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Capítulo 6 Sentimentos

Capítulo 7 Acontecimentos na cidade fantasma


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Durante a chamada:
- Okay Kevin, vocês precisam dar um jeito de sair daí e irem pra esquina
- Gary, você ficou maluco? Se pisarmos fora daqui vamos virar jantar!
- Aí é com vocês, logo vamos passar aí perto, mas se está lotado deles é um risco pra nós se aproximar da casa.
- Tudo bem... vamos dar um jeito.- Eu disse desligando.
Olhei pra todos eles que me encaravam com esperanças de notícias boas, assim Bob perguntou:
- Então Kevin o que vai ser?
- Seguinte, prepare-se todos, em pouco tempo eles vão passar aqui, porém vamos ter que ir para a esquina já que seria arriscado eles entrarem na rua com vários deles.
- Isso é loucura, se sairmos até lá vamos ser pegos, não vai dar tempo.- Disse Mirna
- Eu sei, porém é a única chance.- Concluí.
Mirna estava certa, são vários deles na rua, não daria pra correr no meio deles sem ser pego. Pensamos mais um pouco naquele silêncio horrível, onde o único som era dos grunhidos e barulhos produzidos por esses animais dentro e fora da casa.
Dalton se levanta e com a mão no queixo deu uma idéia:
- Precisamos de uma distração, levar a atenção deles pra outro lado.
Peterson o apoiou:
- Isso! Alguém pode pegar a bicicleta que está no jardim e pedalar para longe, assim os outros podem ir tranquilos, mas aquele que está com a bicicleta, pode dar a volta na quadra e encontrar os outros no ônibus lá no outro lado.
- Amor, isso é muito arriscado, quem iria fazer?- Mirna falou preocupada.
Peterson Segura a mão dela e dá um beijo:
- Eu vou fazer isso!
- Nem pensar Pete, Você nem ousa!- Ela disse se levantando e o abraçando.
- Eu vou, fiquem tranquilos, aliás eu andava bastante de bicicleta.- Disse Dalton entregando o rifle pra Peterson.
Peterson empurra o rifle contra Dalton o alertando:
- Dalton é perigoso!
Empurrando o rifle contra Peterson, Dalton concluí:
- É perigoso tanto para você quanto pra mim, então eu vou, aliás você tem uma mulher pra tomar conta, eu não tenho mais nada além dessa vida aqui para perder.
Dalton então começou a colocar algumas coisas na mochila e deu instruções a Peterson de como manusear o rifle. Ele disse pra levarmos a mochila que seria apenas um estorvo. Todos começamos a arrumar suas próprias coisas. Eu estava assustado, mas quando olhei para Lisa eu via a garota como se fosse um "iceberg" de tão fria. Ela dava instruções a Dalton de como deveria andar pela rua para obter sucesso. A garota parecia calma demais, confiando no sucesso de Dalton para atrair os zumbis e ainda dar a volta para nós encontrarmos. Cara, vai se foder, eu tava tremendo que nem vara verde, como ela conseguia ser tão calma?
Passado meia hora desde a decisão de Dalton, notei Lisa triste em um canto olhando pra porta do porão que estava sendo batida pelos zumbis. Eu cheguei até ela e disse que tudo ficaria bem, que tudo daria certo. Não podia acreditar, ela tava super calma antes e agora estava triste e sem confiança. A jovem simplesmente tinha me olhado querendo acreditar que as coisas dariam certo, mas quando fitei o azul dos olhos dela eu fiquei com a sensação que ela não acreditava no mundo mais. Isso fode com o psicológico dos demais, parece efeito dominó, onde um cai e vai derrubando os outros. Olhei no canto e Dalton estava olhando pela pequena janela e viu a bicicleta caída, claro que é loucura ele fazer isso, afinal esses zumbis atravessam o que for pra te pegar. Uma coisa que eu pude notar era o olhar sem brilho que ele tinha, era como se ele soubesse que iria morrer. Talvez Dalton estava sabendo que iria se foder, mas acreditava em nós e que poderíamos sobreviver. Minha mente estava bem conturbada com tudo que estava acontecendo, parecia uma bagunça, por um lado eu mal conhecia ele, porém por outro eu estava com o coração partido pela bondade de um desconhecido ao se sacrificar por pessoas que ele mal sabe quem são. Mesmo assim, eu tenho que admirar a coragem desse cara. Eu me pergunto: Será que eu faria o mesmo? Não! Eu nem consegui ajudar minha mãe. Sou um covarde!
O telefone toca:
- Kevin, estamos com o ônibus na esquina, e daqui se nota que têm vários deles, sejam rápidos porque tem alguns aqui em volta.
