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Capítulo 6 Sentimentos

Capítulo 7 Acontecimentos na cidade fantasma


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Eu comecei abrir meus olhos bem devagar, achando que estava na calçada, mas não. Comecei a notar ser um quarto, e que estava em uma cama. Eu estava com dores, mas eram menores que antes e estava com curativos.
- Finalmente você acordou.- Disse uma garota que estava sentada em uma cadeira olhando pra mim e tomando alguma coisa em uma xícara.
Encarei a garota um pouco assustado por ouvir a voz dela, então me ajeitando na cama lhe faço uma pergunta:
- Como eu vim parar aqui?
- Não se esforce muito, deita.- Ela ignorando minha pergunta, se aproxima de mim, colocando-me novamente deitado na cama.
Me levantando novamente, me sento na cama e olho para ela, a questionando:
- Me diga, quem é você e como vim parar aqui?
- Meu nome é Lisa e eu te trouxe aqui.- Finalmente ela me respondeu sentando de volta na cadeira dando um gole em sua bebida.
- Porque?
- Acho que se tiver mais de nós, irá facilitar a sobrevivência de todos os vivos.- ela se levantou e parecia espiar pela janela. Algo chamou atenção da garota loira, pois ela ficou espiando a janela enquanto conversava comigo demonstrando um semblante de preocupação.
- Mas como você me salvou, tinha centenas deles e eu desmaiei?- questiono ela mais uma vez enquanto colocava a minha camiseta que estava em um canto da cama.
- É fácil, peguei algumas bombas de gás de um policial morto e usei pra poder distrair os come carne, assim te arrastei até aqui!- Respondeu ela me mostrando uma das bombas que estava em um de seus bolsos, mas ainda sim sem olhar para mim.
- Entendi, olha muito obrigado, de verdade.
Ela se vira para mim e se aproxima, nesse momento eu fiquei um pouco intimidado com o olhar dela. Era um olhar lindo, bem azulado. Aquele olhar me remetia ao mar, era bem bonito. Lisa olha para mim e por segundos fica me encarando para assim falar alguma coisa:
- Não agradeça, apenas siga algumas regrinhas básicas.
- Que regras?
- Não faça barulho, não hesite em matar, ajude a manter a casa e me ajude buscar suprimentos.
- Eu agradeço por tudo, mas em menos de dois dias eu vou ter que chegar a delegacia.- Eu disse me levantando da cama e pegando meu moletom que estava em uma cadeira.
- tudo bem então, só não faça barulho. Eu deixo você ficar aqui até bater seu prazo.- Lisa respondeu dando um longo suspiro e saindo do quarto.
Ela não havia nem perguntado meu nome. Eu achei ela uma garota bonita até, ela tinha um cabelo loiro até os ombros, olhos azuis e um corpo em forma. É de admirar que essa moça me salvou, é algo realmente surpreendente. Eu tava com aquele misto de sensações, para mim nem parecia estar em situação de emergência, nem parecia que pessoas estavam sendo devoradas, mas ao olhar a fresta da janela que estava com vários jornais grudados, percebi minha situação atual. Eles estavam andando para lá e para cá, até que um cachorro passou correndo ali, não deu nem tempo e eles arrebentaram o corpo do pobre bichinho. Malditos filhos da puta, um desses monstros matou a minha mãe e eu não pude fazer nada. na verdade, eu não fiz por covardia, eu sou um merda de um covarde!
Decidi sair do quarto e andar pela casa. Ao descer noto que havia cinco pessoas sentadas na sala. O engraçado é que eles conversavam de boas, mas a situação era crítica, as portas e janelas bloqueadas e centenas dos comedores de carne lá fora batendo e fazendo barulho, sabendo estarmos ali, porém sem conseguir entrar. Ao descer uma moça com a pele negra e cabelos cacheados, muito linda, notou minha presença:
- Olha o namorado da Lisa acordou.
- Então esse é o garoto que ela pegou lá fora?- Perguntou um homem de chapéu olhando pra mim e se levantando pegar um copo com alguma bebida que eu não identifiquei.
