Desmascarar a Falsidade Dela, Retomar Minha Vida
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Capítulo 3

Clarice POV:

"Você acha que está tão segura, não é?", a voz de Fabiana não era mais um sussurro. Era afiada, carregada de uma fúria que ela não se preocupava em esconder. "Apenas um caso de caridade que eles mantêm por perto por causa dos velhos tempos. Você não tem uma gota de sangue Mendonça em você. Você não é nada."

Minha própria raiva, uma coisa fria e dura, subiu para encontrar a dela. "Eu sou uma Mendonça em todos os sentidos que importam", eu disse, minha voz perigosamente baixa. "E você, Fabiana? O que você é, exatamente? Além de namorada do meu irmão há algumas semanas?"

A farpa atingiu o alvo. Seu rosto ficou vermelho e manchado. Ela abriu a boca para retaliar, mas o som da porta do escritório se abrindo a interrompeu.

Breno saiu, a testa franzida por qualquer conversa de negócios que tivesse tido com nosso pai.

Instantaneamente, todo o comportamento de Fabiana mudou. Foi como assistir a um truque de mágica. A raiva desapareceu, substituída por uma máscara de vulnerabilidade trêmula. Lágrimas brotaram em seus grandes olhos azuis enquanto ela corria para o lado dele.

"Breno", ela engasgou, enterrando o rosto no peito dele. "Foi horrível. Ela... ela foi tão cruel comigo."

Eu nem tive energia para ficar chocada. Apenas senti uma profunda sensação de nojo. Virei-me para ir embora, para subir para o meu quarto e esfregar a sensação dela da minha pele.

"Clarice."

A voz de Breno me parou. Não estava com raiva, ainda não, mas estava carregada de uma confusão que pendia para a acusação. Eu me virei lentamente.

Ele estava abraçando Fabiana, acariciando seus cabelos enquanto ela soluçava. "O que está acontecendo? A Fabiana está muito chateada. Ela disse que vocês duas brigaram."

Ele olhou para mim, esperando uma explicação. Um pedido de desculpas.

E por cima do ombro dele, Fabiana também olhou para mim. Seu rosto ainda estava enterrado na camisa dele, mas ela levantou a cabeça o suficiente para que nossos olhos se encontrassem. Suas lágrimas haviam sumido. Em seu lugar, havia um olhar de pura malícia triunfante.

Uma onda de gelo percorreu minhas veias. Ele não ia acreditar em mim.

"Breno", comecei, minha voz tensa. "Ela me ameaçou. Ela me disse que eu deveria me mudar, que não pertenço a este lugar."

Observei seu rosto, rezando por um lampejo de compreensão, de lealdade.

Em vez disso, sua testa apenas se franziu mais. "Clarice, qual é. Isso não parece nada com a Fabiana. Ela está só... um pouco insegura. Ela não está acostumada com a nossa dinâmica familiar. Você tem que admitir, é um pouco incomum."

Ele estava ecoando as palavras dela. O mesmo veneno, agora entregue pela única pessoa que eu pensei que sempre estaria do meu lado.

"Incomum?", perguntei, minha voz mal um sussurro. "Nós somos uma família. O que há de incomum nisso?"

"Ela não quis dizer isso", ele insistiu, sua paciência claramente se esgotando. "Ela só está tentando entender o lugar dela. Não seja tão dura com ela."

Eu o encarei, meu irmão, o garoto que me ensinou a andar de bicicleta e me ajudou com o dever de casa de cálculo, agora defendendo uma mulher que ele mal conhecia em vez de mim. A sensação de traição foi tão aguda, tão repentina, que me tirou o fôlego.

Senti como se ele tivesse me dado um tapa.

"Entendi", eu disse, minha voz vazia. Eu não conseguia mais olhar para ele. Não conseguia olhar para o sorriso triunfante no rosto de Fabiana. Acenei uma vez, um movimento brusco e seco. "Ok."

Virei-me e fui embora, sem olhar para trás. Cada passo na grande escadaria curva parecia uma milha. Não parei até estar no meu quarto com a porta trancada atrás de mim.

Deitei na minha cama, olhando para o teto, meu coração um nó frio e pesado no peito. O telefone na minha mesa de cabeceira vibrou. Era minha melhor amiga, Mariana.

"E a namorada nova? Demônio ou santa?"

Uma risada amarga escapou dos meus lábios. Digitei de volta uma única palavra.

"Demônio."

Instantaneamente, meu telefone começou a tocar. Eu atendi.

"Ok, desembucha", a voz de Mariana exigiu, sem preâmbulos. "O que ela fez?"

A represa se rompeu. As palavras saíram de mim em uma torrente - os sussurros de boatos, a oferta condescendente de me encontrar um apartamento, a negação total do meu lugar na minha própria família.

"- e o Breno", terminei, minha voz falhando. "Ele a defendeu. Ele me disse que eu estava sendo sensível demais."

Houve um momento de silêncio do outro lado da linha. Então, Mariana explodiu.

"VOCÊ ESTÁ BRINCANDO? ESSA VADIA MANIPULADORA, ALPINISTA SOCIAL DE PRIMEIRA!" A sequência de xingamentos que se seguiu foi criativa e catártica. "E o Breno? Que diabos há de errado com ele? Ele é cego? Surdo? Ele tem algodão no lugar do cérebro?"

Consegui um sorriso fraco. "Ela é muito bonita, Mari."

"Ah, eu não dou a mínima se ela parece uma musa da Victoria's Secret que caga arco-íris! Ela soa como uma cobra venenosa! Aproveitadora? Dizendo para você se mudar? Ela te conhece há cinco minutos! Ela é quem precisa cair na real, não você!"

Ouvir a indignação em sua voz, tão pura e sem diluição, me fez sentir um pouco menos louca.

"Ele só está apaixonado", eu disse, tentando encontrar uma desculpa para ele, para mim. "Vai passar."

"Clarice", disse Mariana, sua voz suavizando um pouco. "Isso não é só paixão. Isso é um incêndio de grandes proporções. Essa mulher te vê como uma ameaça, e ela vai queimar essa casa inteira para te tirar daí. Você precisa ter cuidado."

Soltei um suspiro longo e trêmulo. "Eu sei."

Ao desligar o telefone, a última gota de esperança de que tudo isso era um terrível mal-entendido evaporou, deixando para trás uma certeza fria e dura. Fabiana não era apenas insegura. Ela era uma predadora. E ela tinha acabado de marcar seu território.

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