O Preço da Cruel Enganação Deles
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Capítulo 3

Ponto de Vista: Helena Soares

Por um segundo fugaz, um lampejo de incerteza cruzou o rosto de Caio. Ele congelou, os olhos arregalados.

Então, ele jogou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada selvagem e insana que ecoou pelos tetos altos. Era o som da loucura.

"Augusto?", ele finalmente ofegou, enxugando uma lágrima de alegria do olho. "Você realmente é uma vadia desesperada e mentirosa. Não poderia ter escolhido uma pessoa pior para nomear."

Ele se inclinou, o rosto a centímetros do meu, o hálito quente e azedo. "Todo mundo sabe, Helena. Todo mundo. Meu irmão é estéril. O acidente de carro de dez anos atrás cuidou disso. Ele tem sido um homem morto-vivo desde então, incapaz de produzir um herdeiro. Eu", ele apontou um polegar para o peito, "sou o único que pode continuar a linhagem dos Mendonça."

Jéssica assentiu avidamente, seus olhos brilhando com malícia. "Ele está certo. Como ousa arrastar um homem bom como Augusto para suas mentiras imundas? Ele te deu abrigo, e é assim que você o paga? Alegando que seu bastardo é dele?"

Eu vi então. Suas mentes estavam fechadas, seladas por anos de conhecimento público e sua própria ganância desesperada. Discutir era inútil. Era como argumentar com um furacão. Só os deixaria mais irritados, mais violentos.

Minha única prioridade era meu bebê. Eu tinha que sobreviver. Eu tinha que protegê-lo.

Parei de lutar, deixando meu corpo amolecer no chão. "É verdade", sussurrei, minha voz rouca. "É filho do Augusto."

Tive uma última ideia desesperada. "Deixe-me... deixe-me ligar para ele. Deixe-me ligar para o Augusto. Ele mesmo vai te dizer."

Um fio de esperança se acendeu em meu peito. Se eu pudesse apenas colocar Augusto no telefone, este pesadelo acabaria. Ele cairia sobre eles com toda a força de sua fúria silenciosa, e eles não seriam nada mais que poeira.

Tateei o bolso do meu vestido, meus dedos se fechando ao redor do metal frio do meu celular.

Antes que eu pudesse tirá-lo, o pé de Caio se esticou, chutando o celular da minha mão. Ele deslizou pelo chão de mármore.

"Acho que não", ele debochou. "Você não vai ligar para ninguém. Você não vai conseguir que meu irmão te acoberte para que você possa colocar as mãos no meu dinheiro."

Ele caminhou até o celular e pisou nele com um estalo doentio. A tela se estilhaçou e depois ficou preta.

Minha esperança se quebrou junto com ela.

"Não", implorei, balançando a cabeça enquanto o último vestígio de minha força se esvaía. "Não é pelo dinheiro. Eu não quero nada disso. Apenas... apenas me deixe ir."

Mas eles não estavam ouvindo. Estavam perdidos em sua própria narrativa distorcida.

Os olhos de Jéssica se estreitaram, uma cruel percepção surgindo em seu rosto. "Ela não vai desistir, Caio. Enquanto essa coisa estiver dentro dela, ela continuará lutando por isso. Ela continuará tentando fazê-lo passar por um Mendonça."

Ela olhou para o pé, ainda pairando sobre minha barriga. Então ela olhou para Caio, uma pergunta silenciosa e cruel passando entre eles.

Ele deu um aceno de cabeça curto e decisivo.

O salto agulha de sola vermelha desceu. O salto pontudo cravou em meu abdômen com força brutal e calculada.

Um grito, primitivo e cru, rasgou minha garganta. Era um som de agonia além de qualquer coisa que eu já conhecera. Um fogo irrompeu em meu útero, uma dor dilacerante que fez o golpe no meu rosto e os ossos esmagados na minha mão parecerem memórias distantes.

Sob o salto, senti um tremor frenético e aterrorizado. Meu bebê. Meu filho. Ele estava se debatendo, convulsionando em uma agonia silenciosa própria.

Minha visão se afunilou. O teto dourado, os rostos cruéis, tudo se desvaneceu em um ponto preto. Tudo o que existia era a dor e os movimentos desesperados e desvanecentes do meu filho.

Levantei a cabeça, meus olhos se fixando nos de Jéssica. "Por favor", implorei, a palavra um soluço quebrado. "Não mate meu bebê. Eu faço qualquer coisa."

Jéssica sorriu, uma curva lenta e triunfante de seus lábios. "Qualquer coisa?", ela ronronou.

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