-André!- Chamou a garota loira saindo da casa com um largo sorriso e se jogou nos braços do rapaz que a abraçou de volta com um sorriso igualmente largo e feliz, ele adorava aquele cheiro de flores do campo que só ela tinha, sua voz doce e seu sorriso sempre brilhante.
-por que está ficando mais alto e forte? Eu sou 1 ano mais velha, isso não é justo!- Lisa cruzou os braços fingindo estar chateada e André sorriu a achando linda e fofa.
-Bom isso é para que eu possa sempre te proteger- André sorriu daquela forma para Lisa que o abraçou de lado não sabendo o efeito daquele gesto no garoto.
-Eu levo você até ao campo antes de ir, vamos?-
-Vamos!- Respondeu Lisa animada e entrou na casa pegando seus materiais e logo se despediu de seus tios dando um beijo no rosto de cada um, e se afastou com o Rapaz.
-Ele é um bom Rapaz.- comentou a mulher idosa ao lado de seu marido.
-Ele é um rapaz, o que pode ter de bom? Todos eles são uns tarados que olham para nossa menina com olhos mal intencionados.- resmungou o homem.
-Não seja maldoso, o André não é assim, eles cresceram juntos, e a nossa Lisa já é uma adulta agora, uma hora ela vai ter de se casar e ele é um bom partido-
-Não diga besteiras mulher! Ela ainda é uma criança, ela ainda é a nossa menina.- disse o velho olhando para os dois jovens que se afastavam mantendo seu olhar na garota imaginando a pequena criança órfã de 5 anos que foi deixada em sua porta para eles a criarem, e a criaram e amaram como a filha que eles nunca tiveram e nunca poderiam ter.
Mas aquela era a verdade, Lisa tinha crescido e se tornado numa bela mulher, tão bela que chamava atenção de muitos olhares nada bem intencionados e aquilo o preocupava, já até tinha recebido propostas de casamento oferecendo muitas recompensas as quais ele recusou categoricamente e principalmente de um homem poderoso ali no vilarejo que continuava insistindo como se estivesse obcecado por ela e aquilo o preocupava mais.
Numa estrada não muito longe dali, estava parada uma camioneta e dentro dela estava um homem com cerca de 50 anos que observava a moça sair da casa com o rapaz entrando no campo.
O homem sorriu de canto com um pedaço de capim em sua boca.
-Hoje você não me escapará, pequena flor.- disse o homem e deu partida em seu carro seguindo a garota.
André se despediu de Lisa com muito custo, e deixou um beijo no rosto dela antes de sair correndo.
Lisa sorriu olhando o rapaz partir, e começou a trabalhar.
De longe, o homem observou o rapaz se afastar deixando a moça sozinha no campo e seu sorriso aumentou. Era sua oportunidade perfeita.
O homem desceu da camioneta e olhou para os lados verificando que ninguém vinha, ajeitou seu chapéu de Cowboy e caminhou em direção a moça que estava de costas distraída em sua tarefa.
Lisa ouviu sons de folhas secas sendo pisadas atrás dela mas antes que pudesse se virar para ver o que era, sentiu mãos a agarrando por trás.
-ME SOLTE!- Lisa tentou se soltar e se debateu mas sua força não era o bastante e as mãos do homem seguiram para seu seios onde os apertaram com força.
-ah você cheira tão bem minha pequena flor, é tão macia como um cordeiro-. Sussurrou o homem com sua voz rouca asquerosa contra a orelha dela.
Lisa reconheceu aquela voz e seu desespero aumentou.
-ME SOLTE SENHOR GIUSEPPE!- gritou se debatendo e sentiu seu corpo ser jogado no chão.
Guissepe olhou para garota no chão e sorriu começando a abriu sua calça.
Lisa se virou para fugir mas sua perna foi segurada a puxanda de volta.
-SE AFASTE! NÃO ME TOQUE ME SOLTE!- Lisa chutava e esmurava com movimentos desesperados e descoordenados mas mais uma vez o homem usou sua força para a dominar e a imobilizar por baixo dele ficando entre as pernas dela.