- Senta aqui e converse com a gente, já que sua namorada proibiu que fossemos falar com você.- Disse a mulher me dando um copo de suco.
- Olha, ela não é minha namorada não, na verdade ela me salvou apenas pra ter mais gente.- Eu respondi a eles, sentando no sofá e bebendo um gole do suco.
- Claro, foi pra isso mesmo, aliás meu nome é Bob- Disse um cara de óculos me cumprimentando.
- Meu nome é Kevin, prazer em conhecer você.- eu retribui o cumprimento estendendo a minha mão.
- Meu nome é Peterson, essa minha esposa Mirna e o cara com livro lendo é o Dalton.- Disse o cara de chapéu segurando minha mão e apontando para as pessoas que ele mencionou, e ao fazer isso Dalton sem tirar o olho do livro apenas faz um gesto com a mão em forma de cumprimento.
- É um prazer ser recebido por vocês, aliás obrigado.
Mirna com sua xícara, senta ao meu lado e me pergunta:
- Então, o que aconteceu com você pra Lisa ter que te salvar?
- Bom eu fiquei cercado no meu apê e a única alternativa foi fugir pela sacada, mas teve um momento que a corda arrebentou e eu caí, aí eu desmaiei e acordei aqui.- Respondi a pergunta dela me ajeitando no sofá, bebendo um pouco mais da minha bebida.
- Caramba, isso foi foda, fugir pela sacada tem que ter coragem!- Disse Peterson fechando o punho e dando um toquinho.
- E vocês, como escaparam?- Perguntei olhando para todos eles.
Bob esticando os braços, disse:
- Bom aqui é a casa da Lisa, ela abrigou a gente nesse caos, aliás eu estava na rua e entrei aqui por desespero. Havia vários deles, mas Lisa me ajudou.
- Eu e Mirna estávamos no ônibus quando uma mulher começou a atacar. Depois a gente fugiu e por sorte a Lisa abrigou a gente- Respondeu Peterson
- Entendi, que bom que a Lisa ajudou vocês. Você disse que uma mulher virou no ônibus, como aconteceu?
- Bom, ela deveria ter pegado o vírus a uns dois dias e virou naquele momento.- Disse Mirna.
Bob começou a explicar:
- A verdade é que existem dois tipos de recepção do vírus no corpo. Geralmente ele age no modo de transformação após a infeção de cinco até três dias, mas os de olhos vermelhos são os que têm a rápida mudança, então ocorre entre dez segundos a três minutos após a infecção. Não sabemos porque o organismos permite uma variação no tempo mas os de olhos vermelhos são mais ferozes, mais fortes e muito mais agressivos, mas a reação é a mesma para todos os infectados, eles têm sede de sangue e comem carne sem limites. Os estímulos básicos como comer, andar e enxergar são ativos, mas acho que eles não tem mais nenhuma percepção cerebral.
- Como você sabe disso tudo?- eu questiono ele ficando surpreso por ele saber tanto.
Bob ajusta seus óculos na cara, e andando até uma mochila me responde:
- Eu sou estudante em um laboratório e fiquei sabendo disso por um cara que sabia muitas coisas.
- Mas como esse vírus chegou aqui, não era na Itália que tava acontecendo?- Eu perguntei
- Um cara infectado chegou aqui, ele durou três dias sem se transformar, porém ele atacou algumas pessoas no norte de Chicago. Pessoas começaram a passar o vírus e se espalhou.- Disse ele me entregando um jornal que ele retirou da mochila.
- "O começo do fim", o que quer dizer essa matéria?
- Eles sabiam disso, o fato que esses casos aconteciam em segredo mas não era exposto. Eles disseram que era surto de raiva para não preocupar ninguém e não causar um pandemônio.- disse Mirna.
- Mas ninguém leu esse jornal com essa matéria? Concerteza algumas pessoas iriam aceitar isso como verdade!- eu disse apontando pra matéria.
