A Prometida do Impíedoso
img img A Prometida do Impíedoso img Capítulo 5 Diana Cross 4
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Capítulo 6 Damian Stark 5 img
Capítulo 7 Diana Cross 6 img
Capítulo 8 Damian Stark 7 img
Capítulo 9 Diana Cross 8.0 img
Capítulo 10 Diana Cross 8.1 img
Capítulo 11 Damian Stark 9.0 img
Capítulo 12 Damian Stark 9.1 img
Capítulo 13 Diana Cross 10.0 img
Capítulo 14 Diana Cross 10.1 img
Capítulo 15 Damian Stark 11.0 img
Capítulo 16 Damian Stark 11.1 img
Capítulo 17 Diana Cross 12.0 img
Capítulo 18 Diana Cross 12.1 img
Capítulo 19 Damian Stark 13.0 img
Capítulo 20 Damian Stark 13.1 img
Capítulo 21 Diana Cross 14.0 img
Capítulo 22 Diana Cross 14.1 img
Capítulo 23 Damian Stark 15.0 img
Capítulo 24 Damian Stark 15.1 img
Capítulo 25 Diana Cross 16.0 img
Capítulo 26 Diana Cross 16.1 img
Capítulo 27 Damiana Stark 17.0 img
Capítulo 28 Damian Stark 17.1 img
Capítulo 29 Diana Cross 18.0 img
Capítulo 30 Diana Cross 18.1 img
Capítulo 31 Damian Stark 19.0 img
Capítulo 32 Damian Stark 19.1 img
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Capítulo 5 Diana Cross 4

Minha saída na boate foi um impulso. Eu não fazia ideia do que realmente estava acontecendo. No dia seguinte, cheguei cedo ao trabalho. Não vou dar chance para que ele me demita, principalmente agora, que preciso pagar a faculdade.

O dia passou cheio de tarefas, e minha mente não parava. Fiquei me perguntando por que ele quis saber se eu tinha namorado. O que, afinal, ele queria com essa pergunta? Qual o real interesse dele na minha vida? Senhor Damian... parece que somos obrigados a servi-lo como se fosse um rei, só que um rei sem noção.

Quando deu meu horário, avisei e fui direto para o ponto de ônibus. Meu dia ainda não tinha acabado. Eu tinha aula à noite e precisava estar focada. Foi aí que tive uma surpresa: encontrei Otávio, um colega da faculdade. Como sempre, ele foi gentil e educado. Ofereceu uma carona e resolvi aceitar.

Até a faculdade, a conversa fluiu tranquilamente.

- O que acha de sair para um barzinho depois da aula? - ele perguntou, com aquele sorriso fácil.

- Hoje não vai dar. Amanhã tenho que trabalhar cedo.

- Vamos, Diana! Você parece que está precisando relaxar um pouco.

Fiquei pensando no convite. Talvez ele tivesse razão.

- Vamos ver até o fim da aula - respondi, incerta.

Assisti às primeiras aulas, mas as duas últimas foram canceladas. Otávio insistiu mais uma vez, e, no fim, acabei cedendo.

Acabamos indo a um barzinho perto da faculdade. Nada muito movimentado, o suficiente para uma conversa tranquila. Otávio pediu uma bebida leve, e eu optei por um refrigerante, ainda precisava voltar para casa com a cabeça no lugar.

- Sabe, você parece sempre tão séria... - ele comentou, apoiando os braços na mesa. - Como se carregasse o mundo nas costas.

- Talvez porque, às vezes, é exatamente assim que me sinto - respondi, sem pensar muito.

Ele me olhou com um pouco mais de atenção, como se só agora estivesse tentando realmente me enxergar.

- E o trabalho? Está tudo bem lá?

Hesitei. Pensei em Damian, em seu olhar inquisitivo, em sua pergunta inesperada sobre meu status amoroso. Aquilo ainda estava entalado na minha garganta.

- Tá... como sempre. Cansativo. O ambiente é estranho, sabe? Às vezes, parece que estou andando sobre cacos de vidro.

