REFÉM
img img REFÉM img Capítulo 5 Ela sabe que mexe comigo, caramba.
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Capítulo 6 Ganhar tempo. img
Capítulo 7 Hot🔥 img
Capítulo 8 Guerra interna. img
Capítulo 9 FUGA INTERROMPIDA. img
Capítulo 10 CHOQUE DE REALIDADE. img
Capítulo 11 ENTREGUES. img
Capítulo 12 Guerra interna e pressão externa. img
Capítulo 13 Mudança na rota. img
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Capítulo 5 Ela sabe que mexe comigo, caramba.

CAPÍTULO 05:

DOMINICK

....

O velho deve estar arrancando os cabelos agora. Um dia inteiro se passou e Jade ainda não colocou nada na boca. Isso tá me tirando do sério. Ela é teimosa, orgulhosa... Mas vai quebrar. Todos quebram.

Essa casa de temporada não era o plano, mas o lugar certo ainda não tava pronto. Paciência. Hugo, meu cúmplice, estava resolvendo isso pra mim. Ele é pai de Edgar, meu irmão mais velho que morreu pelas mãos do maldito marco.

Ele mais do que ninguém me lembra do motivo de tudo isso. "Você não pode hesitar, Dominick. Passou anos esperando esse momento. Ela é o meio para o fim."

Essas palavras queimam na minha cabeça enquanto pego a corda e a fita preta. Respiro fundo. É agora, eu não posso mas voltar atrás.

...

Entro no quarto. Jade me encara, a respiração acelerada, como um animal acuado. Os olhos dela gritam pavor, e isso deveria me satisfazer. Mas tudo que sinto é raiva.

Ela vê a corda em minhas mãos, a fita adesiva preta.

- Não! Não... fica longe de mim! - A voz dela falha, mas o medo é real.

- Cala a boca. - Minha paciência já era.

Ela se debate, mas eu sou mais forte. Muito mais forte. A empurro na cama, imobilizando seus braços com a corda. O cheiro do medo dela enche o ar.

- Por favor! Não faz isso comigo! - Os olhos dela brilham com lágrimas, implorando.

Abro a fita com os dentes, o barulho ecoando no quarto silencioso. Meu sangue ferve.

- Coopera e não vai doer. - Minha voz sai firme, mas algo dentro de mim se retorce.

Ela balança a cabeça freneticamente. Ela não quer. Azar o dela.

Passo os dedos pelo rosto dela, afastando os cabelos desgrenhados. Ela se encolhe, o corpo todo tremendo.

- Só faz o que eu mandar, princesa. - Meu tom sai baixo, sombrio.

Ela solta um som abafado, negando. Então a levanto, coloco-a no chão. Amarrada, silenciada pela fita. Um desastre ambulante.

Pego o celular. Ela vê e começa a se debater de novo. O pânico toma conta do rosto dela. Sabe o que eu vou fazer.

- Seu pai precisa pagar. E você... você é só o começo. - Minha voz sai gelada, cruel. Gravo o vídeo. Rápido. Preciso que Marco sinta o gosto do medo.

O gosto de ver sua princesinha tão desprotegida, nas minhas mãos. Detonada!

Ele vai sentir a dor, vai sentir a fúria de não poder fazer nada.

Ela chora, mas o olhar dela... não é só medo. É raiva. É ódio. Um ódio tão denso que chega a me sufocar.

Envio o vídeo pro Hugo pra ele passar pro maldito.Era missão cumprida.

Mas enquanto olho pra ela, algo me incomoda. A intensidade nos olhos dela, o jeito que ela me encara...

Era isso que eu queria, não era?

Então por que diabos isso não parece tão certo assim?

....

Eu solto um suspiro e me abaixo de frente pra ela. Ela não me olha. Os olhos fixos no chão, o rosto ainda molhado de lágrimas. Respiro fundo, mais uma vez. Minha paciência está no limite. Seguro o queixo dela, forçando-a a me encarar. Mas ela desvia, desafiadora como sempre.

- Isso não tem nada a ver com você. - Minha voz sai baixa, controlada.

Ela não reage. Fica ali, firme. Então continuo.

- Teu pai fez muito mal a muitas pessoas...

E então, finalmente, ela me olha. Mas não como eu esperava. Não há medo. Apenas desafio. Orgulho.

- Não me olha assim, garota. - Minha voz sai grave, carregada.

Ela me encara com ainda mais desprezo. A raiva queima no olhar dela.

- Essa tua rebeldia me deixa louco! - rosnou, arrancando a fita da boca dela de uma vez só.

Ela solta um grunhido de dor.

- Argh!

Mas em vez de chorar ou implorar, ela me olha com um brilho felino nos olhos.

- Eu vou acabar com você! - ela solta, com ódio gotejando de cada palavra.

