Vendida para o Don 2
img img Vendida para o Don 2 img Capítulo 7 Cazzo
7
Capítulo 9 No meu quarto img
Capítulo 10 Bambino img
Capítulo 11 Eu quero casar img
Capítulo 12 Traição img
Capítulo 13 A cerimônia img
Capítulo 14 Dele img
Capítulo 15 Desejo img
Capítulo 16 Nem a morte img
Capítulo 17 Quanto tempo img
Capítulo 18 Datas img
Capítulo 19 Dois img
Capítulo 20 Mostrar o lençol img
Capítulo 21 Minha casa img
Capítulo 22 Maledetto img
Capítulo 23 Conhece Isabella img
Capítulo 24 Converse img
Capítulo 25 Me diz, Lucia img
Capítulo 26 Não sou Lucia img
Capítulo 27 Quem é teu marido img
Capítulo 28 Quero ser Lucia img
Capítulo 29 Deita e reza img
Capítulo 30 A puttana img
Capítulo 31 É minha! img
Capítulo 32 Forjar img
Capítulo 33 O que aconteceu img
Capítulo 34 O roubo img
Capítulo 35 A morte de Isabella img
Capítulo 36 A cerimônia img
Capítulo 37 Testando img
Capítulo 38 Saia img
Capítulo 39 Não vou fugir img
Capítulo 40 Controle img
Capítulo 41 Desabafo img
img
  /  1
img

Capítulo 7 Cazzo

Capítulo 7

Vinícius Strondda

Saí do quarto e fechei a porta devagar, sem estrondo. Diferente de todas as outras vezes em que saía de algum lugar com raiva, agora eu estava... confuso? Pela primeira vez.

Eu sempre soube o que fazer, sempre segui à risca os conselhos do Don, meu pai. Sempre mantive as rédeas da minha vida, dos meus homens, dos meus negócios. Mas aquela ragazza... Dio santo... ela não cabia em nenhuma das minhas regras.

Lucia me irritava, me desafiava, me afrontava sem medo das consequências. Mas ao mesmo tempo... o choro dela ainda ecoava nos meus ouvidos, como se tivesse cavado espaço dentro do meu peito. Raiva e compaixão misturadas. E, acima de tudo, um desejo insano que me consumia toda vez que eu a encarava.

Atravessei o corredor até o escritório de meu pai, abri a porta e deixei que a escuridão me engolisse. Acendi apenas o abajur da mesa. O silêncio da sala era pesado, mas familiar. Peguei uma garrafa de vinho e servi a taça quase até a borda, tentando afastar a imagem da pele molhada dela na banheira.

Não sei se me estresso mais com o fato de estar tão agredida ou de desejá-la e não possuir por piedade, e sei lá o quê.

.

O celular vibrava. Centenas de mensagens. Meu pai. Minha mãe, e até minha irmã, me perturbando, certeza. Respirei fundo e, com um gole do vinho, decidi ligar pra eles.

- Mama mia! - a voz de meu pai preencheu a linha com aquele sotaque carregado. - Até que enfim consegui uma ligação do meu bambino...

Fechei os olhos, apoiando o cotovelo na mesa.

- Eu cresci, pai.

- Vini... che diavolo você tá fazendo? Já recebi ligação dizendo que vai casar!

Sorri de canto.

- Foi o Maicon, não é?

- Sim, o Maicon. Mas agora um soldado me ligou dizendo que você matou uns homens pela sua noiva. E outro contou que precisou segurar a ragazza porque ela tentou pular o muro da casa, fugindo de você.

- Ah... que bom que te mantiveram a par de tudo. - ironizei, girando o vinho na taça. - Qual o nome dos soldados?

- Pietro e Salvatore. Bons soldados.

Balancei a cabeça, já gravando na mente. Seriam os primeiros a sumirem da minha lista quando eu assumisse. Soldados que correm contar fofoca para o meu pai enquanto estou no comando, não são soldados, são ratos.

- Fica tranquilo, va bene? - continuei, com frieza. - Foi apenas um mal-entendido. O que importa é que vou casar. Ninguém mais me perturba, pai.

- Certo, certo... - ele resmungou do outro lado, como quem ainda não entendia nada. - Mas quem é a moça?

- Lucia Bianchi.

Houve silêncio por alguns segundos.

- Não conheço. Você tem certeza que não quer escolher alguém melhor, alguém de nome, sangue mais forte...?

- Não, pai. - cortei sem paciência. - Pode preparar a cerimônia para que eu assuma como Don na próxima semana.

- Mas... quando você vai casar?

- Em dois dias.

Do outro lado da linha, ouvi o ar pesado dele, a incredulidade.

- Dois dias? Eu e sua mãe não chegamos em dois dias, Vini! Como você faz algo assim sem nós?

