Vendida para o Don 2
img img Vendida para o Don 2 img Capítulo 1 A história de Don Vinícius
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Capítulo 9 No meu quarto img
Capítulo 10 Bambino img
Capítulo 11 Eu quero casar img
Capítulo 12 Traição img
Capítulo 13 A cerimônia img
Capítulo 14 Dele img
Capítulo 15 Desejo img
Capítulo 16 Nem a morte img
Capítulo 17 Quanto tempo img
Capítulo 18 Datas img
Capítulo 19 Dois img
Capítulo 20 Mostrar o lençol img
Capítulo 21 Minha casa img
Capítulo 22 Maledetto img
Capítulo 23 Conhece Isabella img
Capítulo 24 Converse img
Capítulo 25 Me diz, Lucia img
Capítulo 26 Não sou Lucia img
Capítulo 27 Quem é teu marido img
Capítulo 28 Quero ser Lucia img
Capítulo 29 Deita e reza img
Capítulo 30 A puttana img
Capítulo 31 É minha! img
Capítulo 32 Forjar img
Capítulo 33 O que aconteceu img
Capítulo 34 O roubo img
Capítulo 35 A morte de Isabella img
Capítulo 36 A cerimônia img
Capítulo 37 Testando img
Capítulo 38 Saia img
Capítulo 39 Não vou fugir img
Capítulo 40 Controle img
Capítulo 41 Desabafo img
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Vendida para o Don 2

Edilaine Beckert
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Capítulo 1 A história de Don Vinícius

Capítulo 1

Vinícius Strondda

A notificação vibrou no celular em cima da mesa de vidro.

Peguei o aparelho sem pressa, com a taça de vinho na outra mão, os olhos ainda voltados para o jardim do palazzo.

Abri o vídeo.

Demorei alguns segundos para entender. Minha noiva - a mesma que o conselho tinha me prometido desde moleque - estava deitada na cama, gemendo. Mas não era meu nome que ela chamava.

Era o de um maledetto capo.

Trinquei o maxilar. O cristal da taça quase estourou nos meus dedos.

O vídeo acabou, mas a imagem dela continuava queimando dentro da minha cabeça. Essa puttana jurava que seria a esposa perfeita para o herdeiro Strondda, enquanto se abria para qualquer um que tivesse coragem de desafiar meu sobrenome.

No mesmo instante, a porta do reduto abriu sem ninguém bater.

Maicon, meu tio e consigliere do meu pai, entrou como se a sala fosse dele.

- O conselho decidiu que chegou a hora, Vinícius. - Falou direto, cruzando os braços. - Assim que seu pai voltar da viagem, quer a resposta: você vai assumir o posto de Don ou vai continuar agindo como se não fosse o herdeiro da família Strondda?

Soltei um riso curto, sem humor.

- "Assumir" não é o problema, tio. O problema é a condição ridícula que eles colocaram pra isso.

- Casamento? - Ele assentiu, como quem repete uma sentença. - A tradição é clara. Precisa estar casado antes de ser nomeado Don, oficialmente.

Mostrei a tela do celular para ele. O vídeo ainda estava parado na imagem mais nojenta possível. A feição dele mudou imediatamente.

- Essa é a tradição que querem pra mim? Eu nunca vou casar com essa vadia. Meu pai derrubou um aliado por tentar mandar nele, e agora querem me forçar a usar uma aliança de uma puttana?

- Não estamos falando de qualquer casamento. - Maicon se aproximou, apoiando as mãos na mesa. - É estratégico, algo político. Eu me casei por uma ordem do seu pai. Olha só pra mim hoje... Estou ótimo assim.

Olhei para ele e bebi mais um gole.

- Estratégico pra eles, bom pra você, talvez. Pra mim, é só uma armadilha.

Maicon desviou o olhar, engolindo seco.

- Ela está no jardim, esperando para colocar a aliança oficial no dedo porque sabe que seu pai está pra chegar.

Deixei a taça sobre a mesa e fechei o casaco preto.

- Então vamos acabar logo com isso.

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O sol da manhã iluminava as rosas vermelhas alinhadas quando atravessei o corredor e cheguei ao jardim.

Uma mesa comprida, meia dúzia de homens de terno, e- minha "noiva" - levantou-se com o sorriso ensaiado e o brilho de quem achava que me enganava.

Um dos acionistas mais velhos e tio da maledetta, se ergueu antes mesmo que eu chegasse.

- Finalmente, o princeso herdeiro resolveu aparecer. Achei que fosse deixar os negócios da famiglia para homens de verdade.

O jardim inteiro pareceu prender a respiração.

Parei a menos de um metro dele.

- O que você disse?

- Disse que, se não tem coragem de seguir as regras, não merece a cadeira que seu pai vai deixar. Fica enrolando pra casar. Imagino o resto.

Sorri de canto. A mão já estava na 357.

Meu disparo ecoou seco. O corpo dele tombou para trás, derrubando a cadeira.

