Desejos Proibidos - Um amor além do tempo
img img Desejos Proibidos - Um amor além do tempo img Capítulo 3 Desejos
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Capítulo 6 Entre Silêncios e Segredos img
Capítulo 7 O Peso do Silêncio img
Capítulo 8 Ele me acolhe img
Capítulo 9 Entre Nós e Ela img
Capítulo 10 O Espaço Entre Nós img
Capítulo 11 Inseguranças e desentendimentos img
Capítulo 12 Dúvidas e Confusão img
Capítulo 13 Noely... a serpente no ninho. img
Capítulo 14 Entre o Medo e o Desejo img
Capítulo 15 Não sei lidar com sua rejeição img
Capítulo 16 O preço das minhas inseguranças img
Capítulo 17 Isso é amor. img
Capítulo 18 Entre Verdades img
Capítulo 19 Nossa primeira vez. img
Capítulo 20 Entre o Silêncio e o Alarme img
Capítulo 21 Os perigos que enfrentaremos... img
Capítulo 22 Eu sou deles e ele é meu... img
Capítulo 23 Ameaças em curso... img
Capítulo 24 Primeiros Obstáculos. img
Capítulo 25 Por ele enfrento tudo... img
Capítulo 26 Não sabia, mas foi um adeus... img
Capítulo 27 O Veneno da Cobra img
Capítulo 28 O Preço do Silêncio img
Capítulo 29 O Dia Que Não Te Disse Adeus img
Capítulo 30 O Que Ficou em Mim img
Capítulo 31 O que ficou em mim img
Capítulo 32 Como recomeçar sem ele img
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Capítulo 3 Desejos

Noah Benson

Me levanto, fecho seu moletom, ajeito o cobertor sobre ele e volto para minha cama. Foi a coisa mais estranha, porém deliciosa, que fiz nos últimos tempos. Mas isso eu não vou contar para ninguém.

Dormi feito pedra, e quando acordei, Simon não estava mais no quarto. O colchão onde ele dormiu estava dobrado, junto com os cobertores e um bilhete.

"Cara, desculpa pelo transtorno e... muito obrigado por me ajudar."

Levantei-me, tomei um banho e me organizei para ir à escola. Estávamos no último ano do ensino médio, e logo iríamos para a faculdade.

Meus pais devem estar na cozinha tomando café e vou me juntar a eles.

Desci as escadas devagar, tentando fazer os degraus não rangerem tanto. O cheiro do café me alcançou antes de eu entrar na cozinha - forte, preciso, do jeito que meu pai gosta. A mesa já estava posta, como sempre: tudo simétrico, tudo no lugar. Minha mãe organizava as frutas em uma tigela de vidro como se fosse uma pintura.

- Bom dia, querido - disse ela, com aquele sorriso leve, meio cansado.

Meu pai nem levantou os olhos do jornal.

- Bom dia, filho.

Me sentei e peguei uma fatia de pão. Passei manteiga sem olhar direito, só pra ocupar as mãos. O silêncio entre nós era civilizado, quase elegante, e mesmo assim desconfortável como uma roupa de festa usada na segunda-feira de manhã.

- E as notas do simulado de ontem? - ele perguntou, finalmente, como se tivesse lido num manual que era o momento certo de dizer isso.

- Foram boas. Nada demais.

A mentira foi pequena, mas necessária. Tive dificuldade em matemática, mas ele não precisava saber agora. Talvez nem depois.

Minha mãe me ofereceu suco. Agradeci baixo. Ela sempre tenta fazer tudo parecer simples. Como se esse esforço silencioso mantivesse a casa funcionando. Talvez mantenha mesmo.

Terminei rápido e me levantei. Antes de sair, ela ajeitou a gola da minha camisa com um carinho rápido, quase disfarçado. Meu pai apenas ergueu os olhos por um segundo e assentiu.

Na rua, o ar parecia mais leve. Mais verdadeiro. Respirei fundo antes de seguir caminho.

Quando cheguei à sala de aula, notei a ausência de Simon. Será que ele piorou?

Assisti a todas as aulas, tentei ligar para ele no intervalo, mas ele não atendeu. Comecei a ficar preocupado e resolvi ir até sua casa assim que saísse da escola.

Simon não apareceu. Nenhuma mensagem, nenhum aviso. Só o espaço vazio na carteira ao meu lado, que pareceu maior do que o normal desde o primeiro sinal da manhã.

Tentei focar na aula de biologia, mas as palavras da professora se embaralhavam como peças de um quebra-cabeça sem imagem. Peter me cutucou com o cotovelo quando ela fez uma piada sobre mutações genéticas. Sorri por reflexo, mas meu pensamento estava preso naquela noite - Simon suando frio, o rosto pálido, a dor escondida sob um sorriso forçado.

- Ei, cê vai querer ir à casa do Josh hoje? - perguntou Peter no intervalo.

- Não sei... - respondi, mexendo no zíper da mochila só pra ter algo pra fazer com as mãos. - Tenho umas coisas pra resolver em casa.

Era mentira. O que eu tinha era uma sensação incômoda no peito, uma ansiedade que não sabia explicar. Talvez fosse só preocupação. Talvez fosse algo que eu ainda não sabia nomear.

Na aula de literatura, tentei escrever no canto do caderno, como sempre faço quando não quero pensar demais. Mas o traço saiu trêmulo, as letras disformes. Eu estava ali, de corpo presente, mas minha cabeça seguia voltando pro Simon. Ele nunca faltava sem avisar. Nem quando estava mal.

Quando o sinal final tocou, guardei o material num impulso e me despedi dos meninos com um aceno apressado.

Peguei meu Audi TT, presente de aniversário do meu pai. Só havia uma coisa a fazer agora: ir até ele. Saber se estava tudo bem. Ou, pelo menos, tentar.

            
            

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