Eu sorrio, de canto. Esse jogo está ficando cada vez mais interessante.

- E eu achando que você estava com medo.

Ela não recua. Continua, cheia de veneno.

- Meu pai já deve ter notado que eu não estava em casa. Ele vai te caçar! Vai te achar e, quando isso acontecer, eu quero estar lá pra ver.

Paro de andar e a encaro. Ela quer me desafiar? Que seja.

- Eu mal posso esperar então...

Ela rosna e eu saio do quarto, pegando o celular e ligando pra Hugo.

- Enviou o vídeo? - pergunto.

- Sim. - A risada grossa dele soa pelo telefone. - E a garota?

- Arredia como sempre. Um cavalo selvagem.

- Ótimo. Quanto mais difícil, mais prazeroso! A gente vai acabar com ele, meu garoto! Não vai sobrar nada!

Desligo.

O tempo passa.

Algumas horas. Preparo algo pra ela comer. Quando volto pro quarto, ela ainda está no mesmo lugar.

Coloco a bandeja sobre a mesinha e me abaixo de novo. Ela não diz nada. Só me encara. Levo minhas mãos aos pulsos dela, desamarrando. As marcas vermelhas me fazem soltar um suspiro.

- Você não deveria tentar lutar contra isso. - murmuro, soltando as cordas.

Antes que eu perceba, ela me empurra com força. Meu corpo cai pra trás, e ela corre até a porta. Mas eu levanto rápido.

- Droga! - grito, furioso.

Alcanço-a antes que consiga abrir completamente. A pressiono contra a porta, fechando-a de novo, meu corpo firme contra o dela.

- Sua diabinha... - rosno no ouvido dela.

Minha respiração está irregular. Passo a mão pelo pescoço dela, segurando firme.

- Você gosta disso, não gosta?

Ela se debate, mas eu me aproximo ainda mais. Meu nariz desliza pela curva do pescoço dela. A pele dela se arrepia. Eu noto. Eu sinto.

- Eu te entendo... - sussurro, minha voz rouca. - É excitante.

Ela solta um rosnado furioso, mas eu inalo seu cheiro. E então ouço. Um gemido baixo. Ela tenta segurar, mas não consegue.

Isso me deixa ainda mais faminto.

Viro-a pra mim com rapidez. Nossos rostos ficam próximos. Ela levanta o queixo, desafiando, tentando igualar o jogo, mas sou maior que ela.

Eu sorrio de canto, apreciando cada segundo dessa luta silenciosa.

- Não me olha assim, princesa... você tá pedindo...

E então, ela cospe na minha cara.

Fecho os olhos por um instante. Sinto a saliva escorrer pela minha pele. Quando os abro, sei que meus olhos estão escuros. Cheios de algo que nem eu consigo conter.

- Vai se ferrar! - ela solta, cuspindo fogo.

Passo a língua pelos lábios, limpando o rosto com a mão.

- Eu já estou, garota.

E então, sem esperar mais um segundo, tomo sua boca com a minha, num beijo feroz, faminto, devorador.

Ela morde meu lábio, forte. O gosto metálico do sangue invade minha boca, e ao invés de me irritar, gargalho. A dor é doce, quase viciante.

- Seu desgraçado! - ela cospe, a voz ríspida, cheia de ódio.

Sorrio, apertando sua nuca com mais firmeza, obrigando-a a me encarar. Os olhos dela brilham com fúria.

- Por que torna tudo tão mais complicado? - murmuro, sentindo sua respiração ofegante contra a minha pele.

Ela treme o lábio superior, furiosa, mas não recua. Minhas mãos deslizam pelo corpo dela, encontrando sua perna, levantando-a. O calor do corpo dela me atinge, nos aproximando ainda mais.

- Tudo poderia ser mais divertido. - Minha voz sai baixa, carregada.

Ela solta um som entre um suspiro e um gemido contido. Sei que sente a tensão. Sei que sente tudo isso tanto quanto eu.

- Você está presa a mim, Jade. Se entrega a isso, vai ser mais fácil. - Meus olhos cravam nos dela, esperando.

- Nunca! - ela sibila, desafiadora.

Minha paciência se esgota. Solto-a com brutalidade, vendo seu corpo estremecer. Sua respiração está errática, seu peito sobe e desce rápido. Excitação. Raiva. Confusão.

Passo a mão no rosto, tentando me controlar. Minha mandíbula trava. Preciso sair dali antes que faça algo que não possa voltar atrás. A encaro uma última vez, ainda sentindo seu cheiro, sua provocação.

- Come aquela merda! - rosno, puxando-a para longe da porta.

Saio do quarto e bato a porta com força, trancando-a atrás de mim, o ódio pulsando dentro do meu peito.

Maldita garota.

Ela está mexendo comigo como nenhuma outra jamais conseguiu.

                         

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