Leiloada Para o CEO
img img Leiloada Para o CEO img Capítulo 5 Rebecca
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Capítulo 5 Rebecca

O salão do leilão era um inferno disfarçado de luxo, com as luzes ofuscantes destacando o palco onde eu havia sido vendida como um objeto. Meu coração ainda batia descontrolado, o eco do martelo do leiloeiro ressoando na minha cabeça como um veredicto final.

Um milhão. Aquele homem pagou um milhão por mim. O homem de terno cinza, com olhos castanhos intensos e um ar de confiança que me deixou dividida entre alívio e medo. Ele não era o velho gordo que disputou como se eu fosse um troféu, mas ainda assim, era um estranho, alguém que achava normal comprar pessoas.

Eu mal conseguia respirar enquanto era levada pelos bastidores, o vestido prateado colando em minha pele suada, as pernas trêmulas ameaçando ceder a cada passo.

alcancei minhas amigas abraçando-as com força como uma despedida, porque era isso que estávamos fazendo ali, nos despedindo para o nosso futuro incerto, um abraço rápido e desesperado antes que os seguranças nos separassem.

- Seja forte - sussurrei para Alice, as lágrimas escorrendo enquanto nos agarrávamos. - Vamos nos encontrar de novo. Promete.

- Prometo - respondeu ela com as lágrimas escorrendo sob a maquiagem pesada. - Não desista, Becca. A gente vai fugir disso.

Jenny nos puxou para o abraço, os olhos cheios de determinação apesar do medo.

- Na primeira chance, a gente escapa e nos encontramos - disse, com a voz baixa para não ser ouvida. - Não importa o que aconteça!

Os seguranças nos separaram, as mãos firmes nos nossos ombros, e eu fui levada para fora, com o coração apertado como se estivesse sendo rasgado. Elas eram minha família, as únicas que eu tinha desde que perdi meus pais. E agora, estávamos espalhadas, vendidas como mercadoria.

Mas não tive tempo de processar, porque o homem de terno cinza me esperava do lado de fora, ao lado de um carro preto luxuoso, um motorista esperando com a porta aberta. Ele sorriu, parecendo ainda mais encantador, o que me fez recuar instintivamente.

- Vamos? - disse ele com uma voz suave, estendendo a mão em minha direção, como se fôssemos velhos amigos.

Eu hesitei, sentindo o medo me paralisando. Quem era ele? O que queria comigo? Mas as palavras de Lara voltaram a minha mente "sejam arrematadas no leilão e saiam daqui, ou vão virar prostitutas nas ruas". Não havia uma escolha ali, ele era a minha melhor opção de dar o fora dali.

Aceitei a mão dele, sentindo o calor emanar dele acertando meu corpo trêmulo. Ele apertou levemente meus dedos entre os seus antes de me guiar até o carro, eu entrei no carro sentindo o couro frio contra a pele, antes que ele se sentasse ao meu lado, o carro partindo suavemente.

O caminho foi um borrão de ruas iluminadas e sombras, meu corpo ainda sentindo os resquícios da droga, a náusea voltando em ondas. Tentei memorizar o caminho, os prédios, qualquer coisa que pudesse me ajudar a fugir mesmo no escuro da noite.

Ele não disse uma palavra no caminho, o que eu agradeci, estava nervosa demais para qualquer pergunta, conversa ou toques. O homem ao meu lado claramente era rico, isso era óbvio, o carro, o terno, o jeito que falava com o motorista, isso sem falar de todo o dinheiro que gastou me comprando.

Mas rico significava poder, e poder significava que fugir seria mais difícil. Meu coração batia forte, o pânico subindo e fazendo minhas mãos suarem no colo. E se ele fosse como os monstros que me pegaram? Não, pare, Becca. Foque. Encontre uma saída.

Chegamos a uma mansão enorme, cercada por muros altos e portões de ferro que se abriram automaticamente. O jardim era impecável, com fontes e estátuas, e a casa em si era como algo saído de uma revista, colunas brancas, janelas altas, luzes acesas como se esperasse uma festa.

Meu estômago revirou de novo. Isso era a casa dele? O que aconteceria agora? Ele me levaria para o quarto, me forçaria a... Não, não eu não podia pensar nisso. Tinha que ganhar tempo para fugir.

Ele saiu do carro, oferecendo a mão para me ajudar, mas eu ignorei, descendo sozinha mesmo com as pernas trêmulas.

- Bem-vinda à minha casa - disse ele, em um tom casual como se isso fosse um encontro normal. - Pode me chamar de Benjamin. E você é...?

- Rebecca - respondi, tentando não mostrar o medo, mas não temos muita certeza se consegui.

Ele assentiu, guiando-me para dentro, o hall de entrada enorme, com um lustre de cristal pendurado no teto.

- Rebecca. Lindo nome - ouvi ele atrás de mim, falando com uma voz amigável, mas eu podia sentir o olhar dele me avaliando. - Não precisa ter medo. Eu não sou como os outros homens que estavam lá, desesperados para levar as garotas para a cama. Vamos conversar sobre o acordo que quero fazer.

- Acordo? - Meu coração acelerou, o medo misturado com confusão.

Mas antes de me responder ele seguiu esperando que eu o seguisse até uma sala de estar, com sofás de couro e uma lareira crepitando. Benjamin andou até uma poltrona e eu me sentei na ponta do sofá ao lado, longe o suficiente para conseguir correr, mas perto de uma forma que não entregasse todo o pavor que eu estava sentindo.

