A babá que acusei é a mãe do meu filho
img img A babá que acusei é a mãe do meu filho img Capítulo 1 Serviçal
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Capítulo 8 O meu filho img
Capítulo 9 Ex-babá deplorável img
Capítulo 10 A guarda do meu filho img
Capítulo 11 O pai do bebê img
Capítulo 12 A noiva do senhor Trevisani img
Capítulo 13 Uma sentença img
Capítulo 14 O seu passado te condena img
Capítulo 15 Você mentiu pra mim img
Capítulo 16 Omissões img
Capítulo 17 Um déjà vu img
Capítulo 18 Vá embora img
Capítulo 19 Pare de chorar img
Capítulo 20 Pai do seu filho img
Capítulo 21 Ele não é o seu filho img
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A babá que acusei é a mãe do meu filho

Yana _ Shadow
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Capítulo 1 Serviçal

Ponto de vista de Vitória Clarke.

- Ei, você! - A voz cortante de uma mulher alta, com rabo de cavalo loiro, atravessou a sala. - Limpe isso. - Ela apontou para os cacos de vidro espalhados no chão.

- Não sou empregada, sou a babá da Allegra.

- Estou mandando limpar agora! - Bianca Ambrosio, a modelo e atriz famosa, ordenou com desprezo.

- Não! - Minha voz saiu firme, apesar do nó na garganta.

- Como ousa? - Ela avançou conforme me fuzilava com aqueles grandes olhos inquisidores.

Antes que a tensão explodisse, um homem entrou na sala. Maximus trevisani usava um terno cinza feito sob medida, tinha uma postura imponente e um olhar gelado que paralisava qualquer um.

Ele raramente aparecia, e para mim, era um chefe que jamais notou a minha existência.

- Faça o que a minha noiva mandou. - Sua voz era um comando implacável.

Foi só então que percebi a faixa com mancha se sangue envolta na mão do senhor Trevisani.

- Anda, garota, o que está esperando? - Bianca estalou os dedos, exigindo.

Meu orgulho gritou, mas a realidade esmagadora falou mais alto: precisava daquele emprego. Resignada, eu me ajoelhei para recolher os cacos de vidro.

- Depois disso, vá cuidar da Allegra. A minha sobrinha não para de chorar. - Após dar ordem, ele virou as costas e saiu.

Eu ainda juntava os cacos quando senti algo frio escorrer pelo meu cabelo.

- Você é só uma serviçal - Bianca disse, despejando o resto do uísque sobre mim, sorrindo com crueldade.

O som dos saltos da noiva do chefe ecoou até desaparecer pela porta.

- Ai! - Mordi o lábio quando um pedaço de vidro cortou meu dedo.

- Vitória, a governanta exige que você vá cuidar da sobrinha do chefe. - Uma colega falou, com aquele tom que indica "não estou aqui para fazer amizade".

- Ainda tenho que limpar isso... - levantei, meio tonta.

- Vai cuidar desse corte e deixa que eu acabo aqui - a mulher de uniforme disse com autoridade. - Mas que cheiro é esse? Você bebeu?

- Jogaram bebida em mim - respondi, segurando o dedo que sangrava.

- Vai logo, antes que a governanta reclame com o senhor Trevisani.

Fui para o banheiro de serviço, encarando meu reflexo. Encarei a garota que tinha só vinte e três anos, mas já tinha bolsas em volta dos olhos. Os olhos verdes cintilavam com as lágrimas. Queria sair daquele emprego desde que minha antiga patroa morreu; mas eu ainda sonhava com a faculdade de Direito, mas primeiro precisava cuidar da minha avó e pagar as contas do hospital.

Lavei o corte, depois o rosto. Prendi o cabelo molhado úmido em um coque frouxo. Respirei fundo antes de encarar mais um dia naquela mansão de mármore, lustres de cristal e quadros caros. Eu era só a babá da Allegra - uma menininha de quatro anos que perdeu a mãe muito cedo... talvez fosse por isso que se apegou tanto a mim. De certa forma, também me sentia meio órfã do mundo, já que a minha mãe me abandonou com a minha vó e o meu pai se casou com outra mulher e esqueceu da minha existência.

No segundo andar, o choro da pequena Allegra se intensificava. Entrei e a menina estendeu os bracinho

- Oi, anjinho! - tentei pegar Allegra, mas a governanta se afastou.

- Você tomou uísque antes de trabalhar? - A mulher perguntou, desconfiada.

- Não, senhora Baker... Caiu um pouco em mim enquanto limpava o chão. - Tentei justificar, mas aquela mulher era irredutível.

Allegra chorava desesperada, e a governanta não me deixou chegar perto. O rosto da pequena, vermelho e banhado em lágrimas, partia meu coração.

- Vou contar para o senhor Trevisani que você está bêbada. - A voz fria soou quando ela cruzou a porta.

Corri atrás, desesperada para explicar. Não podia perder aquele emprego.

            
            

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