Capítulo 5 ♤ QUATRO♤

- Pode me levar hoje Miguel? Não estou muito bem para dirigir. - Daiana pede ao motorista do seu pai e também um grande amigo.

- Está tudo bem, senhorita Daiana? - Miguel perguntou vendo ela tão abatida.

- Não, mas vou ficar. - Diz ela com um sorriso amarelo.

- Entre, senhorita Daiana, eu a levo e depois posso pegá-la à tarde.

- Agradeço mesmo, Miguel. Obrigado de coração. Ficarei muito feliz que vá à tarde me buscar.

- Como estão as aulas em espanhol? - Perguntou ele, tentando animá-la.

- Muito melhor, depois da sua ajuda. O espanhol mexicano é bem diferente, com sua ajuda tirei nota máxima no meu curso. - Daiana fala um pouco mais animada.

- Fico feliz que pude ajudar. - Miguel fala alegre.

- Não sabe como! E russo estou quase dominando também por causa da tia Nady. É muito melhor aprender com quem realmente entende.

Miguel olha pelo espelho retrovisor e vê que a Daiana está muito melhor, ele se preocupava muito com ela, viu ela crescer. Está naquela casa bem antes dela nascer.

- Fico feliz que está bem melhor, menina Daiana. - Miguel fala percebendo que ela conversa mais sorridente.

- Estou sim! Sua companha é sempre boa. - Confirma ela, sorrindo docemente. - E a Tessa como está no México com o namorado?

- Aquela coisa de sempre. Eles brigam e logo se acertam, mas aquela uma eu sei que é osso duro de roer, às vezes até tenho dó do Davi. - Diz ele rindo ao lembrar da sua filha.

- Ela tem um gênio forte mesmo. - Daiana fala também rindo. - Ainda bem que a dona Ana é calma, já pensou duas da Tessa? - Daiana fala rindo ainda mais por vê-lo espantado, pensando no que ela falou, seria terrível.

- A Ana foi um achado na minha vida. Criei a Tessa sozinho por anos depois que a mãe dela morreu, mas encontrei uma companheira que cuida de mim com todo carinho.

- Como veio trabalhar com meu pai, Miguel? - Perguntou ela curiosa, essa parte ela nunca ficou sabendo.

- Eu trabalhava com sua tia Daiana, mas quando o Kaleb precisou de um segurança para sua mãe, sua tia me indicou. Ela já estava doente e sabia que iria morrer, mas não contou a ninguém, apenas disse que eu seria o melhor para proteger sua mãe. - Miguel diz e Daiana percebeu a tristeza em suas palavras.

Daiana sentiu o carinho, quando ele falou de sua tia e queria mais detalhes.

- Ela foi importante em sua vida, não é mesmo? - Concluiu ela.

- Eu a amava! - Confessou ele. - Mas ela nunca me deu uma oportunidade de fazê-la feliz. Eu sabia que ela me amava também, mas achava que não queria se envolver por eu ser apenas um motorista, mas depois eu entendi tudo, na carta que ela me deixou.

- Que carta? - Diana perguntou querendo mais detalhes.

- Na carta diz, que ela sempre me amou, mas não queria me ver sofrendo por perder mais uma esposa. - Miguel fala com lágrimas nos olhos.

- Sinto muito. - Daiana fala triste por sua história.

- Eu também sinto! Ela me deixou ações na empresa dela por eu ter sido tão leal a ela pelos anos que trabalhei, mas a verdade é que eu queria apenas ela. - Miguel fala sentindo um nó em sua garganta, por se lembrar da única mulher que ele amou de todo seu coração.

- Posso sentir o amor que sentia por minha tia apenas vendo você falar dela.

- Eu amo a Ana, assim como amei minha primeira esposa. Sou muito feliz ao lado da Ana e sou um marido amoroso, carinhoso. Quero ser o melhor para ela.

- Mas não é o mesmo amor que sentia pela tia Daiana. - Concluiu ela.

- Não, não é! - Confirmou ele tristonho.

- Sinto muito que não pode viver esse amor Miguel. Vejo como fala com carinho, minha tia teria sido muito feliz ao seu lado.

- E eu ao lado dela. Mas a vida nem sempre é tão boa com a gente. Sou muito grato por ter a Ana na minha vida, mas as vezes me pego pensando em como teria sido minha vida ao lado da sua tia. Em tudo que teríamos vivido se ela ainda estivesse viva. - Diz ele pensativo.

- Agora me sinto mal por ter perguntado, não sabia que amava tanto minha tia e como é doloroso para você falar dela.

- Não precisa se sentir mal senhorita, Daiana. Gosto de lembrar com carinho da sua tia, só fico triste por ela não estar viva.

- Gostaria de ter conhecido ela, pelo que o papai conta, ela era uma mulher incrível.

- Ela era mesmo! - Miguel fala sorrindo se lembrando dela.

- Obrigado pela carona e pela conversa Miguel. Me sinto bem melhor. - Daiana fala assim que ele parou o carro em frente a Universidade.

- À tarde estarei aqui. E eu que agradeço a campainha.

- Até mais tarde Miguel. - Fala ela sorrindo, saindo do carro. Ela fecha a porta e dá de cara com o William olhando para ela a poucos metros de distância de onde ela está.

Ela entra na Universidade, passando por ele rapidamente. Ouve passos atrás dela, mas tenta andar mais rápido.

- Quem era o homem que trouxe você? - Will perguntou atrás dela, mas Daiana não respondeu. Ficou até feliz por vê-lo com ciúmes, conseguiu perceber apenas por suas palavras.

Pelos vidros escuros do carro ela sabia que ele podia ver a sombra de um homem, mas não podia identificar quem era e sorriu por dentro por deixá-lo se corroendo, querendo saber.

- Não te interessa. - Diz ela tentando conter o riso, provocando-o.

Will para de caminhar ao ouvir as palavras dela tão ríspidas. Ficou furioso por vê-la com outro homem, mesmo não sabendo quem era, mas ele iria descobrir.

Daiana tem dificuldade em se concentrar nas aulas, já que era tão difícil prestar atenção, sempre que olhava para os lados, Will estava olhando para ela. Sua vontade era ir até ele e abraçá-lo, senti-lo junto dela, mas ela não iria voltar atrás com sua palavra.

- Não vai mesmo me dizer quem é? - Will perguntou mais uma vez vendo o carro parado esperando por ela.

- Não é do seu interesse Willian. - Daiana fala parando para olhá-lo nos olhos. - Esses ciúmes bobo é desnecessário. Se bem me lembro, quem estava sendo usada aqui era eu. - Fala e começa a caminhar indo até o estacionamento onde o Miguel esperava por ela.

Will estava com muita raiva e sua vontade era ir até o carro e abrir a porta para ver quem era aquele homem. Ela não podia provocá-lo daquela maneira, Will pensou com muita raiva.

Daiana entra no carro e abre o vidro deixando ele ver quem era. O sorriso de satisfação dela só o deixou ainda mais puto da vida ao ver um senhor sentado ao lado do motorista.

- Filha da mãe! - Pragueja ele com raiva de si mesmo por ter demonstrado ciúmes e ela tava curtindo com a cara dele depois dele ver quem era.

Daiana sorri ao ver a cara do Will quando ela abriu o vidro. Era algo divertido ver ele com ciúmes, mas também levantar seu ego por saber que ele se importava com ela. Dá um tchauzinho provocando ele enquanto o Miguel saia com o carro.