Ponto de Vista: Seraphina
Divertida com o drama que havia criado, Isabella aplaudiu.
"Chega de conversa séria! Vamos para a sala de jogos!"
Ao passar por mim, ela se inclinou e sussurrou, seu hálito quente contra minha orelha.
"Os poucos dias que passei com ele foram mais apaixonados do que seus sete anos inteiros. Você é apenas um peixe frio, Sera."
Minhas mãos se fecharam em punhos ao lado do corpo, minhas unhas cravando em minhas palmas. Segui o grupo para uma sala de jogos luxuosa e mal iluminada e encontrei um canto tranquilo, querendo nada mais do que desaparecer.
Então, Dante se levantou de seu assento do outro lado da sala e se sentou ao meu lado. Ele não disse uma palavra; sua presença era uma reivindicação silenciosa e possessiva, um peso que me dava arrepios.
Isabella viu. Um lampejo de ódio ciumento brilhou em seus olhos antes que ela o mascarasse rapidamente, deslizando para se sentar do outro lado de Dante, efetivamente me espremendo entre eles. Eu não precisava olhar para saber que a atenção dele havia se voltado inteiramente para ela; a sutil virada de seu corpo, a energia no espaço entre eles - tudo gritava o nome dela.
Peguei um copo de uísque na mesa. Antes que meus dedos pudessem tocá-lo, a mão de Dante cobriu a minha.
"Você não vai beber isso", ele disse, sua voz um comando baixo. "Você sabe que tem estômago fraco."
Foi um gesto pequeno, quase terno, um vislumbre do marido que ele fingia ser. Mas o momento foi quebrado quando Isabella tirou uma pequena garrafa ornamentada.
"Olha o que eu encontrei, Dante", ela arrulhou, mostrando um suco de fruta raro que ele amava na adolescência. "A linha de produção foi descontinuada, mas eu mandei que a reiniciassem. Só para você."
Os olhos de Dante, que estavam frios e distantes, de repente se iluminaram com um calor que eu nunca tinha visto. Amor e nostalgia guerreavam em seu olhar, suavizando as linhas duras de seu rosto de uma forma que eu nunca conseguiria.
"Obrigado, Bella", ele disse, a voz baixa.
Os convidados ao nosso redor sussurravam: "Ela é tão dedicada", e, "Ela realmente o conhece." Cada palavra me pintava como a intrusa, a terceira roda indesejada. Dante os ignorou, sua atenção travada em Isabella.
"Vamos jogar um jogo!", anunciou Isabella, seus olhos brilhando com uma luz predatória. "Sete Minutos no Paraíso."
As regras eram simples. A pessoa que tirasse a carta mais alta de um baralho escolheria alguém para se juntar a ela em um pequeno armário escuro por sete minutos.
A multidão rugiu, seus olhos dardejando entre Dante e Isabella. Todos sabiam que este jogo era para eles.
O baralho foi passado. Dante tirou uma carta. O Rei de Espadas. A carta mais alta. A sala explodiu em vivas e assobios.
Eu sabia quem ele escolheria. Preparei-me para levantar, para sair, para escapar desta humilhação final.
Mas antes que eu pudesse me mover, a mão de Dante disparou e agarrou a minha, seu aperto dolorosamente forte.
"Não se mova", ele disse, sua voz um murmúrio baixo destinado apenas a mim, um comando que se disfarçava de tranquilidade.
Então ele se levantou, virou-se para Isabella e a tomou nos braços. A multidão foi à loucura enquanto ele a conduzia em direção às sombras do armário fechado no final da sala.