O Retorno de Helena
img img O Retorno de Helena img Capítulo 1 Observando em silêncio o marido.
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Capítulo 6 O jantar em família img
Capítulo 7 Ele não tocou mais no assunto img
Capítulo 8 Cortante como aço img
Capítulo 9 O cheiro do cigarro que ele fumava img
Capítulo 10 O sol já estava se pondo img
Capítulo 11 Uma boneca img
Capítulo 12 Deixar o grupo Duarte img
Capítulo 13 O fim de tudo img
Capítulo 14 A camisa de Marcos img
Capítulo 15 Cabelos úmidos img
Capítulo 16 Casa de repouso Sonho Azul img
Capítulo 17 O brilho dos faróis img
Capítulo 18 Gravata de seda preta img
Capítulo 19 Folhas caídas img
Capítulo 20 Seu corpo inteiro img
Capítulo 21 Helena fez isso img
Capítulo 22 Ela subiu e ele a seguiu img
Capítulo 23 Uma semana depois img
Capítulo 24 Festa de aniversário img
Capítulo 25 Suíte do hotel. img
Capítulo 26 Terraço do edifício img
Capítulo 27 As estações do ano img
Capítulo 28 Calor no peito img
Capítulo 29 Marido atencioso img
Capítulo 30 Passos firmes img
Capítulo 31 Quase hipnotizada img
Capítulo 32 Passos vindo da escada img
Capítulo 33 Olhar profundo img
Capítulo 34 No quarto VIP do hospital img
Capítulo 35 Surpreso e pegou o celular img
Capítulo 36 Estava doente img
Capítulo 37 A minha esposa é muito boa img
Capítulo 38 Não foi por um encontro img
Capítulo 39 Meia hora depois img
Capítulo 40 Tinha a ver com amor img
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O Retorno de Helena

Tamires Ferreira
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Capítulo 1 Observando em silêncio o marido.

Em frente a uma casa de luxo, dentro de um condomínio de alto padrão em Ulares.

Helena estava sentada no banco de trás de um carro , observando em silêncio o marido - que estava se encontrando com outra mulher.

A moça era bem jovem, vestia um vestido branco ,pura e encantadora.

Eles andavam de mãos dadas, como se fossem um casal apaixonado.

O rosto de Marcos estava cheio de ternura.

A garota, com voz manhosa, disse enquanto balançava a bolsa:

- "Meus pés estão doloridos, Marcos, me carrega!"

Helena achava que Marcos nunca faria isso.

Ele sempre foi um homem orgulhoso, conhecido por ser reservado e de temperamento difícil. Mesmo que tivesse uma nova paixão, ela acreditava que ele jamais se rebaixaria a esse tipo de coisa.

Mas, no segundo seguinte, Helena levou um duro golpe de realidade.

Seu marido se abaixou e carregou a jovem em seus braços com delicadeza.

Segurava a moça nos braços com cuidado, o olhar cheio de carinho.

A jovem se apoiava nele, o rosto colado ao peito de Marcos, com um sorriso satisfeito - como se fosse a dona do mundo.

Helena observava tudo de dentro do carro, o coração apertado e os olhos marejados.

Ela nunca imaginou que o homem com quem dormia todas as noites teria outra mulher - e ainda a trataria com tanta ternura.

Naquele momento, ela percebeu que o amor deles já não existia mais.

O que restava era apenas aparência, uma vida de fachada.

Helena respirou fundo, tentando conter a dor que subia pelo peito.

Mas por dentro, ela sentia como se tudo estivesse desmoronando.

O toque do homem era cheio de desejo, mas também de ternura. Logo, ele envolveu a cintura da moça e a puxou para si.

A jovem, com as mãos delicadas e brancas, colocou-as naturalmente no pescoço forte do homem, encostando o rosto contra ele. Seus cabelos negros escorriam, e ela o acariciava suavemente.

No pescoço de Marcos havia uma pequena marca vermelha. Ao vê-la, Helena lembrou-se daquelas vezes em que estavam juntos... quando sem querer tocou essa marca ,ele a segurou com força, o olhar intenso, quase selvagem....