Otávio assentiu, mas não insistiu. Em vez disso, mudou de assunto, contou uma história engraçada sobre uma aula prática em que tudo deu errado e, aos poucos, consegui relaxar um pouco. Não muito. Só o suficiente para me lembrar de que ainda existiam pessoas leves no mundo.

Saímos do bar por volta das dez e meia. Ele insistiu em me deixar em casa, e, embora meu instinto inicial fosse recusar, acabei aceitando. A noite estava fria, e eu já estava exausta.

Quando estacionou em frente ao meu prédio, ele me lançou um último olhar.

- Sabe, Diana... se um dia quiser conversar de verdade, sem máscaras, sem pressa... eu tô por aqui.

Assenti em silêncio. Sorri, mas sem promessas. Subi as escadas pensando em como alguém tão gentil podia parecer tão distante do meu mundo.

No entanto, assim que entrei em casa e encostei a porta, o celular vibrou. Uma mensagem de um número que eu não tinha salvo:

"Chegou bem?"

Franzi a testa.

Mais uma vibração.

"Desculpa perguntar aquilo hoje. Foi invasivo."

Meu coração acelerou. Era Damian.

A pergunta ecoou de novo na minha mente:

Por que ele quer saber da minha vida?

Fiquei alguns segundos apenas encarando a tela, os dedos hesitantes sobre o teclado. Damian. Ele nunca tinha mandado mensagem fora do ambiente profissional. Nem mesmo um "bom dia" formal. E agora... isso?

Respirei fundo antes de responder.

"Cheguei sim. Obrigada."

Logo ele respondeu. Rápido demais para alguém que, teoricamente, não se importa.

"Que bom. Não queria que pensasse mal de mim por ter perguntado aquilo."

Pensei em como ele me olhava no escritório com aquela atenção desconfortável, como se estivesse sempre analisando tudo o que eu fazia, como se eu fosse um problema prestes a explodir.

"Foi estranho. Mas tudo bem."

Mandei a mensagem e bloqueei a tela do celular, achando que a conversa tinha acabado ali.

Mas não.

"Eu só... achei que talvez você estivesse saindo com alguém. Não queria parecer um idiota."

Arqueei uma sobrancelha. E desde quando Damian se importa com parecer um idiota?

Fiquei olhando a mensagem por alguns segundos, e então digitei devagar:

"Isso muda alguma coisa pra você?"

A resposta demorou mais dessa vez. E por algum motivo, isso me deixou tensa. Quando finalmente chegou, o texto era curto:

"Muda. Mas eu não deveria dizer por quê."

De repente, o silêncio do meu quarto pareceu pesado. Sentei na cama, ainda segurando o celular, com a sensação de que estava prestes a cruzar uma linha invisível.

"Por que não?" - perguntei.

Dessa vez, ele mandou um áudio. Meus dedos hesitaram antes de dar play.

A voz dele soou mais baixa, como se estivesse tentando não ser ouvido.

-Porque eu sou seu chefe, Diana. E porque se eu disser o que realmente penso, você talvez não queira continuar trabalhando comigo.

Pausa.

- Mas eu vou correr esse risco... Você tem estado na minha cabeça com uma frequência absurda.

Meu estômago se revirou.

Desbloqueei a tela, li a transcrição do áudio para ter certeza de que tinha ouvido certo.

E então, pela primeira vez, não soube o que responder. Otávio, com toda sua gentileza, parecia uma brisa leve...

Damian, por outro lado, era um furacão prestes a atingir meu mundo e eu não fazia ideia de como me proteger da tempestade que ele carregava. Resolvo não responder, apenas deixo o celular de lado, tomei um banjo e apenas Como um sanduiche, avisei a Berta que tinha chegado. Voltei para meu quarto colocquei meu celular para carregar e me deitei mas algo estava me incomodando.

Passei a noite virando na cama, revivendo cada palavra daquele áudio. "Você tem estado na minha cabeça com uma frequência absurda." Era uma frase carregada demais para alguém como Damian, que sempre se mostrou frio, direto, distante.

Mas o tom... o tom da voz dele no áudio não condizia com o homem que eu conhecia no escritório. Era quase... humano. Quase vulnerável.

E isso me desconcertou.