-Hoje você vai ser minha garota, hoje você vai saber o que é um homem de verdade-
-SAIA DE CIMA DE MIM! SOCORRO! SOCOR...-
Lisa se calou ao sentir um tapa forte e pesado em seu rosto
-quieta mulher!- o homem gritou de volta e não perdeu tempo puxando a blusa dela para o lado rebentando os botões expondo seus peitos cobertos pelo sutiã.
O homem sorriu observando os dois seios brancos e belos, e não pode mais resistir, prendeu as duas mãos dela com uma mão sua, e começou a puxar a saia dela para cima acariciando sua coxa.
-SOCORRO! SOCORRO! ME SOLTE!-
-CALE ESSA MALDITA BOCA!- o homem ia dar mais um tapa no rosto dela quando sentiu uma pancada em sua cabeça o que o derrubou no chão mas ainda consciente.
Lisa olhou para seu tio com os olhos cheio de lágrimas e desesperados, e se levantou correndo para trás do homem que segurava sua bengala com a qual tinha golpeado o outro.
-Seu velho arrogante como se atreve!- Guissepe se levantou com fúria e partiu para cima de Francesco que se defendeu com sua bengala mas Guissepe a segurou e o derrubou o no chão.
-Seu velho imbecil, se acha todo orgulhoso sendo que não passa de um morto de fome, eu vou fazer o que eu quiser com a sua preciosa sobrinha aqui na sua frente e você vai apenas olhar e...-
Guissepe caiu no chão e atrás dele estava Lisa segurando uma pedra com as duas mãos.
Lisa olhou para o homem inconsciente no chão e soltou a pedra correndo para seu tio.
-Tio! O senhor está bem?- Lisa ajudou o mais velho a se levantar.
-e-eu estou bem querida, e você? Esse homem machucou você?-
Lisa negou rapidamente com a cabeça e fechou sua blusa como pode baixando o olhar envergonhada e não pode evitar algumas lágrimas que lhe caíram do rosto.
Francesco abraçou sua sobrinha tentando a confortar enquanto ela chorava.
Após voltarem para Casa, Lisa tomou um banho muito demorado para tirar a sujeira das mãos daquele homem de seu corpo. E assim que terminou, foi até a sala onde seus tios a esperavam e voltou a baixar o olhar envergonhada.
Os tios a confortaram mas tinham de encarar a realidade. Guissepe Leonardo era o homem mais poderoso de todo aquele vilarejo, ele tinha poder sobre todas as autoridades, e mesmo que eles contassem a verdade, Guissepe poderia dizer que ela tentou o matar e ela acabaria presa, isso se ele não lhe fizesse um acordo ilícito para a soltar.
Então, a única solução era Lisa ir embora, sair do vilarejo e ir para um lugar onde aquele homem, sua maldade e sua influência não a encontrariam. Lisa se recusou no começo pois não queria deixar seus tios ali com medo que aquele homem fizesse algum mal a eles mas eles insistiram dizendo que assim ela poderia seguir seu sonho de estudar mais cedo e após muito relutar, Lisa acabou aceitando pois ficar podia trazer apenas mais problemas para seus tios.
Então foi decidido, ela iria para Roma o mais rápido possível e lá ficaria com uma tia que trabalhava numa casa.
Na manhã seguinte, Lisa estava abraçando seus tios mais uma vez com lágrimas nos olhos e se despedindo.
Lisa subiu na carroça do homem que levava os vegetais e ficou ali sentada olhando seus tios que se despediam dela e via a vista que a viu crescer ficar cada vez mais distante.
A garota baixou a cabeça limpando uma lágrima que lhe fugiu e logo ouviu gritos de longe.
-LISA! LISA! LISA!- Lisa olhou na direção da voz e viu o rapaz que corria com todas suas forças afim de alcançar a carroça.
-André!- Gritou Lisa sorrindo ao ver o Rapaz e se virou para o carroceiro.
-por favor pare, Só um minuto-
O homem parou o burro que puxava a carroça.
-Se apresse ou vai perder o trem-
Lisa pulou da carroça e correu até André que a abraçou a tirando do Chão.
-Você está mesmo indo?- perguntou o rapaz.
