Capítulo 6 Aquela Maldita Empregada

Perspectiva de Killian:

Eu estava deitado na cama do quarto, envolto pelo silêncio, mas encontrava dificuldade em adormecer. Toda vez que fechava os olhos, a imagem do rosto cansado e desesperado de Nyla aparecia na minha mente.

Que pessoa lamentável!

Por que, em nome dos céus, eu toleraria uma empregada que não tinha um lobo por tanto tempo? Essa mulher tinha me enganado e fingido ser inocente, chegando ao ponto de afirmar que era minha companheira. Como ela podia ser tão descarada?

Não podia acreditar que ela teve a audácia de voltar e querer ver Raylan. Será que ela estava tentando comemorar com ele que agora tinha a oportunidade de se tornar o Alfa?

Só de pensar nisso, eu ficava ainda mais irritado. Sentia o lobo dentro de mim ficar inquieto, e minha cabeça latejava violentamente, como se estivesse prestes a se partir.

"Willie! Acalme-se!" Não tive escolha senão repreendê-lo.

Meu lobo estava longe de ser obediente. Se fosse, eu não teria que suportar tanto nos últimos anos. Willie era o lobo mais solitário, indomável e irritável que já encontrei.

Minha dor de cabeça se intensificou, sinalizando que meu lobo estava prestes a assumir o controle. Isso não era um bom sinal. Se eu não liberasse minha energia acumulada em breve, Willie poderia perder o controle e entrar em um estado frenético.

Tentei acalmar a agitação no meu corpo e me dirigi à sala secreta para extravasar. Pelo caminho, os lobisomens desviavam o olhar e me prestavam respeito.

Apesar do anúncio do meu pai de que reconsideraria o candidato ao próximo Alfa, toda a Alcateia Lua Negra estava ciente de que eu era o lobisomem mais poderoso.

Quanto a Raylan, meu meio-irmão, era claro para todos que ele não era páreo para mim em termos de força.

Entrei na sala secreta sem pensar muito.

Perdi a noção do tempo durante minha estadia na sala secreta. Sempre me levava à beira da insanidade. Quando recobrei os sentidos, descobri que as paredes estavam marcadas com sulcos profundos das minhas garras, e a sala em si estava à beira do colapso.

Parecia que eu teria que reconstruir a sala secreta, pois ela não podia suportar a erupção do meu poder.

Espere, o que era aquilo?

Notei um padrão incomum na parede e me aproximei, curioso.

Não era um padrão. As marcas na parede pareciam formar uma palavra...

Nyla?

Nyla Higgins?

Meus olhos se arregalaram em descrença enquanto eu amaldiçoava entre dentes. O que eu tinha feito na forma de lobo? Como poderia estar pensando naquela empregada?

Desferi um soco na parede com raiva, tomado de vergonha e fúria. Aquele nome era uma desgraça, e eu preferia destruí-lo!

Ao sair da sala secreta, consegui me recompor até certo ponto, mas ainda estava de mau humor.

Quando estava voltando, avistei Alyssa conversando com três lobisomens.

Apesar de confuso sobre por que estavam conversando tão tarde, eu não estava em condições de prestar atenção a nada.

Quando estava prestes a evitá-los, ouvi o nome de Nyla ser mencionado, o que me deixou ainda mais irritado. Ao mesmo tempo, senti algo peculiar. O que Alyssa tinha a ver com Nyla?

Com isso em mente, voltei meus passos e me aproximei deles. "Com licença, sobre o que estão falando?" perguntei.

Notei que os três lobisomens estavam um pouco agitados. Lancei um rápido olhar para eles antes de fixar meu olhar em Alyssa.

Alyssa parecia hesitante, o que me deixou impaciente. Depois que estalei a língua, ela finalmente abriu a boca.

"Killian, meus subordinados viram Nyla se envolvendo com um vagabundo do lado de fora da Alcateia Lua Negra..."

Tão cedo? Que mulher sem vergonha!

Olhei para os outros lobisomens, e todos levantaram as mãos e juraram.

"Sim, juramos que é verdade em nome de algo sagrado! Vimos ela ser levada por um vagabundo!"

Fazer um juramento em nome de algo sagrado e mentir era considerado uma ofensa grave. A lembrança da expressão de sofrimento de Nyla quando saiu veio à minha mente e me fez sentir nauseado.

Um dos subordinados de Alyssa notou minha expressão e perguntou: "Quer que demos uma lição em Nyla por você?"

"Não é necessário." Imediatamente os cortei e saí sem dizer mais nada.

Como eu poderia ter tido qualquer tipo de encontro íntimo com alguém como Nyla? Só de pensar nisso me fazia sentir nojo e enjoado.

Estava tão furioso que prometi a mim mesmo que, se Nyla ousasse aparecer na minha frente novamente, eu não hesitaria em atacá-la e fazê-la se arrepender do dia em que me desafiou.