- Okay, um de nós vai pegar uma bicicleta e dar a volta na quadra, então quando o restante de nós entrar, precisamos encontrar ele no outro lado.
- Tudo bem, agora vão rápidos.
Desliguei o celular e olhei pra eles me levantando, o que automaticamente fez eles levantarem também:
- Seguinte, eles estão esperando. Dalton é com você!- Ao dizer isso olhei triste para Dalton, que esboçou um ar de heroísmo e motivação.
- Tudo bem, fiquem na janela espiando até eles limparem caminho, espero encontrar vocês no outro lado.- Disse ele se aproximando da porta.
Todos nós desejamos boa sorte, então ele jogou uma bombinha para chamar atenção deles para longe da bicicleta, assim ele saiu para pegar a bike e começou a pedalar para outro lado. Lisa fechou a porta de emergência do porão. Dalton na bicleta começa a gritar e atrair todos pra ele.
- Okay, a maioria tá indo pra ele, então se preparem.- Lisa disse pegando um facão e sua mochila.
- Olha, o ônibus está lá.- Disse Peterson Armando o rifle.
O ônibus estava longe, pois a rua é longa e a casa ficava bem distante daquela esquina. Eu peguei um bastão e minha mochila, Bob pegou a mochila e se armou com uma faca de combate e Mirna pegou a mochila dela e de Dalton. No sinal de Lisa corremos para fora, alguns ainda estavam ali, mas conseguimos deter. Em um momento Mirna foi pega por um, então eu voltei e ajudei ela, matando a pauladas um zumbi. A sensação de esmagar a cabeça desse maldito fazendo terra e miolos se misturarem foi horrivel, mas um alívio também. Ajudei Mirna se levantar contudo eu vi que ela levou uma mordida, então nós olhamos por alguns segundos com cara de "o que fazer?". Então por impulso coloquei o casaco por cima dela, escondendo a mordida, já que Peterson na nossa frente gritava para sermos rápidos. Levei ela até o ônibus, porém uma tropa de uns quinze zumbis corriam em nossa direção, então Peterson disparou alguns tiros para afastar eles e nos dar um tempo de chegar.
Conseguimos entrar no ônibus, com alguns zumbis logo atrás atacando as laterais do veículo, mas sem efeito. O ônibus tinha algumas pessoas dentro, então como prometido a Dalton iríamos pega-lo no outro lado, mas infelizmente vimos a bicicleta caída e Dalton já morto tendo seu corpo sendo destroçado por uma orda deles. O corpo dele estava partido pela metade com seus órgãos sendo devorados como se não fosse nada. A imagem dele me paralisou um pouco, fazendo minha mente viajar e mostrar minha mãe, ela também foi destruída por esses malditos. Gary olha para mim e toca no meu ombro como se tivesse me tirando se um transe e diz que deveríamos ir, então o ônibus pega a estrada e saímos dali. Meu coração ficou apertado por Dalton, ele se sacrificou por nós. Logo depois disso Gary veio falar comigo:
- E aí, como você tá?
- Eu tô assustado com tudo isso, foi tudo muito...rápido.
- Eu sei, aliás sinto muito pela sua mãe.- Ele disse me dando um abraço. Finalmente essa geladeira ambulante sentiu algo.
- Obrigado por nos salvar!- Eu disse apertando o abraço e deixando escapar algumas lágrimas.
Depois de um tempo, noto Mirna em um canto do ônibus abraçada com Peterson, eles choravam discretamente. Me doeu ver aquela cena, pois eu sabia que se tratava, ela foi mordida e logo se transformaria. Peterson não iria contar nada, mas ia ficar o tempo todo com ela, pois sabia que o tempo com sua amada seria curto. Será que eu não devia contar pros outros? Eu olho para um lado e vejo Lisa sentada com a cabeça escorada na janela, com o semblante triste. Eu sentei ao lado dela e puxei algum assunto:
- Lisa, como você tá?
Ela olha pra mim com um olhar de tristeza:
- Eu não sei, só... triste por ele ter feito aquilo sendo que nem nos conhecia.
- Eu também estou triste, mas veja o que ele fez e considere um gás para tentar sobreviver!
- Eu sei que deveria ficar grata, mas não entendo. Eu só queria que esse mundo cruel não existisse e voltasse ao normal.
- Eu acho as pessoas sempre forma selvagens, só agora elas estão mostrando a face que eles tanto esconderam.- Ao dizer isso fiquei olhando para ela.
- Kevin, eu me sinto bem com você.- Ela disse dando um sorriso.