Mas agora, marcos estava ali, abraçando outra mulher com a mesma paixão.

Helena fechou os olhos, incapaz de continuar olhando.

Ela nunca o tinha visto agir assim - tão louco de amor - e doía perceber que não era mais por ela.

Quando abriu os olhos novamente, o olhar de Helena já estava vazio, sem amor, sem ódio.

Helena para se casar com Marcos, abandonou a arte o que tanto amava para se tornar uma CEO do Grupo Duarte.

Quando o amor acaba, só resta falar de dinheiro.

Marcos e a amante se encontravam às escondidas, em uma mansão de luxo.

Que era o patrimônio comum do casal.

Helena não queria deixar a traição de Marcos impune , então perguntou à secretária sentada no banco da frente, Neia:

- "Nesses três meses, Marcos esteve sempre com ela?"

Neia respondeu rapidamente:

- "A moça se chama Beatriz Baldi , é como uma amiga de infância do senhor Marcos vem de uma familia infliênte . Há três meses, o senhor Marcos a colocou como estagiaria na empresa , e tem cuidado muito bem dela."

Um dossiê foi entregue a Helena .

Ela folheou calmamente e sentiu que poderia, enfim, se libertar.

A condição era que Marcos aceitasse dividir o patrimônio do casal. Helena pegaria o dinheiro e as ações, e sairia da vida dele de uma vez por todas.

Lá fora, o outono tingia tudo de dourado.

O pôr do sol espalhava um brilho quente e ofuscante.

Helena respirou fundo, acalmou-se e ligou para Marcos.

Ele provavelmente estava ocupado com sua amante.

Depois de alguns toques, ele finalmente atendeu.

A voz dele soou fria, distante:

- O que foi?

Helena piscou os olhos, tentando

soar leve:

- Hoje é meu aniversário. Você vai voltar pra jantar comigo?

Do outro lado, Marcos ficou em silêncio por um instante.

Um homem que não quer voltar pra casa sempre encontra uma desculpa - e o silêncio dele foi a mais clara de todas.

Mas Helena pôde ouvir, ao fundo, a voz suave de uma mulher chamando-o:

- Marcos, está tudo bem?...

Marcos hesitou por um momento. Depois, com o mesmo tom calmo e firme de sempre, respondeu:

- Se não for importante, vou desligar.

E a ligação caiu.

Era o jeito dele - direto, sem explicações, sem espaço para discussões.

Neia , ao ver Helena parada ali, indignou-se:

- Ele passou dos limites, dona Helena! Se esqueceu completamente da senhora!

Helena ficou imóvel por um segundo, sem dizer nada.

Mas dentro dela, o silêncio pesava mais que qualquer palavra.

Helena chegou a pensar: sinto muito atrapalhar o encontro de amor de Marcos com sua amante.

Mas logo afastou o pensamento com um leve sorriso irônico.

- Ele não esqueceu - ele simplesmente não se importa.

- Neia , entre em contato com a empresa de água e luz e peça para suspender os serviços desse imovel . Assim ele logo vai se lembrar de voltar para casa.

Neia suspirou, balançando a cabeça:

- A senhora é mesmo esperta, dona Helena.

Helena não respondeu. Apenas virou o rosto para a janela, observando em silêncio o brilho do entardecer que tingia o céu de dourado.

O reflexo do pôr do sol se espalhava pela parede, como uma ferida antiga que nunca cicatrizava.

Ela se lembrou de anos atrás - de uma noite parecida com aquela.

O céu também estava dourado, recém-casada seu marido , prometeu que nada nem ninguém os separaria.

"Você é o mais importante pra mim, Helena", ele dissera.

Mas agora... agora ele a fazia sentir que, para ele, o amor só valia enquanto fosse conveniente.

Que bastava ter dinheiro - e o resto, não importava mais.

Uma lágrima escorreu lentamente pelo canto dos olhos de Helena.

            
            

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