Capítulo 4 A Tia Clara

Depois de ficar matutando o que meu pai poderia esconder, eu desci e fui para a cozinha, hummm, estava um cheiro delicioso, minha tia sabia o que fazer para me animar, esse lance do meu pai nãome levar mais para caçada está me consumindo, a forma como ele ficou transtornado, mostrava que tinha algo a mais ai. Também não consegui tirar aquele lobo da cabeça, ah como ele é lindo. Aqueles olhos são perfeitamente desenhados, nossa.

senti uma vontade de vê-lo denovo.- O que você está pensando tanto minha querida, está com esses olhinhos brilhando.- Perguntou minha tia fazendo eu a olhar rapidamente. Eu sorri com a lembrança de Damian.-Eu conheci o Alfa da Alcatéia Lua de Ferro Tia, e ele é incrívelmente lindo. - Na mesma hora que falei, tia Clara ficou fria, ela mudou completamente de animada para incomodada.- é Isa, e.. e como foi? vocês o pegaram?- Perguntou ela tentando disfarçar. Eu analisei bem o rosto dela, não estava gostando do que estava vendo, o que será que tia Clara estava escondendo.?- Tia não o pegamos, sem querer eu odeixei escapar, deve ser por isso que meu pai não quer mais que eu cace coom ele, o Beta Lucian estava junto.- Nesse momento senti minha tia tremer, ela deixou uma caneca cair sobre a pia.- Tia, está tudo bem?- Perguntei indo até ela, que me olhou com uma lágrima nos olhos e saiu em seguida sem dizer uma só palavra. Nossa parece que tudo estava virando um mistério nessa casa, a mudança repentina do meu pai, a estranheza de titia, o novo aprendiz de caçador de papai. Com tudo isso fervilhando em minha cabeça resolvi ir até o povoado, peguei meu cavalo tempestade e fui em direção ao povoado, Fui até a casa de Ananda para conversar um pouco, ela era minha amiga de infância, que por coincidência fazia aniversário no mesmo dia que eu.- Isaaaaaa, até que enfim você veio me ver garota, achei que tinha esquecido as velhas amizades.- Eu sorrei fraco. Depois que comecei a caçar com papai, eu tinha me afastado mesmo dela.- Ai Ananda, nem me fale amiga, meu pai é muito rigoroso com esse lance de caça aos lobisomens que...- Ah me conta vai, já viu algum lobo gato? ouvi dizer que eles são perfeitos de lindos.- Fui interrompida com a empolgação dela, e corei ao lembrar de Damian, afinal quando o vi pela primeira vez em forma humana, ele estava nú. - Ananda eu vi sim, mas não é tudo isso que falam não, são só pessoas comuns com maldição empreguinada em seus corpos. Ela me olhou seca, como se não acreditasse no que eu dizia.- Ouvi dizer que o novo Alfa da Alcatéia Lua de Ferro é lindo de morrer, um verdadeiro deus grego.- Ananda falou se jogando na cama toda animada.- Se ele fosse solteiro e aceitasse uma humana, eu juro que me jogaria aos pés dele.- Não sei porque mas, senti uma pontinha de ciúmes com essa fala dela. o que me irritou um pouco. - Olha Ananda, eu vim aqui pra ver se você quer fazer sua festa com a minha, mas já que você quer falar desses malditos lobos eu vou embora. - Ananda se levantou com uma cara de poucos amigos e me segurou pelo braço.- Tá bom amiga, eu só estava brincando. Você passa muito tempo com seu pai, precisa ficar a sua tia Clara, ela é bem legal. -Com isso me lembrei do mistério que rodeava a tia Clara, sentamos para conversar sobre a festa e desabafei com Ananda sobre tudo o que aconteceu, com meu pai e com minha tia. Depois de horas lá no povoado era hora de voltar

pra casa, mas quando saí da casa de Ananda aquela velha estava do outro lado da rua, ela me olhava estranho, me encarava de um jeito que me causava calafrios. Quando fui perguntar se ela precisava de algo, ela se virou e foi embora. Corri até ela mas antes que eu a alcançasse ela sumiu em um beco escuro. Montei no meu cavalo e galopei até minha casa, no caminho eu sentia que estava sendo vigiada, mas não parei para olhar, eu não estava armada, e se fosse um lobo. Tempestade era ágil correu bastante que chegamos rápido. minha tia estava bordando seu pano novamente, me senei ao lado dela e comecei a contar como foi lá no povoado.-Tia, a senhora nunca sai dessa casa, nunca a vi indo para o povoado. porque? Minha mãe ia muito lá?- Eu perguntei olhando para ela esperando uma resposta, mas ela me olhou triste.- Isa, eu só nõa gosto de sair, tudo o que eu preciso tenho aqui e seu pai trás pra mim. E sua mãe...- Ela fez uma pausa.- Sua mãe ia sempre com seu pai.- Eu fiquei pensativa, quase nunca falamos da mamãe, Nunca ouvi minha tia falar sobre ela. Toda vez que eu falava com meu pai, ele ficava com ódio estampado, dizia que era porque lembrava do lobo que a matou. Ela é um mistério pra mim.- Tia conta mais sobre mamãe? Tudo o que sei foi que um lobo maldito a matou. Mas como ela era? o que ela gostava, ela me amava?- Minha tia ficou estranha, ficou em silêncio por um tempo, se levantou, olhou pra mim, olhou pela janela e sentou novamente ao meu lado.- Isa, sua mãe era apaixonada por você, ela te ama muito.- Só o que posso te dizer agora. Ela se levantou e subiu para o quarto dela me deixando ali, pensativa, e sem entender nada. Como assim ela me ama? Quem morre não continua tendo sentimentos, certo? Fiquei a tanto tempo na sala, que nem reparei quando meu pai e Elias entraram, só percebi porque levei um susto quando meu pai tocou meu ombro.- Estava perdida minha filha, eu estava te chamando e você parecia não ouvir. -Olhei meu pai que estava aparentemente mais calmo. -Papai, eu estava pensando na mamãe, nunca vi uma foto dela, não sei nada sobre como ela era, o que gostava, porque?

Meu pai novamente mudou de calmo para irritado.- Você precisa fazer alguma coisa para ocupar sua mente, está pensando bobagens, amanhã você vai para a caçada com a gente.

E mais uma vez, estou sem respostas e só alimentando a pulguinha atrás da orelha. O que será que aconteceu que ninguém me contou ainda.