O Dia do Casamento Dele, A Vingança Perfeita Dela
img img O Dia do Casamento Dele, A Vingança Perfeita Dela img Capítulo 1
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O Dia do Casamento Dele, A Vingança Perfeita Dela

Gavin
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Capítulo 1

Eu encontrei Caio Arruda sangrando em um beco e o transformei em um rei da Faria Lima. Eu ensinei tudo a ele, dei um império e fiz dele meu marido secreto. Ele era minha obra-prima.

Então, a nova namorada influencer dele me mostrou uma gravação. Ouvi a voz que eu mesma criei me chamar de sua "carcereira", sua "muleta", a "velha que acha que é minha dona".

Mas isso era só o começo.

Ele usou o poder que eu lhe dei para demolir a ala de oncologia pediátrica que construímos em memória de nossa filha natimorta, Esperança. Ele estava erguendo um spa de luxo sobre os escombros como presente para sua nova amante.

Ele ainda teve a coragem de me dizer na cara: "Talvez se você não fosse tão obcecada pelo trabalho, Esperança ainda estaria aqui."

O homem que eu ergui do nada estava tentando apagar toda a nossa história, incluindo nossa filha morta. Ele achou que podia simplesmente me destruir e construir sua nova vida sobre minhas cinzas.

Então, quando me enviaram um convite para o casamento deles, eu aceitei. Afinal, é importante dar a um homem um dia de felicidade perfeita antes de destruí-lo por completo.

Capítulo 1

Glória Franco era doze anos mais velha que Caio Arruda.

Era um número do qual ela se lembrava toda vez que olhava para ele.

Ela o encontrou em um beco sujo atrás de um boteco imundo no Capão Redondo, sangrando por um corte acima do olho.

Ele era bolsista na FGV, brilhante e quebrado, lutando em rinhas ilegais para pagar as contas do hospital da mãe.

Naquela noite, ele parecia um animal encurralado.

Havia fome em seus olhos, não apenas de comida, mas de tudo que ele não tinha.

Ele era selvagem.

Ele era resiliente.

Ela viu a matéria-prima de um predador, do tipo que poderia dominar a Faria Lima se recebesse as armas certas.

Então, ela o acolheu.

Ela o limpou, pagou suas dívidas e lhe deu um lugar à sua mesa.

Ela o ensinou a se vestir, a falar, a desmontar uma empresa peça por peça e vendê-la com lucro.

Ele aprendeu rápido.

Em dez anos, ele passou de um lutador de beco a um prodígio dos fundos de investimento, o menino de ouro do mercado financeiro de São Paulo.

Ele era sua maior criação.

Sua obra-prima.

Seu marido secreto.

Então veio Kaila Contreras.

Ela era uma influencer, mal tinha idade para beber legalmente, com um rosto esculpido por cirurgias e uma ambição tão afiada e suja quanto uma faca de prisão.

Glória a conheceu em uma gala de caridade. Kaila, de braços dados com Caio, olhou Glória de cima a baixo, com um sorrisinho nos lábios.

"Então você é a lenda", Kaila disse, sua voz escorrendo uma falsa reverência. "Caio fala de você o tempo todo. A... mentora dele."

A palavra foi um insulto cuidadosamente escolhido.

Naquela noite, Kaila a procurou novamente, encontrando Glória na quietude de sua cobertura com vista para o Parque Ibirapuera.

Kaila estava parada ali, segurando o celular.

"Achei que você deveria ouvir isso", disse ela, com um sorriso largo e cruel.

Ela apertou o play.

Uma gravação começou. A voz de Kaila, dando risadinhas. "Me diz de novo como você a chama."

Então a voz de Caio, suave e familiar. A voz que ela havia moldado.

"A carcereira", disse ele, seguido por uma risada baixa. "Minha linda, brilhante e sufocante carcereira."

"E o que mais?", Kaila insistiu.

"Minha coleira. Minha muleta. A velha que acha que é minha dona porque me tirou da sarjeta."

A gravação continuou, cada palavra um golpe calculado para ferir.

Ele falou da idade dela, de seu controle, de seu sentimentalismo patético por sua filha natimorta.

Ele a chamou de um mausoléu ambulante.

Glória ouviu sem vacilar, seu rosto uma máscara de pedra.

Ela o construiu do nada. Ela lhe deu um mundo com o qual ele só podia sonhar e, em troca, ele a via como uma prisão.

A ironia era cortante. Ele reclamava da jaula, mas havia esquecido que foi ele quem implorou para entrar.

Quando a gravação terminou, Kaila parecia triunfante.

"Ele é meu agora", declarou ela.

Glória não respondeu. Ela simplesmente olhou para além de Kaila, em direção ao corredor.

Seu assistente, Marcos, apareceu, seguido por dois seguranças. Eles carregavam um objeto grande, embrulhado em lona.

"Um presente de casamento", disse Glória, com a voz calma. "Para você e o Caio."

Eles colocaram o objeto no chão e o desembrulharam.

Era a cabeça empalhada do garanhão negro premiado de Caio, um cavalo pelo qual ele pagara um milhão de reais. Seus olhos de vidro estavam arregalados e aterrorizados.

Kaila gritou, um som estridente e feio que ecoou na vasta sala.

A porta do escritório se abriu com um estrondo.

Caio estava lá, o rosto pálido de fúria. Ele tinha uma arma na mão, uma Sig Sauer preta e elegante.

