Suprema Híbrida: A ascensão da Rainha
img img Suprema Híbrida: A ascensão da Rainha img Capítulo 3 Chamado da escuridão
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Capítulo 6 O laço img
Capítulo 7 A voz da Deusa img
Capítulo 8 Sob o velho carvalho img
Capítulo 9 O despertar lupino e a batalha sob a lua img
Capítulo 10 Entre dois mundos img
Capítulo 11 O Reino Lupharis img
Capítulo 12 Conhecendo o castelo img
Capítulo 13 A que não se curva img
Capítulo 14 Ecos da coroa 👑 img
Capítulo 15 A marca das sombras img
Capítulo 16 A noite da primeira investida img
Capítulo 17 Sangue divino,Sombras eternas img
Capítulo 18 Forjada em chamas e sombras img
Capítulo 19 O conselho da lua e as sombras do passado img
Capítulo 20 Ecos de sangue e fúria img
Capítulo 21 O crepúsculo da batalha (part 1) img
Capítulo 22 O fogo da guerra (part 2) img
Capítulo 23 O sangue do inimigo img
Capítulo 24 Raízes lunares (part 1) img
Capítulo 25 Sangue das estrelas (part 2) img
Capítulo 26 Ecos da origem img
Capítulo 27 Noite de luar e alianças esquecidas img
Capítulo 28 Sinais do despertar img
Capítulo 29 Sombras que crescem img
Capítulo 30 O último sacrifício img
Capítulo 31 Entre céus e sombras img
Capítulo 32 A aurora do novo legado img
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Capítulo 3 Chamado da escuridão

A noite estava silenciosa demais. A floresta além da casa parecia conter a respiração, como se soubesse que algo estava para acontecer. A lua cheia, alta no céu, lançava sua luz prateada sobre o mundo como um farol antigo e mágico.

Depois de um dia cheio de preparativos para a festa de aniversário, tudo o que eu queria era dormir. Mas algo em mim... inquietava. Uma espécie de ansiedade que não vinha da mente, e sim da alma.

Deitei na cama, virei de um lado para o outro, respirei fundo, fechei os olhos.

E então, como se o mundo se apagasse, tudo mudou.

Era como cair dentro de um espelho de água. O ar ficou denso, a realidade escorregou pelos meus dedos, e de repente me vi em outro lugar.

Estava em uma floresta cinzenta, envolta em névoa. Tudo ali parecia feito de sombras e memórias esquecidas. As árvores eram altas, retorcidas, antigas. Suas folhas sussurravam segredos quando o vento passava.

- "O que é esse lugar...?" - murmurei, tentando controlar o tremor na voz.

Meus pés estavam descalços, tocando o solo úmido. Sentia a terra viva, pulsando embaixo de mim. O ar cheirava a musgo, magia e mistério.

Então eu o senti.

Antes mesmo de vê-lo.

A presença.

Imensa. Selvagem. Antiga.

Uma energia crua e arrebatadora.

De entre as árvores, ele surgiu: um lobo preto como a noite, com olhos vermelhos que brilhavam como rubis em brasa. Ele caminhava com passos lentos, silenciosos. Nenhuma folha se movia sob suas patas.

Fiquei paralisada. Não por medo. Mas por... reconhecimento.

Era como se eu o conhecesse de vidas que nunca vivi.

Como se ele fosse parte de mim.

- "Quem é você?" - perguntei, a voz embargada.

Ele se aproximou, o olhar cravado no meu. Cada passo dele parecia sacudir a terra. Seu tamanho era maior do que qualquer outro lobo que eu já vira, mesmo nos contos antigos. Era uma força da natureza.

Então ouvi a voz. Grave. Sólida. Ecoando dentro da minha mente.

- "Você voltou para mim, minha luz na escuridão."

Eu recuei um passo, surpresa.

- "Isso é um sonho... não é?"

- "É mais do que isso, Morgana Fenrisse. Aqui, as verdades se revelam."

Meus olhos se arregalaram. Como ele sabia meu nome?

- "Você ainda não entende o que é. Mas entenderá. Logo."

O lobo me encarava como se estivesse sondando minha alma. Então, seu corpo brilhou com uma luz sutil. Aos poucos, ele começou a mudar de forma. A pelagem desapareceu, os olhos continuaram os mesmos, mas agora diante de mim estava um homem.

Alto, ombros largos, cabelos castanhos claros e lisos, olhos verdes como as matas ancestrais. Sua presença era tão intensa quanto a do lobo, mas agora havia outra coisa em seu olhar... dor.

- "Você me pertence, e eu a você."

Minha garganta secou. Ele deu um passo adiante, mas não senti perigo - senti calor. Uma conexão invisível queimava no ar entre nós.

- "Mas antes de sermos um, você precisa lembrar. Precisa despertar."

- "Despertar o quê?" - perguntei, sem conseguir parar de tremer.

Ele não respondeu. Apenas levantou a mão e tocou levemente minha testa com dois dedos. Um calor percorreu todo meu corpo. Meus olhos se fecharam, como se um vendaval me engolisse.

Acordei assustada, sentada na cama, respirando com dificuldade. Meu quarto estava como sempre - quieto, escuro, real.

Levei a mão à testa onde ele me tocou. Estava quente.

Pulei da cama e acendi o abajur.

Nada de anormal, exceto...

Sobre o meu travesseiro, repousava uma pena negra. Longa, reluzente. Brilhava como se estivesse viva sob a luz fraca.

Toquei nela com os dedos. Um arrepio percorreu meu corpo.

- "Isso não foi só um sonho..." - sussurrei.

Algo dentro de mim havia sido acordado.

E agora, nada mais seria como antes.

            
            

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