A Princesa da Máfia: Escapando da Mentira Mortal Dele
img img A Princesa da Máfia: Escapando da Mentira Mortal Dele img Capítulo 3
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Capítulo 3

Ponto de Vista: Catarina

No momento em que ouvi o sussurro da amante dele - "Só mais um pouco... a febre vai fazer o resto do trabalho" - meus olhos se abriram de repente. A febre ainda ardia, mas minha mente era um caco de clareza gelada. Ele não estava apenas me traindo. Ele não estava apenas me deixando.

Ele estava ativamente tentando me matar.

Meus dedos, desajeitados e fracos, procuraram meu celular. Enviei uma única e urgente mensagem para minha tia, meu polegar tremendo tanto que mal consegui apertar "enviar".

Garanta o órgão. Juliano vai tentar interferir. Não confie em ninguém.

Quando Juliano voltou, o sol estava apenas começando a riscar o céu. Ele tinha uma xícara de café fresco na mão e um olhar bem ensaiado de preocupação cansada no rosto. Ele se sentou ao lado da minha cama, pegou minha mão na sua e apertou.

"Você me assustou ontem à noite, Cat."

Uma jovem enfermeira entrou apressada para verificar meus sinais vitais. Ela sorriu abertamente para Juliano. "Vocês dois são a meta de casal, sério", ela disse, entusiasmada. "Isso dá esperança para o resto de nós."

Senti uma risada amarga e oca presa na garganta. Olhei para além dela, para a paciente no quarto do outro lado do corredor. Uma senhora idosa sem família, sem visitas. Eu a invejei. Pelo menos a solidão dela era honesta. Ela não estava se engasgando com uma dieta de esperanças despedaçadas e mentiras habilmente elaboradas.

Virei a cabeça no travesseiro para olhar para Juliano. "Eu quero ir para a cobertura", eu disse, minha voz um sussurro seco. "Quero ver as coisas dos meus pais."

Por uma fração de segundo, sua máscara escorregou. Um lampejo de pânico cruzou seu rosto antes de desaparecer, substituído por aquela preocupação ensaiada. "Claro, meu bem. Assim que você estiver mais forte. Eu... eu vou mandar limpar tudo para você primeiro. Garantir que esteja perfeito."

Ele queria dizer que mandaria tirar o cheiro de outra mulher dos nossos lençóis. Ele queria dizer que apagaria cada último vestígio dela.

As horas se arrastaram em uma névoa febril. Em algum momento daquela tarde, uma nova paciente foi admitida no quarto ao lado. A mãe de Ava.

E então, a própria Ava apareceu na minha porta.

Ela era bonita, de uma forma afiada e faminta. Ela se encostou no batente da porta, um sorriso presunçoso brincando em seus lábios enquanto seus olhos percorriam minha forma frágil na cama do hospital.

"Você deve ser a Catarina", disse ela, sua voz pingando falsa simpatia. "Juliano me falou tanto sobre você."

Antes que eu pudesse responder, houve um estrondo. Juliano, que estava me servindo um copo de água, o deixou cair. O copo se estilhaçou no chão.

"Ava", ele sibilou, sua voz perigosamente baixa. "Saia. Agora." Ele agarrou o braço dela, seu aperto firme. "Cale a boca, ou eu mesmo mando te expulsar deste hospital."

Uma performance magnífica. O marido protetor defendendo sua esposa frágil de uma intrusa. Ele desempenhou o papel com perfeição.

Fechei os olhos, fingindo uma onda repentina de exaustão. Eu não precisava ver. Eu podia sentir o calor da mentira dele, uma radiação tóxica.

Meu coração não estava mais se partindo. Estava se calcificando.

Viva, uma voz dentro de mim ordenou, fria e clara como uma aurora de inverno. Viva e faça eles pagarem por cada mentira.

            
            

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