Ninguém gritou. Todos sabiam: aqui era território do Don. Se meu pai não estava, eu mandava.

Guardei a pistola, limpei a mão na lapela do terno.

- Que sirva de exemplo pra qualquer maledetto. Principalmente os traidores. Não é, figlia de puttana?

Passei por cima do cadáver e caminhei até minha noiva.

- Pensou que eu nunca descobriria?

Ela ainda sorria nervosa, tentando disfarçar o pânico.

- Vinícius... eu posso explicar...

Encostei a arma no peito dela e curvei o rosto bem perto, o suficiente para que apenas os mais próximos ouvissem.

- Explicar o quê? Como o perfume do capo rival ficou grudado na sua pele? Ou como você gemeu o nome dele enquanto deveria guardar o meu?

O sorriso dela morreu na hora, a cor esvaiu do rosto.

Os acionistas se entreolharam em silêncio, entendendo o que eu já sabia.

- Não... não é o que você pensa... - gaguejou, os olhos marejados. - Eu posso explicar?!

- Pode, no inferno. De preferência para o diavolo.

Atirei.

O vestido branco ficou manchado de vermelho. O corpo caiu sobre as rosas.

O silêncio foi total. Até o vento parou. É claro que eu não deixaria pra depois. Aprendi desde criança... Lugar de traidor é queimando no inferno com o diavolo.

---

Foi então que percebi o movimento no canto do jardim.

Uma mulher corria pelo gramado lateral, contornando a fonte. Calça justa preta, blusa simples, coque bagunçado com mechas escuras e bem vermelhas escapando.

Não era do conselho. Não era convidada.

- Quem é aquela? - perguntei baixo a Maicon, sem tirar os olhos dela.

- Não faço ideia. Com tanto monitoramento, já deveria estar morta.

Ele puxou a arma, mas segurei seu braço.

- Não. Ainda - ele ficou me olhando.

A intrusa parou um instante para respirar, apoiando as mãos nos joelhos, sem perceber que era observada.

- Tragam ela pra mim. - Ordenei.

VDois soldados se afastaram da mesa e cruzaram o gramado. A mulher percebeu tarde demais e tentou fugir, mas foi agarrada pelo braço. Se debateu, chutou, xingou, mas foi arrastada até mim.

- ME SOLTEM! EU NÃO FIZ NADA! - gritou.

Quando parou diante de mim, seus olhos verdes me acertaram em cheio. Estava com raiva, não medo.

- Soltem. - Falei baixo, tirando a 357 do bolso e lustrando no tecido da roupa.

- O que acha que está fazendo? - ela cuspiu as palavras, ofegante.

Dei um passo à frente, estudando o rosto delicado.

- Garantindo que ninguém entra no meu território e sai vivo. - Ela olhou para todos os lados.

- Eu só estava correndo. - A voz dela tremia de fúria, não de pavor.

Inclinei a cabeça, meio sorriso surgindo.

- Odeio mentirosos. - Empurrei-a contra uma árvore, prendendo seu braço. - Tem um minuto pra me convencer a te deixar viver.

- Está louco? Eu só fugi de um cara!

- Perdeu alguns segundos. Seja mais eficiente.

Ela respirou fundo, os olhos faiscando.

- Pulei seu muro porque é o mais alto. Achei que ninguém notaria. Só isso. É só fingir que não viu e me deixar ir embora.

Passei a mão pelo corpo dela, firme, verificando se não carregava arma.

- Que ragazza... - sussurrei.

Alisei desde os braços até a bunda, cintura, bunda, coxas. Mamamia. Uma mulher dessas não passa despercebida em lugar nenhum.

- Me solta! Me solta! - ela gritava, mas nem ouvi o que dizia.

Eu só estava verificando se estava armada, mas essa puttana me deixou excitado.

- Mamamia.

Ela tinha a bunda farta, cheguei até as coxas grossas.

- Qual seu nome? Idade? Estado civil? - disparei as perguntas.

- É... Eu...

- VAMOS PORRA! DIGA!

- Lucia Bianchi. Vinte e quatro. Italiana.

- É solteira? - ela pareceu pensar.

- Sim.

Sorri de canto.

- Agora não é mais.

Arrastei-a pelo braço e a entreguei para meu tio.

- Prendam ela. Se querem casamento, vai ser assim. A noiva vai ficar presa. E eu escolho as regras.

Ela começou a espernear.

- Não! Eu não posso! Não vou casar!

Virei as costas sem olhar.

O conselho estava em choque, o jardim coberto de sangue, e eu já tinha decidido.

Meu tio se aproximou e perguntou:

- Não perguntou se é virgem?

- Não. Tanto faz. Não sei se vou esperar até a cerimônia.

- Merda! Seu pai vai nos matar.

- Foda-se. Se o preço para ser Don era uma esposa, que fosse a intrusa de olhos verdes que teve a ousadia de invadir meu território.

Um Strondda não pede permissão. Ele toma.

- Me dêem licença... Vou verificar minha noiva de perto...

            
            

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