A Noiva Abandonada e Seu Triunfo
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Capítulo 3

Eu precisava de dinheiro. Os dez dias até minha partida para a missão da ABIN pareciam uma eternidade, e eu não podia depender da "caridade" da minha família. Eu precisava de um pouco de independência, mesmo que temporária.

Lembrei-me de um pequeno café perto da mansão onde eu costumava ir. O dono era um senhor simpático. Fui até lá e, para minha surpresa, ele me ofereceu um trabalho temporário lavando pratos e limpando o chão.

O dinheiro era pouco, mas era meu. Era suado e honesto. Minha família nunca me deu um centavo que não viesse com uma condição ou uma humilhação. Helena sempre recebia tudo, enquanto eu tinha que implorar por dinheiro para livros ou material de estudo.

No terceiro dia de trabalho, enquanto eu esfregava o chão, a porta do café se abriu. Era Cristiano.

Ele me viu ali, de joelhos, com um balde e um esfregão. Seu rosto era uma máscara de choque e vergonha.

"Clarinda? O que você está fazendo?"

"Trabalhando," respondi, sem parar o que estava fazendo.

Ele se aproximou, tirando a carteira do bolso. "Você não precisa fazer isso. Eu te dou dinheiro."

"Eu não quero o seu dinheiro," eu disse, minha voz fria.

Ele parecia perdido. Então, ele pareceu se lembrar de algo. "Eu sei que ontem foi seu aniversário. Eu sinto muito. Eu... eu trouxe um presente."

Ele me estendeu uma pequena caixa de veludo. Abri. Era um colar de diamantes. Caro, impessoal. Um presente para aliviar sua culpa, não para me fazer feliz.

Ele provavelmente nem se lembrava que eu era alérgica a níquel, um metal frequentemente misturado em joias de ouro branco. Ou que eu preferia livros a diamantes.

Nossa história era longa. Nos conhecemos na universidade. Ele era o cara popular, e eu, a nerd quieta. Ele se apaixonou pela minha mente, ele dizia. Anos depois, quando sua empresa estava à beira da falência, eu usei minha habilidade com análise de dados para encontrar uma falha no mercado que o salvou, tornando-o o magnata que era hoje.

Um ano depois, ele teve uma falência renal. Eu era compatível. Doei um dos meus rins para ele, em segredo. Só minha família sabia. Foi meu maior ato de amor. Um ato que ele jogou no lixo.

"Eu não posso aceitar," eu disse, fechando a caixa e a empurrando de volta para ele.

"Por quê?" ele perguntou, confuso.

Antes que eu pudesse responder, o celular dele tocou. Era Helena, claro. Sua voz era histérica do outro lado da linha.

"Cris! Socorro! Eu acho que estou morrendo!"

"O que foi, Helena? Onde você está?" ele perguntou, já em pânico.

"Eu tentei cortar meus pulsos! O sangue não para de sair! Estou na banheira!"

Cristiano ficou pálido. "Não se mova! Estou indo!"

Ele desligou e correu para a porta, sem nem olhar para trás. Sem nem se despedir.

Eu continuei esfregando o chão. Sabia que Helena estava mentindo. Era seu truque favorito para chamar a atenção. Um pequeno arranhão no pulso, um drama exagerado. Ela nunca se machucaria de verdade.

Mas Cristiano sempre caía. E, mais uma vez, ele me deixou para correr atrás dela.

            
            

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