Desmascarando Meu Noivo Mafioso
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Capítulo 4

O hospital cheirava a antisséptico e desespero. Encontrei Heitor em um quarto particular, parecendo abatido e encolhido na cama estéril. Ele não perguntou sobre mim. Ele não se desculpou pelo evento.

Ele apenas reclamou.

"A pressão é insana, Fina", ele choramingou, passando a mão pelo cabelo desgrenhado. "O Don quer resultados para ontem, e a Olívia... ela é exigente. Ela precisa de atenção constante, porra."

Sem pensar, voltei ao nosso velho padrão. Afofei seu travesseiro. Servi-lhe um copo d'água. Desempenhei o papel da cuidadora quieta e competente em quem ele sempre confiou. Era um papel que eu conhecia de cor, um conforto sufocante.

Ele adormeceu e, no silêncio que se seguiu, murmurou um nome. Não o meu.

"Olívia... eu vou consertar. Eu prometo. Vou consertar tudo para você."

Minhas mãos pararam. Claro. Mesmo em seu subconsciente, era tudo sobre ela.

Quando ele acordou, encontrou meu olhar com uma certeza arrogante que fez minha pele arrepiar. "Viu? Eu sabia que você viria. Você nunca vai me deixar." Ele pegou minha mão, seu aperto possessivo, proprietário. "Agora, sobre o nosso casamento..."

O celular dele vibrou na mesa de cabeceira. Uma série frenética de mensagens apareceu na tela. Era Olívia. Eu podia ver as palavras de onde estava. Paparazzi. Crise de imagem. Você precisa resolver isso AGORA.

A mudança foi instantânea. A máscara do paciente cansado se estilhaçou, substituída por pânico puro. Ele arrancou o soro do braço, ignorando meu protesto automático.

"Eu tenho que ir", disse ele, saindo da cama. "Tenho que ir salvá-la."

Ele tropeçou em direção à porta, vestindo sua jaqueta descartada. Ele parou e olhou para trás para mim - não com amor, mas com a expectativa casual de um homem se dirigindo à sua mobília.

"Não se preocupe comigo", disse ele com um aceno desdenhoso. "Você vai ficar bem. Fica aí quietinha."

E ele se foi.

Fiquei ali no silêncio retumbante, observando a porta se fechar. O último pingo de pena que eu poderia ter sentido por ele não apenas desapareceu; evaporou, substituído por uma clareza arrepiante e absoluta.

Dirigi de volta para o apartamento e terminei de fazer as malas. Coloquei a última das minhas bagagens no porta-malas do meu carro. Quando o fechei com força, um sedã preto familiar cantou pneu na entrada da garagem.

Era Heitor.

Ele saiu, sua expressão furiosa. Ele viu minhas malas no banco de trás. Sua boca se abriu, uma pergunta se formando em seus lábios.

Mas então o Bluetooth do carro dele, ainda conectado ao seu celular, ganhou vida. O nome de Olívia piscou no painel.

Sem pensar duas vezes, ele atendeu a chamada.

"Estou a caminho, Lívi", disse ele, a voz suave. Ele voltou para o banco do motorista e acelerou, me deixando parada na entrada da garagem.

Sua voz, metálica e distante, ecoou do alto-falante do carro enquanto ele desaparecia pela rua.

"A Serafina vai ficar bem. Ela sempre fica."

                         

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