REFÉM
img img REFÉM img Capítulo 3 SEM SAÍDA.
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Capítulo 6 Ganhar tempo. img
Capítulo 7 Hot🔥 img
Capítulo 8 Guerra interna. img
Capítulo 9 FUGA INTERROMPIDA. img
Capítulo 10 CHOQUE DE REALIDADE. img
Capítulo 11 ENTREGUES. img
Capítulo 12 Guerra interna e pressão externa. img
Capítulo 13 Mudança na rota. img
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Capítulo 3 SEM SAÍDA.

CAPITULO 03

Ela está ali, deitada no colchão imundo, o rosto virado para o lado, os cabelos espalhados pelo rosto. Ainda amarrada. Ainda desafiadora.

Fico parado diante dela, observando. O corpo pequeno, os pulsos vermelhos por causa das cordas, o peito subindo e descendo rápido. Não sei se de medo ou de raiva.

Talvez os dois.

Me abaixo, pego os pulsos dela e começo a desfazer os nós. Ela não luta. Só me encara com aqueles olhos cheios de fogo, esperando a próxima jogada.

- Anda, come essa merda - digo, sem paciência, apontando para o prato de comida sobre a mesa.

Ela vira o rosto, e por um segundo acho que vai me ignorar. Mas então ela cospe no chão.

Lenta. Deliberada.

Levanto uma sobrancelha.

- Tô cansando disso! - a voz dela sai firme, cheia de desafio.

Um sorriso surge no canto dos meus lábios. Desdém puro.

- Ah, é?

Ela senta na cama, os pulsos livres agora, mas ainda vermelhos da pressão da corda. Me olha como se quisesse me matar.

- Fala de uma vez o que você quer comigo!

Cruzo os braços, me divertindo com a impaciência dela.

- Com você? Nada.

Os olhos dela se arregalam. A indignação está estampada no rosto.

- Já com seu pai...

Ela aperta os lábios, me analisando. Então franze o nariz, como se finalmente tivesse entendido.

- Eu sabia! Você quer dinheiro, né? É isso!? Sempre o maldito dinheiro!

Reviro os olhos.

- Por que não liga logo e pede o resgate? Vamos, acaba logo com isso!

Ela quer me apressar, quer que isso acabe. Só que não vai acabar. Não tão cedo.

Solto uma risada baixa, seca.

- Tá rindo de quê!? O que tem de tão engraçado!?

Cruzo os braços, sem tirar os olhos dela.

- Você.

Ela se debate, ainda sentada, os punhos fechados como se quisesse socar alguma coisa.

- Você acha que é por dinheiro?

Ela para. O silêncio pesa entre nós.

Aproveito a hesitação dela para dar mais um passo. Meu tom se torna mais sombrio.

- Seu pai acabou com a minha vida.

O fogo nos olhos dela vacila.

Meu maxilar trava, a raiva sobe queimando.

- E eu vou acabar com a dele.

Ela se afasta instintivamente quando me aproximo mais. Mas é inútil. Seguro seus pulsos de novo, puxo suas mãos e começo a desfazer os nós. Meus dedos apertam um pouco mais do que deveriam.

- Agora, anda! Come essa merda!

Me afasto. Ela olha para as cordas caídas no chão e então para mim. Então, do nada, se levanta e corre.

Idiota.

Ela não dá nem três passos antes que eu a pegue pela cintura e a tire do chão.

- Agggh!!! Me larga!!

Ela se debate, mas não tem força suficiente pra escapar. Em dois segundos, a jogo de volta na cama.

- Fica aí!

Ela cai com força, os cabelos bagunçados cobrindo parte do rosto. A cama range. Ela me olha com puro ódio, e isso deveria me irritar. Mas não irrita.

- Não adianta tentar fugir! E se não quiser comer, não come, caralho!

O silêncio entre nós é cortante. Ela tira os cabelos do rosto, ainda furiosa.

- Pode tentar resistir, mas você não vai chegar a lugar nenhum.

Não espero resposta. Viro de costas, saio do quarto e bato a porta com força, trancando-a atrás de mim.

