Acordo-me somente porque o despertador toca e já são 9 horas da manhã e a primeira coisa que fiz foi ligar o celular e tem uma mensagem do Alfredo pedindo para eu olhar as fofocas do dia! O que diabos eu tenho a ver com fofoca, qual é a notícia dessa vez, quando abro um desses portais, vejo a minha foto com a loira de ontem.
- Inferno - Falo alto ao ver essa imagem.
Passo a mãos nos cabelos em tamanho desespero, eu estava tão bêbado que não me resguardei desses urubus que vivem de fotografar as pessoas. Dei um pulo da cama e fui tomar um banho rápido, estou com uma dor de cabeça terrível. Me arrumei tão rápido e fui para a empresa sem tomar café mesmo e ao chegar no meu escritório Alfredo já me esperava.
- Quero que dê um jeito e retire aquela foto de todo portal de fofoca. - Peço a Alfredo.
- Você ao menos lembra do nome da loira que estava ontem contigo? - Alfredo pergunta me analisando.
- Não, não lembro.
- Ela é a dona desse site de fofoca! Por isso sua foto está lá. - Alfredo fala calmo.
- Droga, porra. - Bato na minha mesa, irritado.
- Isso quer dizer. - Alfredo faz suspense.
- Quer dizer o quê? Alfredo desembucha logo que eu já estou para ficar louco! - Pergunto irritado.
- Entrei em contato com ela e a mesma quer dinheiro para tirar as fotos do site e de todos os outros portais que a imagem se encontra.
- Vagabunda, o que tem de gostosa, tem de bandida, do que você está rindo Alfredo? - Pergunto indignado.
- estou rindo de você, de quem mais seria, eu no seu lugar procuraria se manter na linha porque essa imagem de pegador vai acabar arruinando você e os seus negócios! - Alfredo me aconselha tentando parar de rir.
- Só pode ser praga da Meline, ela me deu outra fora ontem e eu fiquei possesso de raiva e fui para a boate e o resto você já sabe. - Falo afrouxando o nó da gravata.
- Agora está explicado! O ego ferido tem nome, Meline! - Alfredo balança a cabeça em negativa.
- Ela só não me enterrou ontem, Alfredo, o que eu ouvi dela, nenhuma mulher falou para mim, Meline disse que não quer ser vista comigo e nem seu nome vinculado ao meu - Desabafo.
- Sério isso James, de pegador a um homem frustrado - Alfredo continua rindo de mim.
- Rir Alfredo, vai rindo bastante, o seu dia vai chegar também.
- James a que ponto chegou, mulher tendo medo de ser vista com você! Depois dessa deixa eu ir trabalhar, e diga-me se vai pagar o valor que a loira pediu para tirar as fotos.
- Sim, manda retirar tudo e pague o que essa vagabunda quer, o meu dinheiro ela só irá ver dessa vez! - Ordeno e a minha Vontade é de dar um murro na parede.
A minha secretária bateu a porta e eu mando ela entrar, e a mesma entrou colocando sobre a minha mesa uma pilha de documentos para eu assinar e revisar, aproveitei e pedi um café bem forte a ela.
Trabalhar de ressaca é a pior coisa que existe na vida, mas hoje está pior ainda porque o dia amanheceu tenso pela minha foto que está por aí, não quis nem almoçar e aproveitei o horário do almoço para dormir um pouco aqui no escritório.
O período da tarde aqui na empresa foi melhor um pouco, trabalhei um pouco menos, consegue ainda participar de uma reunião em meio ao meu cansaço. Quando chegou a noite larguei tudo aqui e entrei no meu carro e saí dirigindo sem rumo e sem direção e durante o caminho decido ir até a casa da Meline, liguei imediatamente para Alfredo só ele pode me dar o endereço dela e Alfredo mesmo contra a sua vontade me enviou o endereço da Meline e diz que as benditas fotos foram retiradas do site, uma situação ao menos para eu me preocupar e no caminho para o bairro onde Meline mora, uma grande chuva começa a cair, trovões estremecem no céu e relâmpagos fortes clareiam o tempo estacionei em frente a casa com o seu número e descaradamente desço do carro nessa imensa chuva para tocar a campainha e ao apertar rapidamente Meline abre a porta parecendo que ela já estava me esperando, os seus não acredita no que ver.
- O que está fazendo aqui? Ficou louco? Onde conseguiu o meu endereço? - Meline pergunta brava enquanto estou na chuva.
- Vim conversar com você, ou pensa que eu desisti - Falo todo molhado e um grande trovão estremece no céu causando um enorme barulho.
- Entra senão vai cair um raio na sua cabeça e eu vou ser culpada pela sua morte aqui na minha porta - Meline fala e deixa eu entrar na sua pequena casa.
- Não precisa ficar com medo de mim, não vou fazer mal a você! - Falo tentando tranquilizá-la enquanto a chuva banha toda a cidade.
