele lugar, mas que não tinha escolhas, ela precisava de experiencia para conseguir um emprego melhor mais pra frente.
- Cat, o que você acha da gente ir com o Gabriel e a Patrícia naquele bar que você gosta mais tarde? Vai que te anima um pouco as coisas. - Suspirei. Naquela noite eu dormiria na casa do Senhor Guimarães.
- Não posso, Roberta. Vou cuidar do menino até amanhã de manhã. Aí eu tenho dois dias de folga, depois volto.
- Então na sexta você vai estar disponível? - Acenei positivamente com a cabeça.
- Então estamos combinadas.
***
Era quatro e meia quando cheguei no apartamento. Pedro tinha recebido um amigo.
- Pedro, é a Catarina. Cheguei! - Senhor Guimarães havia me dado a chave do apartamento. Aparentemente eu dormiria na sala naquele dia.
"Quem é Catarina?", ouvi um sussurro conforme eu me aproximava do quarto eu consegui ouvir a voz de outro rapaz.
"É a babá gostosa que meu pai contratou pra cuidar do Félix", nesse momento eu apareci na porta do quarto, quase que propositalmente. Vi que Pedro corou logo em seguida. Foi bem engraçado.
Os dois se encontravam jogando algum jogo de tiro num XBOX, eles estavam de frente para uma enorme televisão no quarto dele e quando me viram chegar viraram rapidamente. Chegando a pausar a partida.
- Oi meninos, querem um lanche? Cheguei mais cedo. - O garoto era loiro, tinha um topetinho, olhos claros e era bem branco. Tão bonito quanto Pedro.
- Aí, Lucas! Lanche? - Ele acenou positivamente com a cabeça. - Lanche pô.
- Beleza, vou preparar um sanduíche e um suco. - Eles sorriram abertamente. Eram claramente dois meninos de 18 anos.
***
A noite foi mais tranquila. Era só eu e Felix. Quando eu preparei minha mochila eu tive que escolher um pijama que fosse o menos revelador possível, o que era difícil pra mim. Então acabei escolhendo um de manga longa. Eu estava prontíssima pra dormir, o Felix inclusive já estava na cama e adormecido. Cuidar do pirralho era fácil, difícil era do cavalo velho que era o irmão dele.
Eu estava assistindo novela e comendo pipoca quando o bonito chegou.
- Boa noite, Pedro. - Desde que eu havia voltado eu comecei a tratar o Pedro com certa frieza, como se ele não tivesse me provocado mais cedo e estava sendo até divertido.
- Boa noite, Catarina. - Ele jogou a mochila na poltrona ao meu lado e tirou a camisa pólo que usava.
- Você estuda o que? -Perguntei de forma informal.
- Engenharia da computação. - Ele respondeu com um tom de voz entediado. Eu acenei positivamente com a cabeça tentando parecer interessada, mas na verdade perguntei apenas por curiosidade.
- Massa. - Falei.
- Você tem formação, Catarina? - Era incrível como meu nome ficava gostoso na língua dele. Parecia que ele sabia perfeitamente como se referir a mim. Era muito doido isso, eu me sentia especial, mas na realidade eu sabia que eu não era nem um pouco.
- Relações Internacionais. - Ele acenou positivamente com a cabeça.
- Bem, espero não terminar como você. - Ai aquela doeu.
- Também espero que não. – Ele suspirou, pelo visto ele estava querendo me atingir e não conseguiu. Dei um sorriso faceiro quando ele se virou e foi pro quarto. Não falei mais nada, apenas peguei mais um montinho de pipoca e voltei a ver novela.
Estava ansiosa para saber se a Rose ficaria com Vladimir seu amor.
Enquanto minha vida amorosa estava indo de mal a pior e o filho do meu chefe me achava uma "gostosa" e me provocava como uma forma de mostrar dominância eu seguia minha noite.
Poucos minutos depois ele voltou.
- Sério que você não me acha irresistível? - Eu nunca quis tanto na vida ter o ego de um homem hétero médio como Pedro. Sim, ele era gostoso, charmoso, bonito e sabia muito bem como provocar uma mulher.
Mas daí a dizer que era irresistível era demais.
Ele estava de cueca, comecei a me perguntar quantas cuecas boxer pretas ele tinha. Com ela seu corpo ficava a mostra e eu podia notar um volume nela. Mas eu tentei não pensar muito sobre o assunto porque aquilo me faria mal e não era o mal que eu gostaria de estar fazendo.
- Não.
Ele me encarou sério, começou a andar em minha direção, se ajoelhou na minha frente e com a lateral do dedo indicador segurou meu queixo e me fez olhar em seus olhos cor de cobre.
- Tem certeza?
- Sim.
Ele se levantou e começou a andar pro quarto fazendo barulho sob o piso de madeira.
- Eu sei que você me quer Catarina... Eu sei...
E o pior é que eu tinha plena noção de que ele não estava errado. Eu o queria, mas teria que fazer o que era certo.