Vingança da Viúva Grávida
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Vingança da Viúva Grávida

Gavin
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Introdução

Meu amor por Pedro era tão vasto quanto o oceano que nos unia, um surfista talentoso e uma artista sonhadora, nosso futuro parecia tão certo quanto o nascer do sol.

Mas o mar, que lhe deu a glória, também o levou, deixando um vazio devastador e um segredo crescendo dentro de mim.

Em meio à minha dor, Ana Clara, uma suposta "amiga de infância", surgiu com um sorriso frio e palavras venenosas, afirmando que Pedro nunca me amou e que a verdadeira alma gêmea dele sempre foi ela.

E o golpe mais cruel: ela também estava grávida de Pedro.

Minha reputação foi destruída. Fui pintada como uma golpista interesseira, o alvo de fofocas e acusações que me transformaram em uma pária na minha própria casa.

Senti o chão sumir sob meus pés, a dor da traição ofuscando até mesmo o luto pela perda de Pedro.

"Ele nunca te amou de verdade," ela sussurrava, e cada palavra era um veneno que se espalhava em minha alma.

Como ele pôde esconder isso? Como eu não percebi a verdade em seu olhar antes?

Desesperada, encontrei o diário secreto de Pedro.

Página após página, ele descrevia seu amor por mim, a ansiedade pela chegada de nosso filho e seu maior sonho: um projeto social para crianças carentes, usando o surf como ferramenta de inclusão.

Não eram apenas anotações sobre ondas, mas um plano de vida para nós.

Minhas lágrimas molhavam a tinta, mas não eram mais de desespero, e sim de uma fúria e determinação que jamais imaginei possuir.

Ana Clara podia tentar roubar meu passado e manchar meu presente, mas não podia apagar a verdade escrita naquelas páginas; não podia destruir a memória do verdadeiro Pedro.

Eu lutaria. Pela memória dele. Pela verdade. E pelo futuro do nosso filho.

Com o diário em mãos, fui atrás dos amigos de Pedro e revelei a eles a verdade, a dor da desconfiança se transformando em um apoio inabalável.

Juntos, iríamos realizar o sonho de Pedro.

No dia do evento memorial, Ana Clara usou sua influência para embargá-lo, humilhando-me publicamente e espalhando boatos ainda mais venenosos.

A dor emocional manifestou-se fisicamente, e uma pontada aguda atravessou meu ventre.

Em seguida, ela apareceu, exibindo um colar de concha – um tesouro da família de Pedro, um símbolo do nosso amor – como um troféu profano.

Aquele gesto roubou não apenas um objeto, mas um pedaço da minha história e identidade.

De volta ao ateliê, enquanto rascunhava uma carta de rendição, Ana Clara invadiu meu espaço.

Ela me chamou de "ratinha" e zombou da minha arte.

"Pedro nunca quis nada disso. Ele queria poder, sucesso. Coisas que só a minha família poderia dar. Coisas que eu daria a ele."

Então, ela lançou o golpe final: "Pedro me contou sobre seu verdadeiro dom. Aquele que você mal sabe usar. Aquela empatia estranha, aquela capacidade de sentir o mar, de acalmar as ondas... É poder. E esse poder deveria ser meu."

Com um movimento brutal, ela agarrou meus pulsos.

Uma energia fria e cortante fluiu de suas mãos, e senti uma dor excruciante em minha alma; minha conexão com o mar, minha intuição artística, tudo se esvaía.

Gritei, um som rouco de dor, e desabei inconsciente, a última imagem o sorriso vitorioso dela, a ladra da minha vida e da minha essência.

Pedro chegou e não olhou para mim, mas para Ana Clara, perguntando sobre ela e "nosso bebê" .

Quando acordei, ele me acusou de atacar Ana Clara, de colocar 'o filho deles' em risco.

Ele me sentenciou a ficar trancada no ateliê, sem julgamento, sem ouvir minhas palavras sobre o 'dom roubado' .

"Meu dom... ela o levou...", sussurrei, mas ele zombou da minha "sensibilidade excessiva" e da minha "fraqueza".

Os boatos me transformaram em vilã.

A humilhação final: fui convocada a um tribunal informal, onde Ana Clara, com lágrimas de crocodilo, mentiu sobre minha suposta renúncia ao dom.

Cai de joelhos, fraca, mas a raiva acendeu um fogo dentro de mim.

"É mentira!" , gritei, exigindo o Ritual da Verdade.

Pedro, em vez de me apoiar, mentiu novamente para proteger Ana Clara, dizendo que o dom a aceitou, e que eu era instável.

Ele estava ativamente participando da minha destruição.

Naquela noite, ele me pediu para assumir a culpa, para "proteger Ana e o bebê" .

Ele estava usando a minha compaixão como arma.

"Não", respondi com firmeza. "Nunca."

Fui considerada culpada, condenada à exposição pública e ao exílio.

A casa que construí com Pedro, meu lar dos sonhos, foi entregue a Ana Clara.

Naqueles longos dias de vergonha, minha amiga leal permaneceu ao meu lado, um bálsamo em minha ferida aberta.

Ana Clara veio buscar o documento de divórcio, desejando a estocada final.

Minha amiga tentou me defender e Ana Clara, com um desprezo gélido, a atacou.

Não foi um simples empurrão. Foi um golpe de energia pura, letal.

Minha única aliada, morta a meus pés, despedaçou algo em mim; a culpa me consumia.

"NÃO!", gritei, e o chão tremeu levemente enquanto uma energia nova e primal borbulhava, mais selvagem do que meu antigo dom.

Peguei o papel de divórcio e o punhal do escrivão, fiz um corte na palma da mão e com meu próprio sangue, escrevi uma declaração de guerra, uma renúncia ao meu passado.

Ana Clara zombou, jogou o colar de concha partido no chão, e foi embora com o documento.

Mas ao partir, a força que me mantinha de pé se esvaiu; eu estava morrendo.

Com minhas últimas forças, arrastei-me em direção ao penhasco, ao Abismo das Almas Perdidas, buscando a única liberdade que me restava.

"Adeus, Pedro," sussurrei, e me joguei.

Pedro chegou tarde demais, apenas vendo a névoa engolir meu vestido.

"MARIA EDUARDA!", seu grito de horror ecoou no vazio.

            
            

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