Acordei com o despertador me arrancando do torpor de um sono entrecortado. O rosto inchado, os olhos pesados e a cabeça cheia de perguntas. Tomei banho, vesti minha roupa mais neutra aquela que me fazia parecer invisível, e saí de casa como quem caminha para um campo minado.

O caminho até o trabalho pareceu mais longo que o normal. A cada passo, eu pensava no que diria se encontrasse Damian no corredor. Se ele fingiria que nada aconteceu. Se esperaria alguma resposta.

Quando entrei na recepção da empresa, respirei fundo. Tudo parecia normal. Pessoal da limpeza, recepcionistas conversando, som do café sendo passado na copa.

Mas então o elevador se abriu.

E lá estava ele.

Damian.

De terno escuro, impecável como sempre. Mas algo estava diferente. Os olhos dele me encontraram com uma intensidade que me fez desviar o olhar no mesmo instante.

Ele não disse nada. Apenas deu um leve aceno com a cabeça e segurou a porta do elevador para mim.

- Vai subir? - perguntou, a voz baixa, quase como se temesse chamar atenção.

Assenti com um simples "sim" e entrei. O silêncio dentro do elevador foi quase insuportável. Eu podia sentir o olhar dele em mim, mesmo sem encará-lo.

- Sobre ontem... - ele começou.

- Melhor não - cortei, sem encará-lo. - Não aqui. Não agora.

Ele assentiu, respeitando meu limite. Mas antes que as portas se abrissem no andar da diretoria, ele se virou levemente para mim.

- Só quero que saiba que não foi impulso. Não sou de jogar palavras ao vento.

E então saiu, me deixando ali, no elevador, com o coração disparado e a cabeça girando.

Durante o dia, tentei me focar no trabalho, mas tudo parecia fora de lugar. Qual era o jogo dele? Por que agora? Por que eu?

E, mais do que isso...

Por que parte de mim queria descobrir até onde ele estava disposto a ir?

A tarde já estava quase no fim quando recebi a notificação: "Convocação de reunião – Sala 07B | 17h30 | Participação obrigatória."

Pensei em ignorar. Era raro alguém da minha função ser chamado para uma reunião naquele horário, ainda mais em uma sala que, geralmente, era usada para encontros mais reservados.

Mas não tive escolha. Suspirei, fechei os relatórios na tela e segui até lá, tentando manter a expressão impassível.

Quando abri a porta da sala, minha respiração vacilou.

Damian estava lá. Sozinho. Sentado à cabeceira da mesa, com uma pasta fechada à sua frente. Nenhum outro nome na mesa. Nenhum outro computador ligado. Nenhum outro rosto além do dele.

- Feche a porta, por favor - ele disse, sem tirar os olhos de mim.

Obedeci, com o coração batendo forte.

- Achei que era uma reunião.

- E é. Mas só entre nós dois.

Sentei, mantendo a distância segura. Cruzei os braços e o encarei com firmeza.

-Senhor Damian, se isso aqui for sobre o que você disse ontem...

- É sobre isso, sim - ele me interrompeu. - E também não é.

Silêncio.

Ele abriu a pasta e deslizou alguns papéis na minha direção. Relatórios de desempenho. O meu, mais especificamente.

- Você tem feito um trabalho excelente. Preciso que saiba disso. - Ele fez uma pausa. - E é exatamente por isso que quero que assuma uma nova posição.

Franzi o cenho.

- Como assim?

- Uma vaga acabou de abrir na equipe de planejamento estratégico. Você tem perfil analítico, postura e sabe manter a compostura mesmo sob pressão. Quero que assuma essa função. Responda diretamente a mim.

Meu corpo gelou.

- Isso é uma promoção?

- É. Com aumento de salário. E mais exposição.

- Por quê? - disparei. - Por que agora?

Os olhos dele se fixaram nos meus.

- Porque você merece. E porque eu quero você por perto. Mas quero que entenda: isso não tem a ver com sentimento. Essa decisão é profissional.

Ele se levantou, andou até a janela, de costas para mim.

- O que eu disse ontem foi verdadeiro, mas eu sei separar as coisas. Você continua livre. Inclusive para recusar a proposta.

