Seu Império Desmorona, Seu Amor Ascende
img img Seu Império Desmorona, Seu Amor Ascende img Capítulo 3
3
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
img
  /  1
img

Capítulo 3

Uma mão agarrou meu braço bem quando eu alcançava as portas giratórias do prédio do Grupo Viana.

"Desculpe, senhora. Este é um evento particular."

O segurança era do tamanho de um armário, sua expressão impassível. Ele era novo. Não me reconheceu.

"Eu sou Clara Menezes. Franco Viana é meu marido. Preciso vê-lo."

Os olhos do segurança piscaram com um pingo de reconhecimento, mas ele não se moveu. "O Sr. Viana está se preparando para uma coletiva de imprensa. Ele não pode ser perturbado."

"Meu filho está no hospital", eu disse, minha voz subindo com desespero. "Ele está morrendo. Preciso falar com ele agora."

O aperto do segurança se intensificou. "Tenho minhas ordens, senhora."

"Ordens? De quem?"

"Minhas."

A voz era como seda e veneno. Janine Moraes saiu de trás do segurança, uma visão em um elegante vestido de maternidade cor de creme que não fazia nada para esconder sua barriga inchada. Ela me olhou de cima a baixo, uma avaliação lenta e deliberada do meu casaco barato e sapatos gastos. Um sorriso pequeno e cruel brincava em seus lábios.

"Clara. Que surpresa", disse ela, seu tom pingando falsa doçura. "Pensei que você estaria enfiada naquele apartamentinho charmoso na Zona Leste."

Ela usava meus antigos brincos de diamante. Aqueles que Franco me deu no nosso primeiro aniversário. Pareciam vulgares nela.

"Preciso ver o Franco", eu disse, ignorando sua provocação. "É sobre o Léo."

Tentei manter minha voz firme, esconder a fúria e o medo. Pelo Léo, eu tinha que estar calma. Pelo Léo, eu faria qualquer coisa.

"O Franco está ocupado", disse Janine, aproximando-se. Eu podia sentir seu perfume caro. "Ele está prestes a anunciar seu retorno triunfante. A falsa falência foi um golpe de gênio, não foi? Livrou-se de todo o peso morto."

Ela olhou para mim de forma pontual. Eu era o peso morto.

"Por favor, Janine", implorei, a palavra com gosto de cinzas na minha boca. "O Léo está doente. Ele precisa de uma operação. Custa duzentos mil reais. Eu sei que o Franco tem."

Minha humilhação era um banquete para ela. Seus olhos se iluminaram de prazer.

"Duzentos mil?", ela ronronou, colocando uma mão protetora na barriga. "É muito dinheiro. O Franco precisa disso para sua nova família. Para seu herdeiro saudável."

As palavras foram um golpe físico. Herdeiro saudável. Como se Léo fosse defeituoso. Manchado.

"Eu faço qualquer coisa", eu disse, minha voz quebrando. Eu me odiava por implorar a essa mulher, mas o rosto de Léo, pálido e lutando para respirar, estava gravado em minha mente. "Eu assino os papéis do divórcio. Nunca mais peço um centavo. Apenas... apenas me dê o dinheiro para a cirurgia. Salve-o."

Janine riu. Um som agudo e feio.

"Você realmente não entende, não é?", disse ela, inclinando-se para que apenas eu pudesse ouvir. "Tudo isso... você perder sua cobertura, seu dinheiro, sua vida... não foi apenas negócio. Foi para o meu entretenimento."

Seus olhos eram frios e duros.

"Eu queria ver você rebaixada. Eu queria ver você rastejar. E o Franco? Ele me deu tudo o que eu queria."

"Ele sabe que o Léo está doente?", sussurrei, a última gota de esperança se desfazendo.

"Ele sabe", ela confirmou, seu sorriso se alargando. "E ele sabe que você está aqui. Na verdade, foi ele quem disse à segurança para não deixar você entrar."

O mundo girou em seu eixo. Ele sabia. Ele sabia que eu estava aqui, implorando pela vida de nosso filho, e ele tinha soltado sua amante em mim como um cão.

"Você é patética", Janine zombou, apreciando meu silêncio atordoado. "Você é uma dona de casa fracassada com um filho quebrado. Você é um obstáculo. E eu sou muito, muito boa em remover obstáculos."

Ela se virou para o segurança. "Leve-a para o elevador de serviço. Mostre a ela a saída dos fundos. Não podemos tê-la estragando o grande dia."

O segurança agarrou meu braço novamente, seu aperto firme e impessoal. Ele começou a me arrastar, passando pelos repórteres e pelas faixas que celebravam uma nova era de prosperidade construída sobre as ruínas da minha vida.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022