O Preço da Cruel Enganação Deles
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Capítulo 4

Ponto de Vista: Helena Soares

Pelo meu filho, eu faria qualquer coisa. Meu orgulho, minha dignidade – eram cinzas diante do fogo que me consumia.

"Qualquer coisa", solucei, a palavra mal audível.

O sorriso de Jéssica se alargou. "Bom", disse ela, aplicando mais pressão com o calcanhar. Eu gemi quando outra onda de agonia me atingiu. "Eu quero que você lata como a cadela que você é. E quero que você nos diga o que você é."

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, misturando-se com o sangue no meu queixo. Meu corpo era um universo de dor, mas minha mente estava clara em uma coisa: eu tinha que salvar meu filho.

Respirei fundo. "Au", o som foi patético, um grasnido quebrado. "Au, au."

"E o que você é?", exigiu Jéssica, sua voz afiada.

"Eu sou uma prostituta imunda", sussurrei, as palavras com gosto de veneno e vidro. "Eu sou uma vadia suja e mentirosa."

O brilho triunfante em seus olhos era aterrorizante. Ela se inclinou, o rosto perto do meu. "Sabe, eu já me ajoelhei para você, Helena. Bem aqui neste mesmo salão. Eu te implorei para não contar a Caio que eu tentei seduzi-lo. Você me olhou com tanta pena, tanto nojo." Ela riu, um som curto e agudo. "É muito melhor deste lado, não é?"

Eu me lembrava daquele dia. Eu não a recusei por pena. Eu recusei porque Caio, cego por sua paixão, não teria acreditado em mim. Ele teria me acusado de ser uma noiva ciumenta.

"Eu fiz o que você pediu", ofeguei, a dor no meu estômago se intensificando, tornando-se uma cãibra constante e ardente. "Por favor... chame uma ambulância. Algo está errado."

Meu apelo foi recebido com um impacto brutal. O pé de Caio bateu nas minhas costas, expulsando o ar dos meus pulmões e pressionando meu estômago com mais força contra o calcanhar de Jéssica.

"Sem vergonha", ele cuspiu. "Você até se humilha por esse bastardo. Você realmente fará qualquer coisa para mantê-lo, não é?"

Eu estava presa, encurralada entre o ataque duplo deles. Eu podia sentir uma umidade quente e pegajosa se espalhando debaixo de mim.

"Você prometeu", murmurei, olhando para Jéssica. "Você prometeu que o deixaria em paz."

Ela simplesmente sorriu. "Eu prometi que o deixaria em paz. Nunca disse nada sobre me livrar dele."

A reviravolta inteligente e cruel de suas palavras foi um golpe final e devastador. Eles nunca tiveram a intenção de deixar meu bebê viver.

"Você usou o nome do meu irmão", Caio rosnou, sua voz grossa de raiva. "Você tentou usar esse bastardo para roubar o que é meu por direito."

Ele puxou a perna para trás.

Desta vez, eu vi chegando. Eu sabia o que estava para acontecer. Meu corpo se tencionou, uma defesa inútil contra o inevitável.

Seu pé conectou com minha barriga. Não um pisão, mas um chute completo e poderoso.

O mundo explodiu numa supernova de dor incandescente.

E então... nada.

O tremor frenético dentro de mim parou.

Os pequenos e reconfortantes movimentos que eu aprendi a amar, os chutes suaves que me diziam que ele estava lá, que estava vivo... eles se foram.

O silêncio caiu sobre o meu ventre. Um silêncio frio, mortal, que era mais aterrorizante do que qualquer grito.

Um vazio tão vasto e absoluto se abriu dentro de mim que engoliu a dor, o medo, tudo. Em seu lugar, algo novo e terrível começou a crescer. Uma semente fria e dura de ódio.

Minhas lágrimas pararam. Minhas súplicas cessaram.

Olhei para eles, minha visão estranhamente clara. Eu não os via como pessoas, mas como monstros. E eu soube, com uma certeza que gelou minha alma, o que eu tinha que fazer.

"Vocês vão pagar por isso", eu disse, minha voz não mais um sussurro, mas uma promessa baixa e gutural. "Augusto fará vocês sofrerem de maneiras que nem imaginam. E eu estarei lá para assistir."

Jéssica zombou. "Ainda não aprendeu a lição, não é?"

"Vá pegar a corda na garagem", disse Caio a ela, os olhos fixos em mim. "Vamos ensiná-la o que acontece com pessoas que não conhecem seu lugar."

O rosto de Jéssica se iluminou com uma excitação doentia e ansiosa. Ela se apressou, seus saltos clicando uma sentença de morte no mármore.

Tentei me arrastar para trás, arrastar meu corpo quebrado para longe deles, mas foi inútil. Eu estava presa.

Eles amarraram minhas mãos e pés com uma corda áspera e arranhada. Então, Caio começou a me arrastar pelos pés, para fora do hall, através da sala de estar impecável. Minha cabeça batia no chão, meu corpo deixando um rastro longo e escuro de sangue no tapete de seda branca.

O ar frio da noite atingiu meu rosto enquanto ele me arrastava para o pátio. O cheiro de cloro da piscina encheu minhas narinas.

Com um último grunhido de desprezo, ele chutou meu corpo amarrado para a parte funda.

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