- Esse jornal não foi publicado e ele é único, aliás quem me deu foi o mesmo que me deu as informações.- disse Bob pegando o jornal e guardando em suas coisas.
Lisa entrou e ficou olhando nós por alguns segundos, ela parecia preocupada e estava ensanguentada.
- Eu não disse que era para deixar ele la em cima?
- Ele desceu, aliás qual o problema, eles não vão comer seu namorado, ele tá protegido.- Disse Peterson pegando um biscoito de um pote.
- Não é isso, ele parecia estar bem mal, só achei melhor ele descansar.- Lisa sentou-se e ficou olhando pra mim com respiração ofegante.
Bob coloca a mão no ombro dela e pergunta:
- Nossa, o que aconteceu com você?
Antes que pudéssemos falar algo a porta teve algumas batidas, logo todos se levantaram e pegaram coisas para se defender. Peterson fez sinal para eu ajudar a colocar uma geladeira contra a porta, já Dalton pegou um rifle que ele portava e saiu colocando alguns móveis nas outras entradas, enfim Mirna, Bob e Lisa juntaram comidas em suas mochilas e se armaram. Para mim era tudo novo, eles estavam armados. Eu já vi filmes apocalípticos e lá eles demoravam pra arrumar armas, mas aqui eles já tinham. Eu estava nervoso, aquela adrenalina fazia meu coração bater forte, minhas pernas bambeavam e tinha vontade de gritar de desespero. Lisa vendo a situação nota que eu estava em choque, então ela grita comigo para ajudar e me entrega uma faca. Então peguei uma faca de combate que Lisa me entregou. Assim ela me pegou pela mão e com os outros descemos ao porão. Lá no porão, tinha uma espécie de local protegido, e a porta era fechada com suas barras grossas de metal.
Lisa acendeu a luz, e largou a mochila dela em um canto:
- bom, eles vão invadir a parte de cima, então não vamos fazer muito barulho.
- É mas não podemos ficar aqui pra sempre, assim que der vamos pegar a saída subterrânea e vamos embora.- d
Disse Dalton arrumando seu rifle.
- Não podemos simplesmente sair por aí, precisamos de algum tipo de veículo.- Bob dizia segurando uma faca.
Mirna completou:
- Os carros provavelmente estão com as chaves, já que isso é o começo de tudo. podemos sim sair e verificar os carros.
- Mirna, o problema que temos apenas essa arma do Dalton, somos em seis e nem temos uma direção.- Disse Peterson se escorando na porta.
Nesse momento, Lisa olha pra mim por instantes e chega me puxando pra um lado.
- O que vai fazer na delegacia?
Me afastando um pouco dela respondi:
- O pai do meu amigo Gary é policial, então ele pediu pra mim chegar lá e fugir com eles pra fora da cidade.
- Então é isso, nós vamos te ajudar a chegar lá e vamos com vocês embora!- disse ela olhando pra mim e depois pros outros, dando um leve sorriso e pegando a mochila dela.
- Espera, mas ele tinha dito só eu.
- Não interessa garoto, ele é um policial, tem que ajudar e a delegacia tem várias armas então ele pode nos ceder algumas pelo menos, aliás vai abandonar quem te salvou?
Eu não falei nada, apenas vi ela contando certinho que poderia ter uma boa ajuda lá na delegacia. Então eu peguei um celular que tinha ali e que por sorte ainda tinha sinal
- Alô Gary, que bom que você tá bem e me atendeu
- Kevin, tentei te ligar e você não atendia.- Disse ele falando com a voz meio diferente, parecia estar em movimento.
- Eu perdi meu celular, mas achei esse.
- Escuta, mudanças de planos, me diga, precisamos saber se está pronto pra gente passar aí e te buscar.- Mais uma vez Gary demonstrava frieza na fala.
- Espera, mas eu não tô em casa. Eu tive problemas no meu apartamento e fui salvo por uma pessoa e estou na casa dela com outros sobreviventes
- Okay, diga onde é que vamo buscar você agora.
- Espera, você pode levá-los?
- Claro, agora me diga onde está?...