A Noiva Abandonada e Seu Triunfo
img img A Noiva Abandonada e Seu Triunfo img Capítulo 4
4
Capítulo 5 img
Capítulo 6 img
Capítulo 7 img
Capítulo 8 img
Capítulo 9 img
Capítulo 10 img
Capítulo 11 img
Capítulo 12 img
Capítulo 13 img
Capítulo 14 img
Capítulo 15 img
Capítulo 16 img
Capítulo 17 img
Capítulo 18 img
Capítulo 19 img
Capítulo 20 img
Capítulo 21 img
Capítulo 22 img
Capítulo 23 img
Capítulo 24 img
Capítulo 25 img
Capítulo 26 img
Capítulo 27 img
Capítulo 28 img
Capítulo 29 img
Capítulo 30 img
Capítulo 31 img
img
  /  1
img

Capítulo 4

Eu não senti nada quando Cristiano saiu correndo. A parte de mim que se importava com ele ou com Helena havia morrido há muito tempo na prisão.

Voltei para o meu quarto de serviço naquela noite e olhei para o calendário improvisado que fiz na parede. Sete dias restantes. A contagem regressiva para minha liberdade.

Nos dias seguintes, a rotina foi a mesma. Eu trabalhava no café, voltava para o meu quarto úmido e contava os dias. Eu evitava minha família o máximo possível.

Um dia, fui convocada à sala de estar. Todos estavam lá: meus pais, Giulia e Helena, que exibia um curativo dramático no pulso. E Cristiano.

A atmosfera era pesada.

"Clarinda," começou meu pai, com uma falsa gentileza. "Nós conversamos e tomamos uma decisão."

Minha mãe continuou. "Cristiano e Helena vão se casar. O mais rápido possível."

Eu olhei para Cristiano, esperando que ele dissesse algo. Que ele negasse. Mas ele apenas olhou para o chão, incapaz de me encarar.

"Helena está muito fragilizada," disse minha mãe. "O médico disse que um casamento, uma demonstração de estabilidade e amor, vai ajudá-la a se recuperar."

Era tudo sobre Helena. Sempre foi.

"Você concorda com isso, Cristiano?" perguntei, minha voz perigosamente calma.

Ele finalmente levantou a cabeça. Seus olhos estavam repletos de culpa. "Clarinda, eu... Helena precisa de mim. Ela disse que se eu não me casar com ela, ela vai tentar se matar de novo, e desta vez de verdade."

A chantagem emocional de sempre. E ele, o homem poderoso, o magnata, era fraco demais para resistir.

Eu dei um suspiro longo e cansado. "Tudo bem."

Um silêncio chocado pairou na sala. Eles esperavam lágrimas, gritos, uma cena. Minha aceitação calma os desarmou.

"Tudo bem?" repetiu Giulia, incrédula.

"Sim. Tudo bem." Eu não me importava mais. Era apenas um noivado, uma promessa que ele já havia quebrado.

Helena, no entanto, não estava satisfeita. Ela precisava de mais drama, de mais humilhação. Ela pegou um pequeno canivete da mesa de centro - o mesmo que usara para o seu arranhão teatral - e o pressionou contra o outro pulso.

"Não é o suficiente! Eu quero que ela implore! Eu quero que ela peça para eu me casar com ele!" ela gritou, os olhos selvagens.

Giulia, minha irmã mais nova, que sempre seguia a manada, se virou para mim. "Clarinda, pelo amor de Deus, faça o que ela diz! Você sempre tem que estragar tudo!"

Eu me lembrei de todas as vezes que me pediram para ceder. Ceda seu quarto para Helena. Ceda suas notas para Helena não se sentir mal. Ceda sua liberdade para Helena.

Uma ideia perversa surgiu na minha mente. Um último teste.

"Eu faço o que ela quer," eu disse, a voz perigosamente calma. "Mas com uma condição." Todos me olharam, a respiração suspensa. Eu me virei para a mulher que destruiu a minha vida. "Eu quero que Helena se ajoelhe e lave os meus pés. Se ela quer que eu implore, primeiro ela terá que se humilhar diante da ex-presidiária suja que ela ajudou a criar."

                         

COPYRIGHT(©) 2022