- Nunca se sabe, não confio em você, não sei o que veio fazer na minha casa nessa imensa chuva que banha a cidade eu pensei que tinha sido clara com você! - Meline fala nervosa.
Ela sobe para o seu quarto e volta com um roupão e me entrega, isso é um sinal que ela não é tão difícil quanto parece.
- Meline eu não sou nenhum monstro, eu vim aqui com todo respeito do mundo, quero entender o porquê você sempre se dirigir a mim com quatro pedras na mão, deixa-me ser seu amigo, me dá um voto de confiança. - Falo e ela me olha desconfiada.
- Homens como você não procura uma mulher simplesmente para ser amigo dela, acha que eu nasci ontem, acha mesmo que eu não vi a sua foto beijando aquela mulher, a foto resume o homem que você é, pervertido e sem confiança. - Meline anda de um lado para o outro.
Tento me explicar para ela, que não quis me ouvir, a chuva só aumentava mais e mais com trovões e relâmpagos, ela foi para a cozinha me deixando na sala admirando o seu corpo, estou fascinado pelo corpo dessa mulher.
- James, vou preparar um chocolate quente, você quer também? Estou com fome, o jantar que eu pedi não chegou - Meline fala.
- Sim, aceito! - Falo observando cada passo dessa mulher.
Meline após preparar o chocolate ela me serve uma xícara e sobe para o seu quarto e eu fico degustando o chocolate quentinho e eu fico observando como é aconchegante a casa dela, em seguida Meline desce devagar a escada da vestida num pijama comprido e largo, com o seu olhar desconfiado sobre mim.
- Está gostando do chocolate quente? - Meline pergunta.
- Está maravilhoso. - Falo e a chuva nada de ir embora.
- Fique sentado aí que vou à cozinha preparar o jantar na cozinha. - Meline vira as costas para mim.
- Se quiser eu posso te ajudar! - Me ofereço e Meline em silêncio me analisa.
- Não, não precisa, já me ajuda ficando distante de mim. - Meline rebateu.
- Meline, eu não vou te agarrar à força, não sou nenhum maníaco! Apesar de você me fazer sentir um. - Falo de longe.
- Maníaco talvez não seja, mas é mulherengo e safado e isso já basta!
- É disso que você tem medo de se deixar seduzir por mim? - Pergunto deixando Meline sem palavras.
- Jamais, não tenho medo de ninguém, mas tem certas pessoas que devemos nos manter longe e você é um deles, agora fique quietinho aí que vou fazer um jantar para nós.
Meline é a mulher mais áspera que conheci e o pior disso é que eu a quero analiso a sua boca e me vejo beijando ela e após alguns minutos vendo ela cozinhando resolvo quebrar o nosso silêncio com uma pergunta.
- Já teve algum relacionamento? - pergunto louco para saber a resposta.
- Sim, já tive! Vamos mudar de assunto que o jantar está pronto e aproveite porque é só hoje, não trago homens para minha casa. - Meline fala fugindo da minha pergunta e coloca sobre a mesa uma macarronada quentinha.
Sinto o cheiro da sua comida que está maravilhoso, sirvo-me um pouco de macarronada e o sabor está muito delicioso, e eu tive que elogiar a sua comida e lhe dei os parabéns e Meline não fala nada.
Após o nosso jantar, quis ajudá-la a lavar a louça e Meline não deixou, quanto mais tempo eu passo aqui mais a chuva não cessa e Meline senta um pouco afastada de mim e ficamos conversando sobre as nossas famílias, e descobri que Meline é do campo e veio tentar a vida aqui, falamos sobre os nossos gostos e também sobre as nossas diferenças e hoje eu vi que ela é realmente uma mulher diferente e que somos muitos diferentes, mas nada disso me tira a vontade de ficar com ela.
- E essa chuva que não cessa. - Meline se levanta indo até à janela.
- Já está me expulsando da sua casa? - pergunto me levantando.
- Posso ser sincera? Sim, estou te expulsando. - Meline cruza os braços seriamente.
- Não é bom uma mulher passar um temporal deste sozinha, te fiz companhia e é assim que você me agradece? - A questiono e Meline revira os olhos bufando.
- Eu vou dormir no meu quarto, você dorme aqui hoje no sofá se quiser, tem filme para assistir, fique a vontade aqui somente por hoje, eu preciso ir dormir, tenho que acordar cedo. - Meline desconversou e subiu para o seu quarto.
Em seguida, ela volta com uma coberta e dois travesseiros e me entrega, dou boa noite a ela que não me responde, pergunto o que eu fiz para essa mulher não gostar nada de mim, lógico que sou um safado segundo ela, mas ter repulsa de alguém que nunca fez mal a ela é demais.
- A chuva não sei como te agradecer, você me ajudou hoje. - Falo sozinho.
Deito-me no sofá e me embrulho sentindo o cheiro dela por toda a casa e acabo dormindo rápido, um sofá nunca foi tão confortável na minha vida, durmo um sono em paz, como há muito tempo não tinha dormido.