-estou.- disse baixando o olhar. -eu fui me despedir de você mas me disseram que você ainda não tinha voltado-
-Eu não acredito que você está indo, Eu sei que você vai para estudar mas não seria no ano que vem? Por que está indo tão cedo?-
Lisa olhou para o Rapaz por um tempo e baixou o olhar novamente, não podia dizer o real motivo de estar indo embora, se soubesse, André poderia tentar cometer uma loucura contra Guissepe e acabar preso ou pior e aquilo ela não suportaria
Lisa tirou um sorriso fraco.
-Eu vou ficar na casa onde uma tia está trabalhando e lá vou me preparar melhor para poder entrar na universidade-
André suspirou abatido.
-eu prometo que vou juntar todo meu dinheiro para ir ver você lá-
Os dois sorriram um para o outro e deram um abraço. Lisa beijou a bochecha do Rapaz e olharam um para o outro segurando as mãos.
-Lisa! Vamos!- gritou o carroceiro e Lisa voltou a carruagem acenando para André.
André viu sua amada partir e não conteve uma lágrima que lhe fugiu enquanto a via ficar cada vez mais distante e os lindos fios dourados esvoaçavam com o vento.
Sua amiga de infância, sua companheira, confidente, seu primeiro amor, ela estava partindo.
André apertou o chapeu em suas mãos sentindo seu peito doer. Não queria a perder, ainda nem tinha confessado seus sentimentos por ela, não teve a oportunidade de dizer o quanto a amava.
....
Ao chegar a cidade de Roma, Lisa foi recebida por sua tia na estação de Trem e após se saudarem e abraçarem, Elisabeta levou sua sobrinha até o ônibus que as deixou no bairro cheio de casarões.
As duas caminharam mais um pouco até uma grande mansão que mais parecia um castelo O que deixou a garota do campo bastante impressionada.
-Pronto, tome um banho e vamos almoçar, estamos muito atarefados porque o patrão chega hoje de viagem então se apresse.- disse Elisabete assim que chegaram ao quarto no anexo dos criados.
-Sim.- Lisa deixou sua mala e começou a se prepare para o banho e a mulher a observava.
-Você é muito bonita, está tão crescida, era só uma menina quando a vi mas agora está uma bela mulher, aqui na capital você vai arranjar um bom marido logo-
-tia!- disse envergonhada.
-E-eu só vim para trabalhar e estudar-
-não seja boba, os homens aqui tem muito dinheiro e são bastante generosos com moças bonitas como você-
Lisa baixou o olhar se lembrando do ocorrido daquele dia. A última coisa que ela queria era ver um homem como Guissepe Leonardo outra vez, um homem que usava seu poder para dominar as pessoas.
Após tomar o banho, Elisabeta levou sua sobrinha até o mordomo para a apresentar, e encontrou o homem só salão de jantar atarefado dando ordens e orientando a organização do jantar de recepção de seu mestre.
-Senhor Gabriel.- Chamou a mulher e o homem mais velho se virou para a encarar mas seu olhar foi atraído em direção a garota que estava ao lado dela
-Pai Santíssimo...- disse o homem pálido como se tivesse visto um fantasma e se apoiou a mesa.
-Senhor Gabriel!- Elisabete se aproximou dele preocupada.
-o que se passa?- Perguntou Elisabeta dando um copo de água ao homem.
-S-Senhorita Luna...- disse o mordomo sem tirar os olhos de Lisa que olhou para tia confusa.
-Luna? Não, essa é a minha sobrinha, Lisa-
Lisa curvou a cabeça em saudação ao homem que ainda a encarava.
-Lisa?-
-Sim ela é do interior acabou de chegar, o senhor disse que deveria chamar mais moças para ajudar nos trabalhos de casa agora que o patrão vai voltar e eu pensei nela, não é uma moça bonita? Pode até trabalhar na casa grande não acha?-
-Não!- disse o homem num tom alto que assustou as duas.
-ela não pode trabalhar na casa grande, ou melhor, ela não pode trabalhar aqui-
-o que? Por que? Ela pode parecer fraca mas é muito forte e faz todos os trabalhos de casa direitinho, além disso é muito inteligente e...-
-eu disse não! Essa moça não pode ficar aqui, o patrão Não a pode ver, então a tire daqui imediatamente antes que ele chegue.- disse com a expressão séria e dura assustando ainda mais as duas que se entre olharam.
-para o bem de todos, é melhor que ela saia dessa casa-