REFÉM
img img REFÉM img Capítulo 4 você sabe que não tem saída.
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Capítulo 6 Ganhar tempo. img
Capítulo 7 Hot🔥 img
Capítulo 8 Guerra interna. img
Capítulo 9 FUGA INTERROMPIDA. img
Capítulo 10 CHOQUE DE REALIDADE. img
Capítulo 11 ENTREGUES. img
Capítulo 12 Guerra interna e pressão externa. img
Capítulo 13 Mudança na rota. img
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Capítulo 4 você sabe que não tem saída.

CAPÍTULO 4:

DOMINICK

...

Ela começou a se mexer na cama.

Eu observo atentamente cada movimento seu.

Ela se contorce, a respiração acelerando. O corpo pequeno e quente se remexe entre os lençóis macios, as mãos apertando o tecido.

Ela sabe.

Mesmo antes de abrir os olhos, ela sente.

Está presa.

Está em perigo.

E não há saída.

Os cílios dela tremulam, a boca entreaberta solta um suspiro curto. Então, os olhos abrem.

Ela pisca rápido, confusa, a respiração ofegante. As pupilas dilatadas varrem o quarto, tentando entender onde está.

Então, me vê.

E a confusão se transforma em terror.

- Você... - A voz dela falha, baixa, trêmula.

Cruzo os braços, encostado na parede, observando-a com calma.

Ela tenta se sentar, mas seu corpo ainda está fraco da sedação.

- Filho da puta! O que fez comigo?

Sorrio de canto.

- Dei um descanso pra você, princesa. Achei que precisava.

Ela me fuzila com o olhar.

Mas há algo novo ali.

Dessa vez, não é só raiva.

É medo.

- Você me drogou! - ela acusa, a voz cortando o ar.

- Claro que sim. Você não calava a porra da boca.

Ela se levanta de uma vez, cambaleando.

Eu não me movo.

Espero.

Ela tropeça, cai de joelhos.

está vulnerável. Frágil.

Finalmente, ela percebe a verdade.

A arrogância se desfaz em pânico, as mãos agarram o chão, como se tentassem encontrar algo real para se segurar.

- Por que está fazendo isso? - A voz dela agora não tem mais desafio.

Tem desespero.

Caminho devagar até ela, ajoelhando-me ao seu lado. Meus dedos seguram seu queixo, obrigando-a a me encarar.

- Porque eu posso.

Ela estremece.

Perfeito.

A respiração dela está descompassada.

Ela quer gritar, quer lutar. Mas seu corpo ainda não responde.

Isso é o que acontece quando tentam me enfrentar.

Ela achou que poderia me desafiar. Que poderia continuar me provocando.

Agora, sente o peso da realidade.

Eu não sou só um homem perigoso.

Sou o pesadelo do qual ela nunca poderá escapar.

Ela move seu rosto abruptamente, tirando o contato da minha mão em sua pele, finalmente se levanta, as pernas trêmulas.

- O que você quer de mim?

Cruzo os braços, a observando.

- Seu pai.

Os olhos dela brilham de fúria novamente.

- Eu quero que ele sinta o gosto do medo. O terrível sentimento da perda, da impotência. de ter o que ele mais ama arrancado dele! Ele vai sentir tudo que me fez sentir, todo o amargo de ter alguém arrancado dele!

- Meu pai vai matar você.

- Engraçado. Você já disse isso antes.

Ela avança contra mim. Completamente insana. A garota não aprende.

Antes que possa tocar em mim, eu a agarro pelo pulso, torcendo seu braço para trás e a pressionando contra a parede.

Ela solta um arquejo.

- Ah!

- Você não aprende, né, princesa?

Minha boca se aproxima do ouvido dela.

- Eu sou seu carcereiro. Seu sequestrador. Eu posso te quebrar de todas as formas possíveis.

Ela treme sob meu aperto.

- Se fosse mais esperta, cooperaria comigo e seria uma boa garota, sabia?

- Nunca! - responde atrevida.