Ela pode gritar, se debater, me odiar o quanto quiser.

Isso aqui tá só começando.

.....

Saí do quarto puto. A mão foi direto pra gravata, puxando-a com força enquanto afrouxava o nó. O tecido arranhou minha pele, mas eu nem liguei.

Cada músculo do meu corpo estava tenso. Andei até a sala e me joguei no sofá, furioso. Passei a mão pelos cabelos, tentando controlar a onda de raiva que subia dentro de mim. Os botões da camisa foram os próximos a serem abertos, um por um, rápido e bruto. O peito subia e descia pesado.

Suspirei, soltando o ar devagar, tentando colocar os pensamentos no lugar.

Isso não era o que eu tinha imaginado.

Achei que ela fosse entrar em choque. Que fosse chorar, se vitimizar, implorar. Mas não. Jade era atrevida, teimosa e estava conseguindo me tirar do sério de um jeito que eu não esperava.

A maldita cuspiu no chão, me desafiou na minha cara. Tentou fugir bem na minha frente.

Idiota.

Passei a mão pelo rosto, tentando calcular o que fazer a seguir. Eu não tinha me preparado pra tanta resistência. Não dela.

Mas se ela achava que podia me desafiar assim, estava muito enganada.

....

A ideia veio no meio da raiva. Ela queria ser teimosa? Tudo bem. Mas eu não ia dar mais nenhuma chance pra que tentasse fugir de novo.

Peguei o celular e fiz a ligação. Meu contato atendeu no segundo toque.

- Preciso de um rastreador. Pequeno. Discreto. - Minha voz saiu firme, sem espaço pra discussão.

- Consigo pra você. Encontro daqui a duas horas no mesmo lugar de sempre.

Desliguei sem dizer mais nada.

A noite passou enquanto eu dirigia pra encontrar o cara. Peguei o rastreador, testei, garanti que funcionava perfeitamente. No caminho de volta, o sol já estava nascendo, tingindo o céu de laranja e dourado.

Quando entrei no quarto, ela estava acordada, sentada na cama, os joelhos dobrados contra o peito. A bandeja de comida ainda estava no mesmo lugar, intocada.

Jade me viu e instantaneamente se afastou, os olhos cheios de alerta.

- Não chega perto de mim! - A voz dela era cortante, mas eu só sorri.

Caminhei até ela devagar, predador.

- Só quero conversar.

- Conversar uma ova! - Ela se arrastou pra mais longe, encostando as costas na parede.

Suspirei, parando ao lado da cama.

- Tudo isso deveria ser mais fácil. Mas você não tá cooperando.

- Não quero saber! - Ela cruzou os braços, o olhar queimando.

Meu maxilar travou.

- Mas vai saber. Porque tudo isso é culpa do seu pai.

Ela não respondeu, mas eu vi a hesitação em seu olhar. Mesmo tentando parecer indiferente, aquela informação fez algo dentro dela vacilar.

Aproveitei a brecha e avancei. Ela tentou se afastar de novo.

- Você não vai fugir mais!

Antes que ela pudesse reagir, agarrei seu pulso e puxei. Ela se debateu, mas não tinha chance contra minha força.

- Não! Sai... Sai!!!

Ignorei os protestos, girando seu corpo pequeno e prendendo-a contra mim. Ela se contorcia, mas eu era maior, mais forte. Meus braços a imobilizaram, e antes que ela pudesse gritar mais, puxei o pano embebido em álcool e pressionei contra o nariz dela.

- Shhh... vai ser rápido, princesa.

Ela lutou, tentou me arranhar, mas em segundos os movimentos ficaram mais fracos. A respiração desacelerou e o corpo amoleceu contra o meu.

Eu a deitei com cuidado na cama, afastando os cabelos do rosto dela.

Tão bonita. Mas tão atrevida.

Peguei o rastreador e o inserir atrás da nuca dela, pressionando suavemente, ela jamais saberá pois era tão pequeno quanto um grau de arroz.

Agora ela estava presa a mim.

Mesmo que não quisesse.

            
            

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