Não era surpreendente; nos últimos oito anos, sempre que ela era hospitalizada, estava sozinha. Charles nunca ficava ao seu lado.
Ele se aproximou, sua figura imponente envolta em um casaco preto, exalando um ar distante.
"Está doendo?" Seu tom era deliberadamente gentil.
Charles estava demonstrando preocupação com ela?
Era algo que Lynda só ousava sonhar.
Ela estava atordoada, perguntando instintivamente: "Você está preocupado comigo?"
"Você é minha esposa, então, claro que estou preocupado com você, não estou?" Charles franziu a testa, tomando a mão dela proativamente.
Ele realmente se lembrava de que ela era sua esposa, mas foi ele quem permitiu que Eleanor destruísse o funeral de sua mãe.
Sua mão era quente e seca, o calor se espalhando para o coração dela.
Mas suas próximas palavras foram como levar um banho de água fria. "Se você não está mais com dor, assine o acordo de resolução."
Lynda ficou incrédula, perguntando com a voz rouca: "O quê?"
"Muitas pessoas viram Eleanor te bater. Se isso se espalhar, não será bom para a reputação dela," disse Charles.
Lynda retirou abruptamente sua mão.
Então, a preocupação de Charles era novamente por Eleanor. Ele temia que Lynda processasse Eleanor por agressão intencional, então agiu preventivamente.
Lynda agarrou o lençol com força, forçando as palavras por entre os dentes cerrados: "E se eu me recusar?"
O rosto de Charles tornou-se frio, sua gentileza anterior desapareceu. "Pense em seu pai."
Uma ameaça descarada!
Lynda de repente riu, lágrimas escorrendo pelo rosto, suas feridas doendo com a risada. "Charles, como meu pai pôde salvar um canalha como você..."
Ela assinou o documento de forma desordenada, seus dedos tremendo, seu coração abalado, todo seu ser trêmulo.
Pelo canto do olho, viu Charles discretamente exalando, imediatamente enviando uma mensagem para Eleanor: "Eleanor, ela concordou. Não se preocupe."
Lynda virou a cabeça, enterrando o rosto no cobertor, mordendo o lábio para não gritar.
Como ela pôde ser tão cega a ponto de se apaixonar por um cretino desses?!
Logo, Eleanor ligou, e Charles olhou para Lynda antes de atender sem hesitar na frente dela. A voz de Eleanor soou: "Charles, você é incrível!"
Seus lábios curvaram-se instintivamente em um sorriso carinhoso. "Eu..."
Nesse momento, Lynda pegou um copo e jogou nele. "Saia! Não exiba seu afeto na minha frente!"
Os cacos cortaram o peito de Charles.
Ele ficou atônito, não esperava que Lynda o atingisse, a raiva subindo dentro dele. "Descanse bem. Eu voltarei quando você parar de fazer escândalo."
Seu tom estava rígido, um contraste marcante com a ternura que ele mostrava a Eleanor.
Lynda nem olhou para ele, dizendo friamente: "Vai embora!"
Os olhos de Charles escureceram, e quando estava prestes a dizer algo, a ligação de Eleanor o interrompeu, sua voz doce: "Charles, por que você desligou na minha cara?"
Charles imediatamente saiu, consolando Eleanor enquanto deixava Lynda fora de vista.
Lynda esfregou os olhos vigorosamente, secando as lágrimas que os enchiam.
Ela prometeu a si mesma que, após o período de espera, faria com que Charles saísse de sua vida para sempre!
Meio mês depois, no dia de sua alta, Charles apareceu pessoalmente, surpreendentemente.
No passado, isso a teria deixado radiante, mas agora, ela simplesmente se acomodou no banco traseiro.
Olhando para o assento do passageiro vazio, Charles franziu a testa. Ela costumava insistir em sentar na frente. O que havia de errado com ela hoje?
Lynda olhou para a paisagem lá fora, lembrando-se de como Charles nunca a deixava sentar no banco do passageiro antes. Ela não entendia então, mas agora sabia - o assento estava reservado para Eleanor.
E Lynda não era digna.
Após chegar em casa, Charles, de forma inesperada, abriu a porta do carro para ela e se ofereceu para carregar sua bolsa de roupas.
Lynda não entendia sua súbita atenção, mas não se importava mais e não queria.
Para sua surpresa, ao entrar, Eleanor estava sentada no sofá, sorrindo para ela. "Olá, Lynda."
Eleanor estava vestindo seu pijama - o par favorito dela.