Capítulo 5 A aventura começa

O casal terminou de almoçar e saiu do restaurante rumo ao último andar do Shopping onde ficam as joalheiras. Lá Gabriel se dirigiu a Loja Marphim . Quando ele entrou as vendedoras se alvoroçaram ao ver aquele homem lindo e que pelas roupas deveria ser muito rico. Uma delas se aproximou do casal olhando com interesse para ele e depois de olhar de cima a baixo Ailen, a ignorou, pois por suas roupas e aspecto não deveria passar de uma assistentizinha qualquer. "Posso ajudá-lo?"- disse toda simpática sem olhar para Ailen, que ficou olhando irritada para a vendedora.

Gabriel passou os braços na cintura de Ailen e respondeu, depois de observar como a vendedora a tratou: "Quero comprar alianças e algumas joias para minha noiva, você pode nos mostrar o que tem de exclusivo nesta loja. Queremos o melhor."

A moça olhou surpresa para Ailen e ficou muito sem graça por tê-la ignorado e os levou a uma sala vip onde sentaram e aguardaram a exibição das joias.

A moça trouxe três lindos anéis com brilhantes da última coleção de Thomas Gohen, o maior designer de joias da atualidade e mostrou aos dois. Um dos anéis de outro com um diamante pequeno, rodeado de inúmeras pedrinhas rosas dando-lhe um brilho especial chamou a atenção de Ailen e Gabriel percebendo seu interesse colocou o anel em seu dedo anelar. Ficou perfeito e ela achou lindo. Então ele decidiu ficar com a peça, e mais um conjunto de brilhantes no mesmo estilo de brincos, colar e pulseira para sua noiva.

A vendedora estava muito feliz com a sua venda e, ao mesmo tempo, olhava com inveja pensando: "Como esta negrinha pobretona conseguiu este noivo lindo e rico."

Ailen, percebeu o olhar preconceituoso da moça, olhando para ela com olhos frios e superiores de quem sabe seu valor e que sempre terá quem a olhe desta forma devido a sua cor de pele e condição social, principalmente a cor da pele. É ela teria muito o que se fortalecer ao se casar com Gabriel.

Gabriel saiu da loja e pediu que o conjunto fosse entregue na mansão e se dirigiram ao terceiro andar do Shopping onde ficavam as lojas exclusivas e de marca. Lá se dirigiram a loja da estilista Collete Alphinè, estavam entrando quando Gabriel recebeu um telefonema da empresa e precisou atender, pedindo a Ailen que entrasse sozinha e fosse escolhendo os vestidos que mais gostasse, dando-lhe um cartão preto sem limites para que fizesse o pagamento caso demorasse.

A moça entrou na loja e no mesmo momento começou um burburinho entre as vendedoras e as clientes, que olhavam para Ailen de cima abaixo com ares de pouco caso, muitas se esquivando dela como se tivesse uma doença contagiosa. Ailen ergueu o nariz e procurou um vestido na arara que gostasse, quando uma vendedora chegou, olhou para ela de cima abaixo e disse com arrogância:

"Você tem como pagar, favelada??? Caso contrário nem toque nas roupas para não sujá-las afinal com seu salário duvido que possa sequer pagar um cinto desta loja" e riu alto junto com as colegas e algumas clientes. Ailen, olhou para ela de cima com um olhar frio e de superioridade e disse: "Você me conhece? Ou só viu minhas roupas e cor de pele e já decidiu que sou uma pobretona, sem condições de comprar em sua loja? Isso é preconceito e racismo e é crime, você sabia?"

A vendedora escarneceu, debochada: "Eu preciso saber quem você é? É só olhar para você e eu já sei que é uma negrinha pé-rapado que deve ser empregada na casa das mulheres que frequentam esta loja. Veja se te enxerga e saia desta loja que eu não tenho tempo a perder e se não sair eu chamo os seguranças, afinal com certeza deve estar aqui para roubar, né???"

Juntou um tanto de pessoas em volta delas e muitas pessoas concordavam com a vendedora, olhando com desdém para Ailen, que mesmo envergonhada, não baixava a cabeça, pois se tem uma coisa que ela não suporta e que sejam preconceituosos com ela. É pobre e negra sim, mas sabe bem quem é e seu valor.

"Olha mocinha, - Ailen retrucou- eu estou aqui para comprar o meu enxoval de casamento, - mostrou o anel,- quero ver toda a coleção nova de Alphiné, do meu tamanho, agora. "

A vendedora não atendeu a moça e ainda riu do seu pedido. "Você quer ver toda a coleção nova, veja se te enxerga, já disse que você não tem como pagar uma meia daqui, imagine toda a coleção? e riu junto com as pessoas que estavam acompanhando a discussão. "E este anel de ve ter roubado de alguma joalheria, vou chamar os seguranças para te prender, sua ladra!"

Ailen, se encheu da petulância desta moça e solicitou a presença da gerente, que já estava chegando para ver o que era esta bagunça em sua loja. Quando a moça viu a gerente dirigiu-se a ela indignada e disse: "É assim que os clientes de sua loja são tratados neste estabelecimento? Sua vendedora me chamou de negrinha pobretona, ladra e me ameaçou com seguranças, pois acredita, sem nem me conhecer que eu não tenho como pagar uma meia desta loja."

A gerente, uma loura esnobe, olhou para Ailen e suas roupas e achou que a vendedora tinha razão, mas ao olhar para o anel sem seu dedo ao mover as mãos, ficou com dúvidas, pois reconheceu a nova criação de Gohen um anel exclusivo e caríssimo e resolveu minimizar a situação.

"Olha, disse a gerente, minha funcionária com certeza deve ter se equivocado em relação a você e vou conversar com ela, mas o que você gostaria de ver na loja?"

A vendedora tomou a palavra e continuou insultando Ailen: "EU não errei, olhe para ela Srta. Souza, olhe para suas roupas, seus sapatos, você acha que essa negra tem condições de comprar toda a coleção de nossa loja??? Ela é uma pé-rapado que só vem aqui *carroçar.

A gerente, sem graça, virou para Ailen e disse: "Senhorita você quer mesmo comprar toda a nossa coleção? Hummm... o preço é um tanto alto."

Ailen se irritou, tirou o cartão do bolso e falou a ela, quase esfregando o cartão em seu rosto: "Você acha que este cartão paga as bugigangas de sua loja?"

A gerente e a vendedora olharam hipnotizadas para o cartão, mas a vendedora, que tinha chamado os seguranças para humilhar ainda mais a moça gritou: "Ela é uma ladra, este cartão e este anel com certeza são roubados, prendam esta ladra!"

Os seguranças olharam para Ailen e já estavam indo em sua direção, quando Gabriel que tinha acabado a ligação, chegou a loja e falou com sua voz fria: "O que está acontecendo aqui. Não ousem tocar na minha noiva!"

*carroçar é um termo usado pelos vendedores para clientes que só vão as lojas para olhar as roupas e não compram nada."