A Vinicultora Rejeitada e o Rei do Luxo
img img A Vinicultora Rejeitada e o Rei do Luxo img Capítulo 4
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Capítulo 4

A minha decisão estava firme. Não haveria mais lágrimas, nem mais esperança. Apenas a fria e dura realidade. Eu não seria a amante de ninguém, uma sombra escondida nos cantos de uma vida que não era minha. Lembrei-me da promessa dele, de me fazer sua esposa, a Sra. Gordon. Que piada cruel.

No dia seguinte, sentia-me fraca, mas a determinação dava-me força. Benjamin entrou no meu quarto sem bater. A sua preocupação era superficial, uma formalidade.

"Como te sentes?"

"Como achas que me sinto?" , respondi, com a voz desprovida de emoção.

Ele suspirou, impaciente. "Olha, eu sei que foi difícil, mas a Sofia está estável agora, graças a ti. O casamento vai acontecer amanhã, como planeado." Ele não mencionou o facto de me ter deixado para morrer no rio. Para ele, era um detalhe insignificante.

"Esta noite, a minha mãe vai dar um pequeno jantar para a família da Sofia. Quero que venhas."

Olhei para ele, incrédula. "Não."

"Não comeces com birras, Juliette. É importante que estejas lá. Para mostrar que não há ressentimentos. Para mostrar que apoias a minha decisão."

"Apoiar a tua decisão?" , ri amargamente. "Tu não me deste escolha."

"Pára de ser dramática. Vais e ponto final." Ele saiu, deixando-me com um nó de raiva e humilhação no estômago.

Nessa noite, fui forçada a ir. Vesti o meu vestido mais simples, uma afronta silenciosa ao luxo que me rodeava. O jantar foi na sala de jantar principal da mansão. Eu era a única pessoa que não pertencia àquele círculo de riqueza e poder.

As mulheres, lideradas pela mãe de Benjamin e pela mãe de Sofia, olhavam para mim como se eu fosse um animal exótico no jardim zoológico. Os seus sussurros eram audíveis.

"Então é esta a camponesa do Douro?"

"O que é que o Benjamin viu nela? É tão vulgar."

"Ouvi dizer que ele a vai manter como concubina. Que sorte a dela. Uma rapariga do campo a viver numa mansão."

A mãe de Sofia, uma mulher com um rosto duro e olhos frios, virou-se para mim com um sorriso falso. "Então, querida, estás feliz por o Benjamin ter encontrado uma esposa adequada? Deves estar grata por ele ainda te permitir ficar por perto."

A humilhação ardia-me no rosto. Levantei o queixo e olhei-a nos olhos.

"Eu nunca aceitaria ser a concubina de ninguém. Tenho mais respeito por mim mesma."

A sala ficou em silêncio. O choque era palpável. Uma "camponesa" a desafiar a matriarca de uma das famílias mais ricas de Lisboa era inédito. A mãe de Benjamin olhou para mim com fúria.

"Como te atreves?"

Antes que a situação explodisse, Benjamin e Sofia entraram, de braços dados, sorrindo. A Sra. Gordon recompôs-se rapidamente, forçando um sorriso.

"Estávamos apenas a dar as boas-vindas à Juliette. A dizer-lhe como estamos felizes por ela fazer parte... da família alargada."

A mentira era tão descarada que era quase cómica.

                         

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