O Filho Secreto do Meu Alfa, Minha Rejeição Definitiva
img img O Filho Secreto do Meu Alfa, Minha Rejeição Definitiva img Capítulo 3
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Capítulo 3

ELARA POV:

Na manhã seguinte, eu sabia o que tinha que fazer. Eu precisava de mais. Mais provas. Mais informações. Eu precisava ver a jaula que eles construíram para mim com meus próprios olhos.

Eu precisava entrar na Galeria Rhes.

Ir como eu mesma era impossível. Então me tornei outra pessoa. Usei um celular pré-pago para ligar para a agência de empregos da galeria, criando uma identidade falsa - Esperança, uma humana desesperada por trabalho. Um pequeno suborno em dinheiro, transferido de uma conta não rastreável que Bruna me ajudou a criar, garantiu que eu fosse contratada como faxineira temporária para o dia.

Antes de sair, esmaguei um punhado de hortelã e alecrim do jardim, esfregando os óleos perfumados na minha pele e roupas. O forte cheiro de ervas mascararia minha própria essência de loba, o sinal revelador de um Lobo Branco que qualquer lobisomem poderia identificar. Eu cheiraria como uma humana.

Puxei um gorro sobre o cabelo e coloquei uma máscara facial descartável. Olhando no espelho, vi uma estranha. Não Elara, a herdeira perdida. Não a futura Luna. Apenas Esperança, uma garota com olhos assombrados. O medo me transformou em um fantasma. A fúria estava me transformando em uma estrategista.

Entrar na galeria como faxineira foi uma experiência surreal. O lugar era um monumento à traição deles, financiado com o dinheiro da minha alcateia. Fui designada para limpar o segundo andar, que incluía os escritórios particulares. O escritório de Seraphina.

A porta dela estava destrancada. A sala era opulenta, decorada em tons de creme e dourado. E em sua mesa, em uma moldura de prata, havia uma foto dela e de Heitor. Eles estavam posando formalmente, como um verdadeiro Alfa e Luna. Uma 'foto de casal' destinada a declarar seu laço ao mundo. Isso não era apenas um caso. Era um governo paralelo, uma família secreta sancionada pelos anciãos da alcateia - meus próprios pais.

Trabalhei rapidamente, minhas mãos se movendo no piloto automático enquanto minha mente corria. Na sala de descanso dos funcionários, encontrei minha chance. Uma jovem loba, pouco mais velha que eu, estava limpando o balcão. Seu cheiro era fraco, sua postura submissa. Uma Ômega. Seu crachá dizia 'Ana'.

"Dia cheio", eu disse, minha voz cuidadosamente neutra, humana.

Ela deu um pulo, assustada. "Ah! Sim. Os anciãos têm vindo muito aqui ultimamente."

"Anciãos?" perguntei, fingindo ignorância enquanto esvaziava uma lixeira.

"Sim, o antigo Alfa Ricardo está aqui quase todos os dias", ela sussurrou, inclinando-se conspiratoriamente. "Ele supervisiona os negócios da galeria pessoalmente. Passa mais tempo aqui do que no conselho da alcateia, eu juro."

Meu sangue gelou. Meu pai.

"E a antiga Luna Eleonora", continuou Ana, com os olhos arregalados, "ela traz convidados de outras alcateias aqui o tempo todo. Alfas e Lunas importantes. Ela sempre apresenta a Sra. Seraphina como 'a filha que ela sempre quis'."

Cada palavra era um golpe físico. A filha que ela sempre quis. O que isso fazia de mim? A filha com quem ela foi obrigada a ficar?

Naquele momento, o sino da porta da frente tocou. Minha cabeça se ergueu. Heitor entrou, segurando a mão de Léo. Seraphina estava do outro lado, radiante.

Virei-me rapidamente, pegando um borrifador e um pano, fingindo estar absorta na limpeza de uma vitrine. Meu coração era um tambor frenético contra minhas costelas.

"-quando finalmente vamos nos livrar dela?" A voz de Seraphina era um lamento agudo. "Estou cansada de te dividir, Heitor. Estou cansada de viver nas sombras."

A resposta de Heitor foi impaciente, dura. "Você sabe por quê, Seraphina. Tudo o que temos, esta galeria, o futuro de Léo, tudo depende dela. Do status dela como herdeira do Lobo Branco. Assim que ela estiver totalmente ligada a mim, assim que ela tiver produzido um herdeiro, então poderemos lidar com ela. Até lá, você será paciente."

Ele estava me usando. Pela minha linhagem. Por um herdeiro. A percepção foi sufocante.

Eu tinha que sair. Comecei a me mover em direção à saída, mantendo a cabeça baixa. Eu estava quase na porta.

"Você."

A voz era baixa, carregada de poder. A voz de um Alfa. A voz de Heitor.

Eu congelei, ainda de costas para ele.

"Não reconheço seu cheiro", ele rosnou. "Você é nova."

Meu corpo inteiro ficou tenso. Ele era um Alfa. Seus sentidos eram mil vezes mais aguçados que os de um lobo normal. As ervas... seriam suficientes?

Mantive meu rosto escondido, dando um pequeno aceno de cabeça.

"Vire-se", ele ordenou.

Fiquei parada, meus pés parecendo colados no chão.

Sua voz baixou, agora cheia da força inconfundível e irresistível do Comando do Alfa. Vibrou pelo ar, tomando controle dos meus músculos, dos meus nervos, da minha vontade.

"Eu disse, vire-se. E tire essa máscara. Agora!"

            
            

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