Eu o encarei, tentando decifrar o que havia por trás daquela fachada de controle. Era difícil distinguir onde terminava o chefe e começava o homem.

- E se eu aceitar? - perguntei, minha voz saindo mais firme do que eu esperava.

Damian se virou devagar. Os olhos dele estavam diferentes, havia menos defesa ali, menos rigidez. Mas havia risco. Um perigo sutil, como se eu estivesse prestes a entrar em um território que não permitia retorno.

Ele cruzou os braços, encostando-se levemente à beirada da mesa.

- Então terá mais trabalho. Saiba que agora você terá mais compromisso, mais exposição. Vai estar diretamente ligada a mim, Diana. Isso exige mais do que apenas eficiência. Exige entrega.

O peso das palavras dele ficou no ar, como fumaça densa.

- Nesse caso... preciso pensar. - recuei um pouco, consciente do que aquilo significava.

Ele inclinou levemente a cabeça, estudando minha reação.

- O que está te impedindo de aceitar essa promoção? - a pergunta veio sem julgamento, mas com um interesse que me fez engolir em seco.

Olhei para os papéis sobre a mesa. Aquilo representava muito: reconhecimento, crescimento, dinheiro algo que eu realmente precisava. Mas também significava estar sob o olhar constante de alguém que confundia meus sentidos.

- Além de ser algo raro, já que tenho pouco tempo de empresa... eu também faço faculdade à noite. - fui sincera, porque não fazia sentido mascarar aquilo.

Ele assentiu devagar, como se já soubesse.

- Eu sei. Eu acompanho seus horários. Sua rotina. - sua voz abaixou, mais grave. - Você é disciplinada. Não te daria essa vaga se achasse que não daria conta. Mas, sim... vai ser difícil. E eu não costumo facilitar para ninguém.

- Nem para quem anda ocupando seus pensamentos? - soltei, sem pensar. Quase me arrependi no mesmo instante.

Damian estreitou os olhos, mas não desviou o olhar.

- Principalmente para essas pessoas. - ele respondeu, sem hesitar.

A tensão entre nós era quase palpável. Ele não tocava em mim, mas era como se suas palavras encostassem em cada parte exposta da minha incerteza.

- Você não precisa responder agora. - ele disse, recuando um passo. - Tem até amanhã de manhã. Mas se aceitar, será oficialmente minha nova analista. E sua vida vai mudar.

- Para melhor? - perguntei, quase num sussurro.

Ele abriu um leve sorriso, enigmático.

- Isso depende do quanto você está disposta a se arriscar.- Ele diz e eu pego a pasta para analisar e saio da sala com o coração acelerado, como se tivesse acabado de correr uma maratona invisível. O corredor parecia mais estreito do que de costume. As pessoas passavam por mim, mas eram só vultos, nada além de ruído de fundo para o caos que se formava dentro da minha cabeça.

Cheguei até a copa, me servi de um café já morno, e encostei na parede do fundo, tentando organizar os pensamentos.

Uma promoção.

Salário maior.

Reconhecimento.

Contato direto com Senhor Damian.

Suspirei e fechei os olhos por alguns segundos.

Era exatamente o tipo de oportunidade que eu sonhava em conquistar... mas não assim. Não envolta em intenções dúbias e olhares que pareciam despir mais do que minha competência.

Damian era o tipo de homem que exercia poder sem precisar levantar a voz. E por mais que houvesse algo nele que me atraía, uma presença difícil de ignorar, eu não podia esquecer que ele era meu chefe. E que, ao aceitar essa nova função, eu estaria me colocando sob a mira direta dos olhos que mais me confundiam no mundo corporativo.

E tinha mais.

A faculdade.

As contas.

A sensação de que tudo estava andando rápido demais.

Otavio.

Pensei nele, em como me ofereceu carona sem segundas intenções, como me fez rir de forma leve. Ele era o oposto de senhor Damian: transparente, gentil, fácil de ler. E talvez por isso não despertasse o mesmo frio na barriga. Talvez fosse exatamente isso que me assustava ou que me atraía....

Mais um capítulo liberado!!!!!

E aí, meninas o que vcs acham que vai acontecer??

Será que a Diana vai aceitar essa promoção??

                         

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