Na família Watson, Charles não a amava, e os empregados seguiram o exemplo, tratando-a com desdém. Eles frequentemente se reuniam para dizer que ela não era desejada por Charles, que ela o seduzia descaradamente. Ao longo de oito anos, Lynda já ouvira tudo isso antes.
Ela já havia reclamado chorando para Charles, mas ele nunca levou a sério, ignorando completamente suas preocupações. Vendo a indiferença dele, os empregados tornaram-se ainda mais ousados, atrevendo-se a zombar dela em sua própria cara.
Irritada, Lynda levantou-se para fechar a janela, mas o que ouviu a paralisou.
"Pobre senhora Watson! A senhorita Eleanor Watson matou a mãe dela, mas o senhor Watson ainda apoia a senhorita Eleanor Watson."
Um empregado idoso comentou sem preocupação: "O senhor Watson favorece a senhorita Eleanor Watson há bastante tempo. Mesmo nos dias de estudante, ele era completamente apaixonado por ela."
"Então por que ele se casou com a senhora Watson?"
No andar de cima, Lynda prendeu a respiração, seu coração disparado. Ela também estava ansiosa para saber a resposta.
Com um suspiro, o empregado disse: "O senhor Watson se casou com a senhora Watson apenas para manter as aparências. Afinal, ele e a senhorita Eleanor Watson são parentes, então só podem manter um caso em segredo. Honestamente, a senhora Watson é tão inocente. Toda vez que o senhor Watson viajava a negócios, ela esperava tola na sala de estar, sem saber que ele estava, na verdade, no exterior com a senhorita Eleanor Watson..."
Lynda quase se desequilibrou, quase caindo pela janela.
A cada ano, Charles ficava longe de casa a maior parte do tempo, tudo para ver Eleanor.
De repente, ela lembrou-se de ter visto manchas de batom na gola dele algumas vezes. Ela havia chorado e perguntado diretamente a ele: "Você teve um caso?"
Charles a ignorou, e mais tarde, ela se convenceu a confiar nele, para não causar alvoroço e aborrecê-lo.
Mas acabou que seus instintos estavam certos!
Ainda pior, ela percebeu que era apenas um disfarce para o romance clandestino de Charles e Eleanor.
O amor que ela pensava ter não passava de engano e exploração desde o início.
Como Charles pôde fazer isso com ela!
Lynda encostou-se à parede, chorando incontrolavelmente.
O tempo passou rapidamente, e logo foi o funeral de sua mãe. Lynda pessoalmente organizou tudo, enchendo a casa funerária com os lírios favoritos de sua mãe.
Todos os convidados haviam chegado, e Charles apareceu atrasado, acompanhado de Eleanor.
Ela vestia uma roupa vermelha chamativa, exibindo arrogância a cada passo.
Charles nem sequer reconheceu Lynda, em vez disso, levou Eleanor para prestar homenagens.
Lynda correu para frente e empurrou Eleanor para longe. "Saia daqui!"
Eleanor ficou surpresa, gritando ao cair nos braços de Charles.
"Charles, Lynda me intimidou." Depois de falar, ela começou a chorar.
Charles olhou para a chorosa Eleanor, lançando um olhar de raiva para Lynda. "Eleanor veio especificamente para prestar suas condolências à sua mãe, e você a machucou. Lynda, peça desculpas a Eleanor imediatamente!"
Lynda o encarou incrédula, questionando se havia ouvido errado.
Charles estava pedindo que ela se desculpasse no funeral de sua mãe com a assassina que matou sua mãe.
Mas considerando tudo o que Charles fez por Eleanor, parecia não ser surpreendente.
Então era assim que ele amava alguém - incondicionalmente.
"Tudo bem, eu vou me desculpar." Lynda disse.
Charles ficou surpreso, não esperando que ela concordasse tão prontamente.
Ignorando-o, Lynda caminhou diretamente para Eleanor, que tinha um brilho de triunfo nos olhos.
Mas no momento seguinte, Lynda deu um chute no joelho de Eleanor, fazendo-a desabar com um baque, ajoelhando-se diretamente em direção ao retrato do funeral.
"Eleanor! Você deveria ser a única a pedir desculpas à minha mãe!"
Lynda tentou forçá-la a se curvar, mas Charles a puxou para longe.
A expressão anteriormente aflita de Eleanor mudou de repente. "Apenas uma velha, morrer mais cedo significa encontrar paz mais cedo. Você deveria me agradecer! Se não fosse por Charles me pedir para vir, você acha que eu gostaria de estar aqui?"
Então, em um frenesi, ela começou a destruir a casa funerária.
Charles observava com frieza.
Lynda foi segurada firmemente por ele, incapaz de parar Eleanor.
Quando Eleanor levantou a urna contendo as cinzas de sua mãe, o coração de Lynda quase saltou do peito.
"Não!" Ela implorou desesperadamente a Charles, "Por favor, pare ela, estou implorando..."
Eleanor deu um sorriso maldoso e espalhou as cinzas.
Poeira encheu o ar, e Lynda gritou em desespero, olhando para o indiferente Charles. "Charles..."
Antes que pudesse terminar, Eleanor levantou a urna para acertar sua cabeça. "Sua tola, se você não tivesse se casado com Charles, sua mãe não teria morrido!"
A dor invadiu a cabeça de Lynda, sangue quente escorrendo pela testa.
Então veio outro golpe, mais forte do que antes.
"Sua mãe está morta, você deveria morrer também!" Eleanor gritou.
Quando Lynda desabou, Charles finalmente a soltou.
Em sua consciência turva, ela o viu segurando ternamente a mão de Eleanor, verificando ansiosamente se ela tinha se machucado.
Ele nunca olhou para Lynda.