Capítulo 5 Mulher ao resgate

A expressão confusa do homem mexeu com Rossalyn, ele obviamente não conseguia se lembrar do próprio nome.

- Não se preocupe, deve ser o choque - disse ela com urgência tentando acalmá-lo - Alguém pode me ajudar! - Ela gritou quando os enfermeiros se aproximaram deles.

- Espere... - disse ele segurando a mão dela, ela olhou para ele

- Obrigado... - ele proferiu com uma voz quase inaudível e naquele momento algo dentro dela se quebrou.

Não foi um sentimento de dor, e sim de nostalgia, nunca em sua vida teve que se preocupar com um homem, talvez a situação a fizesse lembrar o que ela havia perdido por não ter um pai

Voltando à realidade Rossy se mexeu e o deixou entrar no consultório com os enfermeiros que o carregaram na maca. A partir daquele momento ela perdeu a noção do tempo, eles não a deixaram entrar com ele e de um jeito isso a incomodou, ela não era parente dele, pensou, mas naquele momento era a coisa mais próxima de um parente e estava preocupada. Sentiu que era sua responsabilidade, que ele não morra pedia a Deus.

Sessenta minutos depois, o Dr. Sullivan saiu para lhe dizer que o homem viveria.

- E bem?

- Está vivo

- E então?

- Aparentemente tem amnésia

- E a ferida?

- Ele levou um bom golpe, e está com um corte superficial na cabeça, felizmente não quebrou nenhuma costela, mas está com muitos hematomas pelo impacto.

O alívio que ela sentiu foi evidente, pois seu padrinho tentou tranquilizá-la um pouco mais.

- Você ficará feliz em saber que não terá nenhuma cicatriz visível

- O quê? - Ela disse parecendo surpresa

- O corte na cabeça será coberto pelo couro cabeludo

- E por que isso seria relevante para mim?

- Não é o seu "amigo" - a tentou

- O quê? não! Eu só o encontrei na estrada.

- Pela sua expressão acreditei que fossem próximos

- Talvez apenas eu seja muito humanitária, quem vai se importar com ele senão for eu?

- Que bom que você mencionou esse detalhe, porque quando ele tiver alta vai precisar de um lugar para ficar

- Você não pensa que ele vai ficar comigo?

- Não tenho como hospedá-lo aqui, e você sabe que em minha casa não há espaço porque Yaz acolheu temporariamente duas crianças órfãs

- Eu sei - disse ela rindo ao lembrar daquela cena, Yaz havia chegado sem avisar com dois órfãos sem-teto e seu pai não soube lhe dizer não - mas ele não pode ficar comigo! - continuou - deve ficar em um hotel.

- Vamos Rossy! - Ele sempre usava seu diminutivo quando queria persuadi-la de algo, o muito infeliz, pensou

- Pense um pouco na situação do "coitado", ele está ferido, não tem memória, nem dinheiro, muito menos parentes ou amigos aqui, só quando a tempestade passar poderei pedir ao xerife para ir a buscar suas coisas do carro, além disso - acrescentou - embora soubéssemos quem ele é, não creio que venham atrás dele com esta catástrofe em curso.

- Eu entendo - ela teve que admitir - tudo bem - mas só até eles pegarem as coisas dele ou sua memória voltar, ela pensou.

- Vamos esperar até que passe a pior parte da tempestade, então você pode levá-lo para descansar, eu o mediquei e ele vai dormir por algumas horas

- Você acredita que a falta de memória é temporária?

- É difícil saber com certeza, pode ser pelo golpe, um trauma físico do acidente ou apenas psicológico, muitas pessoas esquecem para se proteger, não poderei saber até que seja feito um exame com um especialista.

- Sim, teremos que esperar então...

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