Droga.

Isso me excita.

Ela sente.

Sente o perigo, o calor, a tensão entre nós.

O medo e a raiva misturados com algo mais sujo. Ela respira pesado, as mãos contra a parede, impotente contra mim.

Solto-a de repente, e ela tropeça para frente, se afastando, ofegante.

E sorrio.

Ela achou que poderia lutar.

Agora sabe que não tem chance.

- Aproveita seu novo lar, Jade. - Me viro para sair.

- Você não pode fazer nada. Não pode porque se não, não teria nada pra usar contra meu pai.

Eu paro na porta.

Viro o rosto, encarando-a.

- Ah, amor... você não tem ideia do que eu posso fazer.

Fecho a porta, trancando-a.

Ela pode gritar.

Pode chorar.

Pode espernear.

Mas nada vai mudar a verdade.

Ela pertence a mim agora.

E eu não vou soltar.

Nunca!

......

MARCO SALVATORI

O tilintar dos talheres contra a porcelana era o único som que preenchia a sala de jantar. O jornal em minhas mãos estava aberto, mas eu sequer prestava atenção às palavras. Minha mente já estava inquieta com os compromissos do dia, os negócios que precisavam da minha atenção.

Ao meu lado, minha esposa permanecia sentada, imóvel, os olhos vazios fixos em algum ponto distante. O café esfriava em sua xícara, intocado. Ela estava aérea, perdida dentro da própria mente. Um incômodo constante. Eu me certificava de que ficasse assim. Era melhor para todos.

A cuidadora, sempre atenta, mantinha-se perto dela, fingindo zelo. Sua lealdade a mim ia além dos deveres profissionais, e era isso que a tornava útil.

Deslizei os olhos pelo relógio de ouro em meu pulso e franzi o cenho.

- Chame Jade - ordenei à empregada, sem desviar o olhar do jornal. - Ela conhece as regras. Deveria estar aqui.

A mulher assentiu rapidamente e saiu da sala. O silêncio voltou a dominar o ambiente, mas agora estava impregnado por uma irritação crescente.

Minutos depois, passos hesitantes ecoaram pelo chão de mármore. Levantei os olhos quando a empregada retornou, o rosto pálido e apreensivo.

- Senhor... - ela pigarreou, como se escolhesse as palavras. - A senhorita Jade não está no quarto.

Minha mão se fechou em um punho sobre a mesa. O jornal deslizou de meus dedos e caiu ao chão.

- Como assim, não está?

- Ela... não está em nenhum lugar da casa, senhor.

Meu estômago afundou. Um frio cortante percorreu minha espinha antes de ser substituído por um calor furioso. Meus olhos se estreitaram enquanto me inclinava ligeiramente para frente, minha voz agora carregada de uma ameaça letal.

- Chame os seguranças. Agora.

A empregada saiu apressada. Cada segundo que passava me corroía por dentro. Quando os homens entraram, meus olhos cravaram-se neles com puro ódio.

- Como ela saiu daqui? - minha voz era um rosnado, cada palavra carregada de fúria contida.

Os seguranças trocaram olhares nervosos. Um deles engoliu em seco antes de se arriscar a falar:

- Senhor, nenhum dos portões foi abertos. Nenhum carro saiu da propriedade.

Minha paciência se esgotou num instante. Meu punho bateu contra a mesa com força, fazendo a porcelana estremecer e o silêncio pesar ainda mais.

- Então me expliquem, desgraçados, como diabos ela desapareceu?!

O medo se espalhou nos olhos deles, e eu me alimentei disso. Minha voz saiu cortante, definitiva:

- Se algo acontecer com Jade, um de vocês vai pagar por isso!

Um arrepio de pânico percorreu o ambiente. O silêncio foi quebrado apenas pelo barulho abafado da xícara deslizando dos dedos trêmulos da minha esposa e tombando contra o prato. Ela nem pareceu notar.

Mas eu notei tudo. E alguém pagaria caro por esse erro.

            
            

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