Ele a apontou diretamente para o coração de Glória.

"Sua desgraçada", ele rosnou.

Glória nem sequer olhou para a arma. Ela encontrou os olhos dele, seu próprio olhar vazio e frio.

"Você sabe que eu tenho um atirador do outro lado da rua mirando na sua cabeça agora mesmo, Caio."

Ela estava mentindo, mas ele não sabia disso.

"Eu te ensinei a calcular riscos", ela continuou, sua voz um murmúrio baixo. "Esse é um risco que você está disposto a correr?"

Ele deu um passo à frente, a arma firme. Ele não era mais o garoto que ela encontrou no beco, mas ainda tinha aquele mesmo brilho selvagem nos olhos.

Ele estava maior agora. Mais perigoso. Polido pelo dinheiro dela e pelo próprio sucesso.

"Você foi longe demais, Glória."

"Guarde o drama, Caio. É entediante."

Ela assentiu levemente.

Um zumbido baixo começou, e os olhos de Caio piscaram para cima.

Ele seguiu o som até o teto alto e abobadado da sala de estar, onde uma seção do gesso ornamentado havia se retraído.

Kaila estava lá.

Ela estava suspensa a quinze metros no ar, presa a um sistema de guincho, seus braços e pernas se debatendo.

"Caio!", ela gritou, sua voz fina de terror.

O rosto de Caio ficou branco. Ele olhou, paralisado, enquanto o guincho a baixava lentamente alguns metros, depois parava com um solavanco.

"Toda vez que você disser algo que eu ache cansativo", disse Glória, em tom de conversa, "ela desce três metros. O chão é de mármore. O impacto, me disseram, seria bastante definitivo."

"Caio, me ajuda!", Kaila soluçou, seu rímel escorrendo em listras pretas pelo rosto.

A cabeça de Caio se voltou para Glória, seus olhos ardendo com uma raiva desesperada e assassina.

"Eu vou te matar!"

Ele ergueu a arma novamente.

De repente, uma dúzia de seguranças pessoais de Glória materializou-se das sombras da cobertura, suas próprias armas sacadas e apontadas para ele.

O ar crepitava de tensão.

Caio estava cercado, mas seu olhar nunca deixou Glória.

Glória ergueu uma única mão, lânguida.

"Recuem", ela ordenou.

Seus homens abaixaram as armas, mas não as guardaram.

Antes que Caio pudesse processar, ela se moveu. Ela cobriu a distância entre eles em três passos rápidos, seus movimentos fluidos e impossivelmente velozes. Ela agarrou o pulso dele, torcendo-o bruscamente.

Um estalo medonho ecoou na sala silenciosa.

A arma caiu no chão.

Caio gritou, um som de pura agonia, e caiu de joelhos, agarrando o pulso quebrado.

Glória olhou para ele, sua expressão inalterada.

"Dói?", ela perguntou, sua voz desprovida de simpatia. "Ótimo."

Ele se ajoelhou no chão, o suor brotando em sua testa, seu rosto contorcido de dor.

"Deixa ela ir", ele ofegou. "Por favor. Ela não tem nada a ver com isso."

"Ela tem tudo a ver com isso", Glória o corrigiu calmamente. "Ela foi o instrumento da sua traição."

O guincho zumbiu novamente, e Kaila foi baixada em segurança até o chão. Ela se desvencilhou do cinto e correu para Caio, soluçando histericamente.

Ele a envolveu com o braço bom, puxando-a para perto, murmurando palavras de conforto em seu cabelo.

Observando-os, Glória sentiu uma estranha sensação de distanciamento.

Era um eco doloroso.

Ele costumava abraçá-la daquele jeito.

Depois que os médicos lhes disseram que sua filha, Esperança, havia nascido morta.

Ele a segurou por horas no quarto de hospital estéril e silencioso, seus braços um escudo contra o peso esmagador de sua dor.

"Eu nunca vou te deixar", ele sussurrou, a voz embargada pelas lágrimas. "Nós vamos superar isso. Juntos. Eu juro."

Ele havia escolhido o nome Esperança. Ele havia projetado o quarto do bebê. Ele até comprou um cavalinho de madeira minúsculo, feito à mão, prometendo ensinar sua filha a cavalgar um dia.

Essa promessa, como todas as outras, agora era apenas cinzas.

"Ela matou o próprio bebê!", Kaila gritou de repente, apontando um dedo trêmulo para Glória. "O Caio me contou! Ela era tão obcecada por trabalho que matou o bebê dentro da barriga!"

As palavras pairaram no ar, afiadas e venenosas.

"Cala a boca, Kaila", Caio retrucou, a voz áspera. Ele sabia que aquela era a única linha que nunca deveria ser cruzada.

Era a mentira que ele havia construído para si mesmo, uma forma de absolver sua própria culpa por não estar lá quando Glória desmaiou de exaustão.

Ele estava fechando um negócio em Tóquio. Um negócio que ela havia orquestrado para ele.

Kaila começou a chorar de novo, um som teatral e engasgado.

Caio se levantou com dificuldade, puxando a mulher mais jovem com ele.

Ele a aninhou contra o peito como se ela fosse feita de vidro.

Ele olhou para Glória uma última vez antes de se virar para sair, seus olhos cheios de um ódio frio e puro.

"Você vai se arrepender disso pelo resto da sua vida."

            
            

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