Eu fiquei bobo com isso e dei um abraço nela, e passei a viagem toda ao seu lado.
O ônibus andou por um longo trecho, até parar em um local aberto. Logo foi armada algumas barracas, e nisso também chega um trailer e outro ônibus. Eram outros sobreviventes que foram juntados, então todos ficariam juntos. Alguns se alojariam em barracas e outros nos veículos, então eu sem saber onde iria ficar recebo de Lisa um convite:
- Kevin, será que você não gostaria de... dividir a barraca comigo? Eu me sentiria mais segura com alguém do que sozinha.
Ao receber essa proposta eu fiquei mais vermelho que um pimentão recém maduro, era como se eu meu coração acelerasse o mais rápido possível. Ela poderia chamar qualquer um, então porquê eu? Bom, derrepente eu seja uma das pessoas mais próximas a ela aqui. Coçando minha cabeça e com vergonha, eu respondi:
- Claro, seria bom dividir com você!
- Como assim?- Ela disse ficando levemente avermelhada.
- É que além do Gary, você me conheçe mais que essas pessoas, e eu não quero dividir lugar com o meu amigo.- eu completei dando um risinho.
- Claro, agora me ajuda a montar a barraca aqui!.
Enquanto ajudo Lisa, noto também que no limite do cerco que o grupo fez de segurança, Mirna e Peterson montaram uma barraca. Eu sei que deveria contar sobre ela, mas eu sei também que poderiam querer matar Mirna agora, e apesar de conhecer o Peterson a pouquíssimo tempo, não quero causar nenhum transtorno para ele. Ele é um cara legal e sabe muito bem o que vai acontecer, aliás, ele é lúcido e só quer aproveitar com ela. Enfim não rolou muita coisa após isso, mas quando chegou a noite fui dividir a barraca com Lisa. Ela entrou e tava me esperando. Eu estava de boas quanto derrepente ela tira a parte de cima e fica com seu corpo coberto por um short e o sutiã. Fiquei sem reação e um pouco vermelho e aparentemente, ela notou:
- Que foi Kevin, nunca viu peitos antes?
- Não é isso, é que eu não tava esperando.- Disse dando risos de nervoso.
- Sei... só não fica animadinho não, se eu perceber que você está tentando algo, arranco seu pau fora!-
elEla disse me puxando pela gola da camisa.
- Tudo bem eu não ia tentar nada com você de qualquer forma!
- Quer dizer o que, eu não sou bonita o suficiente pra para você querer algo comigo?- Lisa me questiona putassa.
- Que? Lisa você bebeu?
- Cala a boca Kevin!- Ela disse se virando pro lado toda brava.
- Não é isso Lisa, você é bonita sim, eu só disse que não sou o tipo de pessoa que tenta algo sem o consentimento.
- Entendi, me desculpa, eu não ando pensando direito desde que tudo isso começou. Acho melhora gente dormir, boa noite!
- boa noite, espero que durma bem Lisa...
Bom, Lisa adormeceu, e eu fiquei acordado um bom tempo. Eu não conseguia digerir essa situação. Será que tudo isso é um pesadelo? Será que eu tô em algum coma? Eu usei algo e tô brisado? Situação fodida demais, em menos de dois dias o mundo que eu conhecia não existe, minha mãe morreu, pessoas estão sendo comidas. Meu Deus, um vírus tá fodendo o mundo todo. Passado um tempo logo noto Lisa se mexendo e suando um pouco. Ela dizia algumas coisas como "não", "para" e "mamãe e papai". Devia ser um pesadelo, então logo a cutuco e ela acorda assustada. Ao me ver, a garota me abraça e começa a chorar. Eu não entendi nada, mas apenas confortei com um abraço.
- Lisa, tá tudo bem?
Ela tira o rosto do meu peito e me olha profundamente parecendo que estava ainda sonhando mas que recuperou a noção do tempo.
- Ahn tô sim, sim...eu tô, foi...só...um pesadelo. Foi só um pesadelo!
Estendi a ela uma garrafa de água, assim ela bebeu um pouco. O olhar dela parecia de tristeza, eu notava que eles estavam em um tom avermelhado.
- O que você sonhou?
- Nada... foi só um pesadelo... do dia, como ele foi assustador eu tive um sonho ruim.- Ela disse me entregando a garrafa.
- Tudo bem, qualquer coisa eu tô aqui.
- Claro, obrigada.- Ela disse voltando a deitar.
Logo que ela encostou a cabeça no travesseiro, se levantou e me olhou, pois nós notamos um barulho estranho. Levantamos ver o que era, e notamos que vinha da barraca de Mirna e Peterson...