A Traição Dele, Meus Votos de Casamento Súbitos
img img A Traição Dele, Meus Votos de Casamento Súbitos img Capítulo 4
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Capítulo 4

Na manhã seguinte, Damião me presenteou com um colar de diamantes.

Era uma peça deslumbrante, uma cascata de pedras de lapidação brilhante que cintilavam com fogo frio.

Um pacote de demissão.

Um adiantamento.

Ele mesmo o prendeu em volta do meu pescoço, seus dedos frios contra minha pele.

"Um presente", disse ele, com a voz neutra. "Por um trabalho bem feito, com antecedência."

Assim que o fecho se fechou, a porta do quarto se abriu.

Bianca Monteiro estava lá, o rosto manchado de lágrimas.

Ela nem sequer olhou para mim.

Seus olhos estavam fixos em Damião.

"Ele não quer me ver!", ela gritou, correndo em direção a ele.

Ela me empurrou com uma força que me fez tropeçar para trás.

Tropecei no tapete grosso, meu tornozelo torceu e caí com força.

O colar de diamantes, um peso bonito e frio, arrebentou.

As pedras se espalharam pelo chão como lágrimas congeladas.

Uma das garras afiadas cortou uma linha fina e sangrenta na minha palma enquanto eu tentava amortecer a queda.

"Eu fui ao escritório dele e ele nem quis me ver, Damião!", Bianca soluçou, enterrando o rosto no peito de Damião. "Ele só... mandou um recado dizendo que estava ocupado."

O olhar de Damião desceu para mim, para minha mão sangrando e o colar arruinado no chão.

Por uma fração de segundo, vi um lampejo de raiva em seus olhos.

Mas desapareceu tão rápido quanto apareceu, substituído por uma indiferença arrepiante.

Ele não se moveu para me ajudar.

Ele não disse uma palavra.

Seus braços envolveram Bianca, puxando-a para perto, sua mão acariciando o cabelo dela em um gesto de conforto puro e absoluto.

Era uma ternura que ele nunca, nem uma vez, me mostrou.

"Isso é porque ele é um desgraçado sem coração, anjo", Damião murmurou, sua voz um ronronar baixo e calmante destinado apenas a ela. "O que você esperava?"

"Mas eu o amo!", ela chorou, seus punhos se fechando na camisa dele.

A expressão de Damião endureceu.

Ele a empurrou para trás gentilmente, segurando-a à distância. "Não seja tola, Bianca. Ele não vale a pena."

Ela soltou um soluço frustrado e empurrou seu peito. "Você não pode me dizer isso! Você não é ele!"

A mandíbula de Damião se contraiu, mas sua voz era enganosamente suave quando ele falou novamente, um gato ronronando antes de atacar. "Não, não sou. Mas posso te ajudar a tê-lo."

Ele olhou para mim, seus olhos frios e autoritários. "Alina conhece a agenda dele. Ela também é uma excelente cozinheira. Heitor já elogiou suas habilidades culinárias antes. O caminho para o coração de um homem, e tudo mais."

Eu sabia exatamente o que ele estava fazendo.

Na superfície, Damião e Heitor mantinham um relacionamento civilizado, quase amigável, em nome da estabilidade dos negócios.

Eles frequentavam os mesmos eventos, às vezes até compartilhavam uma bebida.

Heitor já havia jantado na cobertura em algumas ocasiões, sempre sob o pretexto de uma reunião de negócios.

Ele, de fato, elogiou minha comida.

Damião agora estava torcendo aquele pequeno e inocente momento em uma arma.

Lentamente, me levantei, minha palma sangrando ardendo, meu coração uma pedra fria e pesada no peito.

"Vá fazer a sobremesa favorita da Bianca", Damião ordenou, sua atenção já de volta à herdeira chorosa. "Leve para o escritório do Heitor. Invente uma desculpa. Diga que é uma oferta de paz dela."

Bianca fungou, enxugando os olhos. "Ele... ele nem vai se importar."

"Ele vai", Damião prometeu, sua voz pingando falsa sinceridade.

Então seus olhos encontraram os meus novamente, e a frieza neles era absoluta. "Não vai, Alina?"

Eu não respondi.

Apenas me virei e saí do quarto, os diamantes espalhados rangendo suavemente sob meu calcanhar.

Ao passar por Bianca, ela me lançou um olhar de puro veneno.

"Olhe para você", ela zombou, sua voz carregada de nojo. "A cachorrinha leal. Não sei o que ele viu em você. Ele costumava ser tão atencioso comigo, mas então você apareceu."

Damião riu, um som baixo e desdenhoso. "Não se preocupe com ela, anjo. Ela é apenas uma ferramenta. Uma diversão temporária."

Ele puxou Bianca de volta para seus braços, sua voz caindo para um sussurro sedutor que eu ainda podia ouvir quando cheguei à porta. "Tudo o que ela tem, eu posso dar a você. Seus carros, suas joias, esta mesma cobertura. Tudo o que você precisa fazer é dizer a palavra."

Ele fez uma pausa, e suas próximas palavras foram uma lâmina se torcendo em meu coração já sangrando.

"Afinal", ele disse, sua voz tingida de diversão cruel. "O que ela é? Um corpo conveniente para esquentar minha cama. Nada mais."

As palavras me atingiram com a força de um golpe físico.

Tropecei, minha mão voando para o peito como se para segurar meu coração partido.

Até os empregados no corredor, que costumavam curvar a cabeça para mim, agora me olhavam com uma mistura de pena e desprezo.

Meu reinado havia acabado.

Eu não era nada.

            
            

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