A Queda do Médico, a Ascensão da Rainha da Máfia
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Capítulo 3

Ponto de Vista: Helena

As duas linhas rosas no teste de gravidez pareciam uma sentença de morte e uma declaração de guerra, tudo ao mesmo tempo. Esta criança, esta vida minúscula e impossível, era um vínculo com o homem que agora eu desprezava. Era também uma arma. A única que me restava.

No dia seguinte, movi-me pelos corredores do hospital em transe. E então eu os vi.

No final do corredor, escondido em uma pequena alcova, estava Eduardo. Ele abraçava uma Yasmin aos prantos, sua mão acariciando o cabelo dela, sua expressão carregada de uma ternura que eu não via nele há anos.

"Ela suspeita de alguma coisa?", Yasmin sussurrou, sua voz embargada pelas lágrimas.

Eduardo zombou, um som de puro e arrogante desdém. "Ela confia em mim completamente. Ela é a esposa perfeita."

Meu sangue gelou. A tola perfeita e confiante.

"Quando eu serei sua esposa, Eduardo?", Yasmin insistiu, sua voz endurecendo. "Quando eu serei sua esposa de verdade?"

Ele suspirou, um som longo e cansado. "Helena é minha esposa. É um pacto de sangue, um acordo entre famílias. Não posso simplesmente descartá-la. Haveria uma guerra." Ele fez uma pausa, e suas próximas palavras estilhaçaram o que restava do meu coração. "Pense nisso como uma penitência. Uma dívida de culpa que tenho que pagar por tudo que tenho."

Uma dívida. Uma penitência. Nosso casamento, nossos votos, reduzidos a uma transação que ele era forçado a suportar.

Enquanto ele falava, os olhos cheios de lágrimas de Yasmin se ergueram. Eles encontraram os meus por cima do ombro de Eduardo. Um sorriso lento, triunfante e malicioso se espalhou por seu rosto. Ela sabia. Ela tinha me visto. Ela queria que eu ouvisse cada palavra.

O mundo inclinou. Eu não era sua rainha. Eu era sua gaiola de ouro. Sua performance de honra para as outras famílias.

Recuei, as paredes brancas e estéreis se transformando em uma névoa de dor. Virei-me e fugi, meus saltos batendo um ritmo frenético e em pânico no chão polido até chegar ao santuário do meu consultório. Minhas mãos tremiam tanto que mal consegui destrancar a porta. Desabei na cadeira da minha mesa, o mundo girando, e fiz a única coisa que fazia sentido. Peguei o telefone e marquei uma consulta para interromper a gravidez.

Eu não podia trazer uma criança para esta mentira. Não podia deixar meu bebê ser um peão no jogo doentio deles.

Um momento depois, liguei para Aline.

Quando falei, minha voz era irreconhecível - aço frio. "Prepare os papéis do divórcio."

"Helena? O que há de errado?"

"Apenas faça, Aline. Eu quero tudo o que ele jurou dar à família Falcone em nosso contrato de casamento. Tudo."

Desliguei antes que ela pudesse argumentar. Um momento depois, meu telefone tocou. Era Eduardo.

Sua voz era calorosa, alheia, nauseantemente alegre. "Cara, preciso que você esteja impecável esta noite. A gala anual. É importante que apresentemos uma frente unida."

Encarei a parede, o reflexo fraco de uma mulher que eu não reconhecia. Uma rainha com uma coroa estilhaçada.

"Claro, Eduardo", eu disse, minha voz desprovida de toda emoção. "Estarei pronta."

Que a guerra comece.

            
            

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