Coloquei as mãos no colo, o vestido prateado agora parecendo uma armadura que não protegia nada, na verdade deixava tudo à mostra, minhas costas, as coxas e meus seios aparecendo quase completamente.

- Eu comprei você por um milhão porque preciso de uma esposa falsa - disse, direto, como se estivesse falando de negócios e puxou alguns papéis de uma pastar. - Meu pai está doente, teve um infarto recente e precisa de paz e felicidade. E como ele está obcecado por me ver casado e com netos a caminho, eu preciso de você para acalmá-lo, dar paz antes... antes do pior. Você finge ser minha esposa por um ano, eu te pago o que quiser, e depois você está livre.

Eu pisquei rapidamente com o cérebro tentando processar. Esposa falsa? Não era o que eu esperava, não um monstro, mas um homem desesperado pelo melhor para a família, por ver o pai bem. Ainda assim, o medo não ia embora. Ele era rico, poderoso, e eu estava presa aqui.

Meu coração batia disparado, minha mente correndo com os pensamentos enquanto meu corpo estava em conflito sobre o que pensar, o que sentir naquele momento, com aquele homem ao meu lado.

- E se eu não quiser? - perguntei, a voz tremendo, testando os limites. Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo.

- Você pode recusar, mas o contrato que assinei com a casa de leilão quando paguei diz que eu teria que voltar para lá com você se o acordo não desse certo. Mas olha, Rebecca, eu não sou um monstro. Aqui - ele se apressou em dizer, me passando os papéis. Era um contrato, com termos claros: um ano de casamento de fachada, quarto separado, sem toques íntimos quando um pagamento generoso no final. Liberdade total depois. - É isso que vai resolver tudo pra você. Você ganha o dinheiro, eu consigo que meus pais fiquem felizes. Sem obrigações além de fingir.

Eu li o contrato com as mãos tremendo, o medo ainda me corroendo. Ali ao menos eu tinha uma chance de conseguir fugir, conseguir procurar ajuda para as minhas amigas e salvá-las antes que o pior acontecesse. Então se fosse preciso fingir, ganhar tempo, eu ia até encontrar uma saída.

- Está bem - disse, fingindo aceitar, já imaginando em como conseguiria fugir - Eu assino.

Ele sorriu, aliviado e me passou uma caneta, mantendo os olhos focados em mim enquanto eu assinava, mesmo que meu estômago se revirasse e minha garganta se apertasse.

- Agora vou mostrar seu quarto, imagino que deve ter sido uma noite cheia. - ele disse já se levantando e subindo para o andar de cima. O quarto luxuoso, com cama enorme, banheiro privativo e varanda com vista para o jardim. - Descanse. Amanhã conversamos sobre como tudo vai funcionar. Boa noite, Becca.

Ele saiu, trancando a porta? Não ouvi o clique, mas o medo me mantinha alerta. O quarto era bonito, toda a casa era, mas ali era a minha prisão. Meu coração batia forte, o pânico subindo enquanto eu andava de um lado para o outro. Onde estavam Alice e Jenny? Elas estavam seguras? Foram vendidas para homens como aquele velho? As lágrimas vieram, quentes e silenciosas, enquanto eu me encolhia na cama, o vestido prateado ainda no corpo. Eu precisava fugir, encontrar minhas amigas.

O cansaço veio como uma onda, o efeito da droga me puxando para um sono. E mesmo lutando, meus olhos se fecharam, sendo levada para um vazio onde eu sonhava com liberdade.

Na manhã seguinte, acordei confusa com o sol batendo no rosto através da varanda aberta. Por um momento, não soube onde estava, onde era aquele lugar. Até que tudo voltou a boate, o sequestro, ser leiloada. O pânico me atingiu, e eu me levantei, correndo para a varanda, sentindo o ar fresco batendo no rosto.

A vista era linda, o jardim verde estendendo-se até uma floresta, mas a altura era vertiginosa. Eu poderia pular? Não, quebraria a perna ou as duas com uma queda daquelas.

Lá embaixo, seguranças patrulhavam, cães ao lado. Impossível.

Um toque na porta me fez virar com o coração disparado. Eu vi Benjamin entrando com um sorriso no rosto, enquanto carregava uma bandeja com café.

- Bom dia - disse, naquele tom casual e o sorriso encantador sem seus lábios. - Dormiu bem? Como você não tem roupas, chamei um estilista para te arrumar. Minha mãe vai adorar te conhecer, mas você precisa estar impecável.

Eu congelei, o medo misturado com confusão. Estilista? Conhecer a mãe dele? Ele era gentil, educado, mas isso não mudava o fato de que me comprou.

- O que você quer dizer com impecável? - perguntei, tentando esconder o tremor, e acho que consegui já que ele riu, deixando a bandeja na mesa do outro lado do quarto antes de voltar para perto de mim.

- Minha mãe é ex-modelo, exigente com aparência - explicou. - E ela precisa acreditar que você é a esposa perfeita. Vamos conhecê-la hoje à tarde. Só isso.

Eu assenti, fingindo calma, mas minha mente corria. Gentil? Talvez. Mas ainda era o homem que me comprou. Enquanto ele saía para resolver algo eu observei a porta aberta, o corredor vazio. Era uma chance de fugir ou aquilo era um teste para saber como eu agiria? Não, não ainda. Eu precisava de tempo e de um plano. Por Alice, por Jenny, por mim, eu ia fingir e fugir na primeira oportunidade.

                         

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