O Filho Secreto do Meu Alfa, Minha Rejeição Definitiva
img img O Filho Secreto do Meu Alfa, Minha Rejeição Definitiva img Capítulo 4
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Capítulo 4

ELARA POV:

Meu corpo se contraiu, pronto para obedecer ao Comando do Alfa contra a minha vontade. Minha mão começou a se levantar em direção à minha máscara. Estava acabado. Fui pega.

"Algum problema, Alfa Monteiro?"

Uma voz humana e suave cortou a tensão. O gerente da galeria, um homem que eu havia subornado mais cedo naquela manhã, se interpôs entre nós. Ele deu a Heitor um sorriso apaziguador.

"Minhas desculpas", disse o gerente rapidamente. "Esta é Esperança, uma temporária. Ela está com uma gripe terrível, mas insistiu em trabalhar. Pedimos que ela usasse a máscara para evitar espalhar germes."

Os olhos de Heitor se estreitaram, seu olhar varrendo-me com suspeita. Por um momento de parar o coração, pensei que ele insistiria. Seu foco era um peso físico, e o Comando começou a tomar conta novamente. Mas então Léo puxou sua mão, reclamando que estava com fome. A distração quebrou sua concentração.

Ele deu um aceno de cabeça curto. "Veja que isso não aconteça novamente."

Ele se virou e levou sua família embora. Eu não esperei por um segundo convite. Fugi da galeria, meus pulmões queimando enquanto eu corria, não parando até estar segura e trancada em meu carro.

Assim que minhas mãos pararam de tremer, contatei Bruna através de um aplicativo de mensagens seguro e criptografado. Enviei a ela tudo o que estava no pen drive. As fotos, os registros financeiros, toda a verdade nojenta.

Sua resposta veio minutos depois. Não foi uma mensagem de texto. Foi uma ligação.

"Eu vou matar ele", ela rosnou, sua voz um grunhido baixo de pura fúria. "Eu vou arrancar a garganta dele, Elara."

"Não", eu disse, minha voz surpreendentemente calma. O choque inicial havia passado, deixando para trás um propósito frio e claro. "Eu não quero vingança, Bruna. Não quero uma briga. Eu só quero ir embora. Quero desaparecer tão completamente que seja como se eu nunca tivesse existido."

Houve um longo silêncio do outro lado da linha. Então, "Você tem certeza?"

"Nunca tive tanta certeza de nada na minha vida."

"Tudo bem", disse ela, sua voz mudando para o tom decidido de uma Gama, uma comandante militar. "Então faremos do meu jeito. Limpo. Legal. Inquebrável."

Uma hora depois, ela ligou de volta. Sua voz era sombria. "É pior do que pensávamos. Eu dei uma investigada nos registros da farmácia da alcateia. Heitor tem feito retiradas grandes e regulares de uma potente mistura de acônito."

Acônito. Um veneno para nossa espécie. Em pequenas doses, podia acalmar um lobo durante uma transformação difícil. Em grandes doses, suprimia nosso lobo interior, nos tornava fracos, letárgicos. Era uma ferramenta de controle.

"Para quê?" sussurrei, embora já soubesse a resposta.

"Para você", disse Bruna, sua voz cheia de raiva. "Pense bem, Elara. Todas aquelas vezes que você se sentiu cansada demais para ir a um jantar da alcateia? As dores de cabeça que te fizeram dormir o dia todo? Eles têm te drogado. Mantendo você fraca e dócil para que ele pudesse brincar de casinha com sua outra família."

As peças se encaixaram. Os 'chás de ervas' que minha mãe sempre insistia que eu bebesse para minha 'ansiedade'. A névoa que tantas vezes nublava minha mente.

"Meu aniversário", eu sussurrei, o horror da situação me atingindo. "Minha primeira Transformação. É para ser dolorosa. Eles vão me drogar. Vão me fazer dormir durante tudo para que possam levar o Léo ao parque de diversões."

Foi a traição final, a mais monstruosa. Eles não iam apenas me negligenciar no meu dia mais importante. Eles iam me envenenar ativamente para facilitar a celebração deles.

"Vamos usar isso contra eles", eu disse, a frieza em meu coração se solidificando em um plano duro como diamante. "Vamos usar o próprio esquema deles para me libertar."

Com a ajuda de Bruna nos dias seguintes, preparamos minha fuga. Ela consultou os anciãos da Alcateia do Rio de Pedra e redigiu uma declaração baseada na antiga lei das alcateias. Era um documento oficial e legalmente vinculativo declarando minha renúncia voluntária ao meu nome, minha linhagem, minha filiação à alcateia e todos os direitos de herança ligados à Alcateia da Lua de Prata. Eu assinei, minha mão firme.

Comprei uma passagem de avião só de ida com um novo nome: Esperança. Meu destino era uma cidade costeira remota em outro continente, um lugar sem alcateias de lobisomens conhecidas. Um lugar onde ninguém jamais pensaria em procurar pela Lobo Branco perdida.

Na noite anterior ao meu aniversário, voltei para a mansão do Alfa. Entrei na sala de estar e vi Heitor ao telefone, discutindo detalhes de segurança para o parque de diversões. Enquanto ele falava, uma onda de excitação tonta percorreu as bordas esfarrapadas do meu laço de companheirismo - a alegria pura e inalterada de minha mãe pela festa de Léo, um sentimento que ela estava projetando para Heitor. Era uma comunicação descuidada e íntima que eu nunca deveria ter sentido.

Eu não senti nada. Nenhuma dor. Nenhuma raiva. Apenas o tique-taque silencioso e constante de um relógio, contando os segundos finais da minha antiga vida.

                         

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