A Fúria da Rejeição: O Retorno de Uma Esposa
img img A Fúria da Rejeição: O Retorno de Uma Esposa img Capítulo 2
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Capítulo 2

Quando Alina voltou para a mansão dos Monteiro, a governanta-chefe, Martha, olhou para ela com pena.

"Senhorita Alina, você voltou...", Martha começou, a voz sumindo.

"Está tudo bem, Martha. Estou acostumada", disse Alina, a voz vazia. Ela não tinha mais energia para a decepção.

Ela caminhou em direção à sala de estar e parou na porta. A cena lá dentro era como um retrato de família perfeito, um do qual ela nunca fez parte.

Dante estava no sofá, e Isabela estava aninhada ao lado dele, a cabeça em seu ombro. Sua mãe, Cecília Monteiro, sentava-se em frente a eles, radiante de aprovação. Era uma imagem de felicidade doméstica, e Alina a achou grotescamente irônica.

Isabela a viu primeiro e ofegou, pulando como se tivesse sido pega fazendo algo errado.

"Alina! Você voltou! Dante estava tão preocupado", disse Isabela, a voz escorrendo falsidade. "Meu carro quebrou, e ele teve que vir me buscar. Sinto muito."

Cecília bufou com desdém. "Algumas pessoas simplesmente não sabem o seu lugar. Dante, você não deveria ter que se desculpar com uma empregada."

Cecília então abriu uma caixa de veludo. Dentro havia uma linda pulseira de esmeraldas. Era uma joia da família Monteiro, passada de geração em geração.

"Isabela, minha querida", disse Cecília, a voz melosa. "Isto pertence à futura Sra. Monteiro. Quero que você fique com ela."

"Sra. Monteiro, eu não posso", disse Isabela, fingindo modéstia, mas seus olhos estavam grudados nas gemas brilhantes.

Dante parecia desconfortável. "Mãe, Alina e eu deveríamos..."

"Deveriam o quê?", Cecília o interrompeu. "Isabela é a única digna de ser sua esposa. Olhe para ela, tão elegante. E olhe para... ela." Ela gesticulou com desdém para Alina.

Isabela, sempre a atriz, olhou para Alina. "Oh, Alina, sinto muito. A culpa é toda minha. Eu não deveria ter ligado para o Dante. Você deve estar tão chateada."

Alina avançou, sua expressão indecifrável. Ela parou na frente de Isabela e pegou a pulseira da mão de Cecília.

"É linda", disse Alina, a voz calma. Ela pegou a mão delicada e bem-cuidada de Isabela e deslizou a pulseira em seu pulso. "Combina com você."

A pele de Isabela era macia e lisa. Alina olhou para suas próprias mãos, para os calos e pequenas cicatrizes de anos de fisioterapia e trabalho doméstico. O contraste era gritante.

"Pronto", disse Alina, dando um passo para trás. "Ficou perfeito."

Ela se virou para sair.

"Alina, espere!", Dante chamou, finalmente percebendo que dia era. "A licença de casamento..."

Ele a seguiu até o corredor, agarrando seu braço. "Eu ia vir. O carro da Isabela realmente quebrou."

"Eu sei", disse Alina, sem olhá-lo.

"Então por que você está agindo assim?", ele exigiu, a voz subindo em frustração. "É só um pedaço de papel. Podemos pegar a qualquer hora."

"Você deveria voltar para sua mãe", disse Alina, o tom gelado. "E para a Srta. Almeida."

Ela sempre chamou a mãe dele de 'Sra. Monteiro'. A formalidade súbita de 'sua mãe' não passou despercebida por ele. Era uma linha sendo traçada.

"O que há de errado com você?", ele retrucou, o aperto se intensificando. "Você está dando um chilique porque eu me atrasei? Depois de tudo que eu fiz por você, deixando você ficar aqui..."

"Tudo que você fez por mim?", Alina interrompeu, a voz perigosamente baixa. Ela finalmente se virou para encará-lo, e seus olhos eram como lascas de gelo. "Ou é depois de tudo que eu fiz por você?"

Ele pareceu surpreso com o tom dela. "Não se atreva a tentar me culpar com isso. Eu te devo, eu sei disso. Mas isso não significa que você me possui!"

A acusação, tão infundada e cruel depois de cinco anos de sua devoção altruísta, foi o golpe final. Uma risada amarga escapou de seus lábios.

Ela enfiou a mão na bolsa e tirou os pedaços rasgados do formulário de licença de casamento. Ela os segurou na frente do rosto dele.

"Você está certo", disse ela, a voz tremendo ligeiramente. "Você não me deve nada."

Ela deixou os pedaços flutuarem de seus dedos, espalhando-se a seus pés como folhas mortas.

"E eu não quero mais nada de você."

Seu rosto escureceu de raiva. "Você acha que esse draminha vai mudar alguma coisa? Acha que dar um chilique vai me fazer te querer mais?"

Ele a agarrou, puxando-a para perto. "Você quer ser a Sra. Monteiro? Tudo bem. Mas nunca mais faça uma cena como essa. Sou eu quem decide quando e se vamos nos casar. Não você."

Ele ainda achava que estava no controle. Ele ainda achava que ela era a mesma garota fraca que faria qualquer coisa por ele.

"Tire as mãos de mim, Dante", disse ela, a voz desprovida de toda emoção.

"O que você disse?", ele rosnou, o orgulho ferido.

"Eu disse, tire as mãos de mim", ela repetiu, olhando-o diretamente nos olhos. "E vá cuidar da Isabela. Ela parecia tão assustada quando eu entrei. Você deveria confortá-la."

Ele ficou tão atordoado com a frieza dela que seu aperto afrouxou. Ele sentiu um estranho desconforto, um lampejo de algo que não conseguia nomear, mas o reprimiu.

Ela estava apenas sendo dramática. Ela superaria. Ela sempre superava.

"Tudo bem", disse ele, soltando-a. "Fique no seu quarto e se acalme. Eu te ligo quando estiver pronto para lidar com você."

Ele se virou e voltou para a sala de estar, de volta para Isabela, sem dar a Alina um segundo olhar.

Alina o observou ir. Um sorriso amargo tocou seus lábios.

Me ligar?, ela pensou. Você não terá meu número por muito mais tempo.

O jogo havia acabado. E ela finalmente decidiu parar de jogar.

            
            

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