Rejeitada pelo Meu Alfa: A Ascensão de uma Luna de Silverwood
img img Rejeitada pelo Meu Alfa: A Ascensão de uma Luna de Silverwood img Capítulo 4
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Capítulo 4

Ponto de Vista de Caio:

Eu estava do lado de fora da toca da Curandeira, uma cesta de ervas restauradoras na mão. Uma oferenda de paz. Sofia insistiu que eu fosse, para mostrar à alcateia que eu era um Alfa benevolente, mesmo para aqueles que tinham sido... um incômodo.

Ao me aproximar do quarto de Lia, ouvi sua voz em minha mente. Não dirigida a mim, mas uma transmissão para um receptor externo.

*Confirmando minha passagem para o salto pelo portal em dez dias. Destino: Mata Prateada.*

Mata Prateada? Por que ela iria para lá? Um nó frio de algo que me recusei a nomear se apertou em meu estômago.

Abri a porta sem bater. Ela estava sentada na cama, o rosto pálido. Renan tinha ido embora.

"Onde você vai?" exigi, minha voz mais áspera do que eu pretendia.

Ela olhou para mim, seus olhos vazios de sua adoração usual. "Com todo o respeito, Alfa, os movimentos de uma Ômega não são da sua conta."

O título formal, a dispensa fria - isso me irritou. Meu lobo rosnou na minha cabeça, irritado com seu desafio. Não era assim que ela deveria agir. Ela deveria estar de coração partido, suplicando. Não essa... essa estranha fria.

"Você está ferida," eu disse, gesticulando para sua perna enfaixada. "Você não está em condições de viajar."

"A Curandeira diz que poderei andar em alguns dias."

Um silêncio constrangedor caiu entre nós. Vi a cadeira de rodas ao lado de sua cama. Ela precisava ir para um tratamento de acompanhamento, um ritual de purificação para expurgar o último resquício de prata de seu sistema. Contra meu bom senso, me vi passando por trás dela.

"Eu te levo," eu disse bruscamente.

Ela não protestou, apenas permaneceu em silêncio enquanto eu a empurrava pelo longo e estéril corredor. O silêncio era enervante. Eu estava acostumado com ela preenchendo cada momento com conversas alegres, com perguntas sobre o meu dia, com elogios tímidos. Esse silêncio parecia uma acusação.

Chegamos ao saguão principal. Sofia estava esperando lá, uma expressão preocupada em seu rosto perfeito.

"Caio, querido!" ela gritou, correndo em minha direção. "Eu estava tão preocupada. Ela está bem?"

Minhas mãos imediatamente deixaram a cadeira de rodas. Fui até ela, meu foco inteiramente em minha companheira escolhida. "Estou bem, meu amor. Como você está se sentindo depois do choque?" Acariciei seu rosto, verificando-a em busca de qualquer sinal de angústia.

Atrás de mim, ouvi um suspiro e um som nauseante de raspagem.

Eu me virei. A cadeira de rodas, que eu havia deixado na leve inclinação da rampa, rolou para longe. Estava indo diretamente para um grande vaso decorativo feito de prata intricadamente trabalhada.

Para evitar colidir com o metal venenoso, Lia se jogou da cadeira. Ela jazia estendida no chão de pedra áspera, suas mãos e joelhos arranhados e sangrando. Sangue fresco escorria pelas bandagens em sua perna ferida.

"Oh, coitadinha!" Sofia disse, sua voz pingando falsa simpatia. "Caio, você deveria carregá-la. Ela se machucou de novo."

Olhei para a forma patética e sangrenta de Lia, e depois para o rosto preocupado de Sofia. Meu lobo fez a escolha.

"Não," eu disse, minha voz como gelo. "Estou prestes a realizar a Cerimônia de Marcação com minha companheira. Meus braços são para ela e somente para ela."

Virei as costas para Lia e levei Sofia embora, deixando-a se debater no chão. Demos apenas alguns passos antes de ouvir a voz de Sofia, fingindo bondade. Parei, ouvindo.

"Aqui," Sofia disse, e imaginei-a oferecendo um lenço a Lia. Sua voz baixou para um sussurro conspiratório, destinado apenas a Lia, mas minha audição de Alfa o captou. "Eu sei que você ouviu nosso plano. Mas não importa, não é? No final, ele ainda me escolheu. Ele me ama."

Então, um mergulho e um grito.

Eu me virei. Sofia estava se debatendo na piscina de hidroterapia, uma bacia profunda cheia de água gelada usada para tratar queimaduras graves. Lia estava na beira, sua expressão chocada.

Mas eu não vi choque. Eu vi culpa.

"Lia!" Sofia gaguejou, tremendo violentamente. "Por que você me empurrou?"

Ciúmes. Tinha que ser. A Ômega finalmente surtou.

Eu não hesitei. Saltei sobre a grade, puxando uma Sofia trêmula da água congelante e envolvendo-a em meu casaco. Seus dentes batiam, seu corpo tremia. Fúria, fria e absoluta, tomou conta de mim.

Virei-me para Lia. Ela abriu a boca para falar, para explicar, mas não lhe dei a chance.

"Você ousa," rosnei.

Agarrei-a pelo braço - o mesmo braço que eu havia me recusado a oferecer em ajuda momentos antes - e a arrastei para a beira da piscina. Ela já estava ferida, fraca, e eu sabia que ela era uma nadadora ruim. Não importava.

Eu a empurrei com força.

Ela caiu na água gelada com um grito de choque. Sua cabeça afundou. Ela subiu engasgando, seus olhos arregalados de terror.

Inclinei-me sobre ela, minha sombra caindo sobre a água. Liberei toda a força do meu Comando de Alfa, minha voz um rugido que abalou as próprias fundações do prédio.

"Se você tocar nela de novo, se sequer respirar na direção dela, eu vou te expulsar desta alcateia! Vou arrancar seu nome e te transformar em uma Renegada! Você me entendeu?"

Seu rosto era uma máscara de terror e incredulidade. Ela tentou se manter à tona, mas o frio e o choque eram demais. Suas lutas enfraqueceram. Seus olhos reviraram na cabeça.

E ela afundou sob a superfície.

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