- Bom... minha casa já está pronta. - bebi o resto do vinho num gole. - Vou fazer como você fez, pai. Casar logo de uma vez. - Usei o que sei a respeito dele.

Meu pai bufou, mas por fim cedeu.

- Va bene. Vamos tentar chegar a tempo. E vou informar ao conselho sua decisão.

- Obrigado, pai.

- Buona notte, bambino.

- Buona notte, papa.

.

Desliguei sem cerimônia. Fiquei mais alguns segundos olhando a tela preta do celular, ouvindo apenas o próprio coração. Depois me levantei, servi outra taça e caminhei até o jardim.

As rosas estavam perfeitas, alinhadas como sempre. Estiquei a mão, segurei uma delas com força e a esmaguei até os espinhos cravarem na pele. Pétalas vermelhas caíram, se desfazendo no chão de mármore.

Senti a dor atravessar a palma da minha mão e sorri. Me senti melhor.

Quando voltei para o quarto, o silêncio parecia ainda maior do que antes. Girei a maçaneta e abri a porta devagar. Mas, assim que entrei, o cheiro de perfume barato me atingiu.

E lá estava ela. Uma puttana que trabalha aqui na casa do meu pai.

Deitada sobre a minha cama.

Os peitos de fora, a saia erguida, as pernas abertas, sem calcinha.

- Pronta pra você, Don Vinícius... - ela sussurrou com um sorriso lascivo, como se estivesse oferecendo a coisa mais preciosa do mundo.

Eu caminhei até ela, tirei o cinto e me sentei na poltrona em frente, jogando as costas contra o estofado com ar de tédio.

- É... preciso aliviar. - murmurei, frio. - Vem chupar meu pau.

Ela riu baixinho, excitada com a ordem. Se arrastou até mim, se ajoelhou, puxou o zíper da minha calça e começou a chupar devagar. Subindo e descendo, apertando os lábios.

Fechei os olhos por um instante, tentando afastar o rosto de Lucia que insistia em aparecer na minha mente. Mas então... um barulho me incomodou. Passos leves, um rangido no chão.

- Quem é? - rosnei, abrindo os olhos e encarando a porta. A puttana não parou.

Silêncio.

Até que uma batida suave ecoou.

- Entre. - falei de uma vez, impaciente. Meus soldados não ligam pra essas coisas com putas.

Mas me surpreendi quando a porta abriu e vi Lucia. De roupão, o cabelo ainda úmido, os olhos vermelhos de tanto chorar. Ficou parada no batente, encarando a cena.

Meu corpo inteiro ficou tenso.

- Quem te deixou sair? - perguntei, frio, mas minha voz saiu mais áspera do que eu queria. - Eu mandei dormir. Descansar, caralho.

Ela não respondeu. Os olhos dela não estavam nela, estavam em mim. Mais exatamente... no meu pau na boca da puttana.

A maledetta continuou chupando, como se quisesse mostrar serviço, mas Lucia... Lucia não desviava o olhar.

- Eu... eu estou com fome. - disse, baixo, quase um sussurro. - Posso usar a cozinha?

Franzi o cenho.

- Só isso? - perguntei, confuso. Eu esperava gritos, escândalo, drama. Qualquer mulher em sã consciência teria exigido o lugar de dama da máfia naquele instante. Mas ela só olhava. Calada. E parecia... curiosa.

Um arrepio estranho percorreu minha espinha.

Olhei para baixo e puxei a cabeça da puttana com força.

- Chupa, caralho. - ordenei só para provocar, e ela obedeceu de imediato, gemendo abafado contra mim.

Foi então que Lucia deu dois passos para frente. Lenta, mas decidida.

- O que foi? - perguntei, encarando-a. Talvez agora ela se irrite - Também quer? Se quiser eu tiro a Gracy daqui.

Ela negou com a cabeça, firme.

Gracy parou na mesma hora, se afastando com os lábios manchados de vinho barato e batom borrado. Olhou para mim, ofendida.

- É sério? Então fica com essa vadiazinha nova. - disparou, levantando-se furiosa, tapando os peitos e ajeitando a saia. Saiu batendo a porta.

Fiquei encarando Lucia. O silêncio dela me desarmava mais do que qualquer grito.

- Não... eu não quero nada. - murmurou, quase correndo para fora também.

E lá estava eu. Sozinho.

O cinto ainda pendurado na mão, o corpo latejando de desejo e a mente em caos.

Soltei um palavrão, passei a mão pelos cabelos e me levantei da poltrona fechando o zíper, com a sensação de que tinha perdido o controle outra vez.

- Che cazzo... - murmurei para mim mesmo.

Lucia não queria gritar. Não queria mandar. Não queria exigir.

Mas, de algum jeito, só de olhar, ela tinha me tirado tudo.

"Vou atrás dela".

            
            

COPYRIGHT(©) 2022